114mundo <strong>de</strong> símbol<strong>os</strong> se faz necessário, todo o simbolismo corporal, nãoapenas o simbolismo d<strong>os</strong> lábi<strong>os</strong>, d<strong>os</strong> semblantes, das palavras, mas oconjunto inteiro, tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> gest<strong>os</strong> bailantes d<strong>os</strong> membr<strong>os</strong> em moviment<strong>os</strong>rítmic<strong>os</strong>. Então crescem as outras forças simbólicas, as da música, emsúbita impetu<strong>os</strong>ida<strong>de</strong>, na rítmica, na dinâmica e na harmonia. Para captaresse <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento simultâneo <strong>de</strong> todas as forças simbólicas, ohomem já <strong>de</strong>ve ter arribado ao nível do <strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> si próprio que<strong>de</strong>seja exprimir-se simbolicamente naquelas forças... (p.35).Nesta expressão artística, ha consciência da complementarida<strong>de</strong> d<strong>os</strong> doisinstint<strong>os</strong>. Tanto o apolíneo, quanto o dionisíaco.... ao grego apolíneo ... toda a sua existência, com toda beleza ecomedimento, repousava sobre um encoberto substrato <strong>de</strong> sofrimento econhecimento, que lhe era <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo revelado através daquele elementodionisíaco. E ve<strong>de</strong>! Apolo não podia viver sem Dionísio! (O Nascimento daTragédia, p. 41).Ou seja, nem <strong>de</strong> um lado as puras formas, nem <strong>de</strong> outro as puras forças.Po<strong>de</strong>-se dizer que a dança <strong>de</strong> Isadora revela-se, <strong>no</strong> entanto, prioritariamentedionisíaca <strong>no</strong> sentido da abstração, <strong>de</strong> esvaziar o movimento <strong>de</strong> significadoexpressivo, construindo um pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> imanência em que a dança é o própriomovimento do sentido. Dizia Isadora: "Se eu pu<strong>de</strong>sse dizer a você o que <strong>de</strong>sejotransmitir, não haveria necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dançar." (LEMOS, 2005).Isadora dançava <strong>no</strong> “interior do seu corpo”, tornando-o um “meio” <strong>de</strong> on<strong>de</strong> seausentou toda a estranheza.Foram três as fontes <strong>de</strong> busca e também <strong>de</strong> inspiração <strong>de</strong> Isadora pelaorigem da dança: a Natureza, a Grécia Antiga e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si mesma. Acabouencontrando o plexo solar, fonte e origem <strong>de</strong> todo o movimento, algo muito diferentedo que ensinavam as Escolas <strong>de</strong> Ballet.Foi na Alemanha que Isadora conheceu a fil<strong>os</strong>ofia <strong>de</strong> Nietzsche, eincorporou esta fil<strong>os</strong>ofia à sua dança. Em 1903, em Berlim, ela fez um discurs<strong>os</strong>obre "A Dança do Futuro", on<strong>de</strong> argumentou que esta <strong>de</strong>veria ser parecida com adança da Grécia Antiga: livre e natural.
115Foi a primeira dançarina americana a utilizar <strong>os</strong> conceit<strong>os</strong> <strong>de</strong> "respiraçãonatural", que ela i<strong>de</strong>ntificava com as ondas do mar. E baseada neste movimentonatural do corpo huma<strong>no</strong>, comparou-a com outras artes, inclusive a fil<strong>os</strong>ofia.O Gesto, a dança:Há quase trinta an<strong>os</strong>, o antropólogo Gordon Hewes (1973)argumentou que o corpo não é mudo e que a linguagem está baseada naestrutura cognitiva inata ao gesto. O movimento é a n<strong>os</strong>sa língua natal en<strong>os</strong>so pensamento primordial (...) Os bebês, por exemplo, prestam atençãoao movimento e antecipam o que acontecerá, como <strong>no</strong> jogo <strong>de</strong> escon<strong>de</strong>escon<strong>de</strong>.(...) Com gest<strong>os</strong>, crianças cegas transmitem a adult<strong>os</strong> que po<strong>de</strong>menxergar informações concretas que não estavam contidas em nenhumponto <strong>de</strong> seu discurso. Além disso, n<strong>os</strong> cas<strong>os</strong> em que a fala e o gestotransmitem informações diferentes, <strong>os</strong> pesquisadores perceberam que ogesto tem o papel mais importante na mensagem recebida pel<strong>os</strong> ouvintes.Gest<strong>os</strong> que transmitem uma mensagem diferente diminuem a capacida<strong>de</strong>do ouvinte <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a mensagem falada (a linguagem da dança-JudithLynne Hanna). (LEMOS, 2005).Segundo Maurice Merleau-Ponty em Fe<strong>no</strong>me<strong>no</strong>logia da percepção, essessão moment<strong>os</strong> em que “o corpo proporciona a comunicação com as coisas”. Masquando é e por que é que gest<strong>os</strong> comuns se transformam em gest<strong>os</strong> dançad<strong>os</strong>?Baseada <strong>no</strong> conceito <strong>de</strong> u<strong>no</strong>-primordial (<strong>de</strong>spertadas as emoçõesdionisíacas, o homem, em êxtase, sente que todas as barreiras entre ele e <strong>os</strong> outr<strong>os</strong>homens estão rompidas. O U<strong>no</strong> Primordial é on<strong>de</strong> só existe lugar para a intensida<strong>de</strong>.Nesse mundo das emoções inconscientes, que abole a subjetivida<strong>de</strong>, o homemper<strong>de</strong> a consciência <strong>de</strong> si e se vê ao mesmo tempo <strong>no</strong> mundo da harmonia e da<strong>de</strong>sarmonia, da consonância e da dissonância, do prazer e da dor, da construção eda <strong>de</strong>struição, da vida e da morte.) <strong>de</strong> Nietzsche, Isadora Duncan acredita que obailari<strong>no</strong> <strong>de</strong>ve dançar “naturalmente”, com moviment<strong>os</strong> livres que encontrem namúsica uma moldura para o que vem <strong>de</strong> “<strong>de</strong>ntro para fora”. O corpo e o espírito éque interagem e moldam a música e não há uma coreografia ritmada e préestabelecida.Diz Isadora Duncan que essa é à busca da força dionisíaca na dançaatravés da expansão do plexo solar. Com a expansão e contração do tronco, o corpo
- Page 2 and 3:
Universidade Estadual Paulista “J
- Page 5:
DedicatóriaDedico esta monografia
- Page 8 and 9:
AgradecimentosEste trabalho só foi
- Page 10 and 11:
A Marina por encontrar as ultimas p
- Page 12 and 13:
AbstractIsadora Duncan was a dancer
- Page 15 and 16:
5I. IntroduçãoO movimento é a ex
- Page 17 and 18:
7impulsionaram a promover um tímid
- Page 20 and 21:
10contra o puritanismo. De tão uni
- Page 23 and 24:
13Ela levantou-se e protestou dizen
- Page 25 and 26:
15beijos dizendo que ela era a sua
- Page 27 and 28:
17O puritanismo era visto como um c
- Page 29:
19Isadora ganhava muito pouco, esta
- Page 32 and 33:
22dos Salões, onde dançou. (LEVER
- Page 34 and 35:
24Isadora consegue o dinheiro para
- Page 36 and 37:
26Um tempo depois ela conhece um jo
- Page 38 and 39:
28mundanas, só não havia conquist
- Page 40 and 41:
30admirava, observa que Isadora tem
- Page 42 and 43:
32Isadora sempre foi ansiosa por co
- Page 44:
34Em Viena, Isadora cai doente, foi
- Page 47 and 48:
37Quando voltam da sua viagem à Gr
- Page 49 and 50:
39Isadora tinha a idéia que podia
- Page 51 and 52:
41dança como arte de libertação
- Page 53 and 54:
43Isadora responde:Por que separar
- Page 55 and 56:
452004, p. 176-180).Em Moscou, o p
- Page 57 and 58:
47filhas de operários e de desempr
- Page 59 and 60:
49Era pretendido com esses exercíc
- Page 61 and 62:
51de uma hora para outra começa fa
- Page 63 and 64:
53obra. (LEVER, 1988, p. 143-144).E
- Page 65 and 66:
55perto do mar e em junho de 1905 v
- Page 67 and 68:
57Sinfônica de Nova Iorque, fecha
- Page 69 and 70:
59luxo que vivia agora, sente um mi
- Page 71 and 72:
61para a América.Depois Isadora at
- Page 73 and 74: 63Bataille, vem cumprimentá-la pel
- Page 75 and 76: 65Skene dizendo que todas as crian
- Page 77 and 78: 67reanimá-la. À noite, levaram os
- Page 79 and 80: 69esquecera havia tanto tempo.Depoi
- Page 81 and 82: 71com enfeites de buquês de flores
- Page 83 and 84: 73Na manhã seguinte, ele começou
- Page 85 and 86: 75Ela voltou para a Europa, por que
- Page 87 and 88: 77turnê pela Califórnia.Em são F
- Page 89 and 90: 79musical uma dissonância infeliz.
- Page 91 and 92: 81Isadora resolve agir, perambulou
- Page 93 and 94: 83(LEVER, 1988, p. 278).Depois que
- Page 95 and 96: 85Em junho de 1922 eles deixam Berl
- Page 97 and 98: 87marcará a aurora de uma nova era
- Page 99 and 100: 89Isadora nem sabia onde tinha ido
- Page 101 and 102: 91colocaria mais os pés naquele ho
- Page 103 and 104: 93tornou-se necessária.Isadora diz
- Page 105 and 106: 95xingamento em russo que ela conhe
- Page 107 and 108: 97existe no mundo essa coisa chamad
- Page 109 and 110: 99comparece de quando em quando par
- Page 111 and 112: 101E falava pra Mary sobre a saudad
- Page 113 and 114: 103gostaria de experimentar. E vira
- Page 115 and 116: 105Pela dança Isadora reinventa a
- Page 117 and 118: 107obras do compositor Ethelbert Ne
- Page 119 and 120: 109Oh, doce vida pagã apenas perce
- Page 121 and 122: 111patas aveludadas e deixa-se cair
- Page 123: 113Isadora e NietzscheIsadora tinha
- Page 127 and 128: 117primordial de que ele tanto fala
- Page 129 and 130: 119(1712-1778).Ele foi fundamental
- Page 131 and 132: 121nova sociedade. Era predominado
- Page 133 and 134: 123servindo à pátria nas guerras
- Page 135 and 136: 125a ginástica alemã.Criticava os
- Page 137 and 138: 127inteligência e expressão, o mo
- Page 139 and 140: 129Dacroze qualifica seu método co
- Page 141 and 142: 131Trata-se de uma educação execu
- Page 143 and 144: 133George Hebert (1875-1957), conti
- Page 145 and 146: 135Em 1930 fundamentou-se na ginás
- Page 147 and 148: 137III. CONCLUSÃO"Dancei desde o m
- Page 149 and 150: 139coreografias (Dança e/ou Ginás
- Page 151 and 152: 141Nas brincadeiras elas também po
- Page 153 and 154: 143Figura 6 Figura 7 Figura 8Figura
- Page 155 and 156: 145Figura 16 Figura 17 Figura 18Fig
- Page 157 and 158: 147IV. REFERÊNCIASACHCAR, D. Balle
- Page 159 and 160: 149AnexoFrases de Isadora:"Dançar
- Page 161: 151lobrigar no meu caminho. Apreens