112com o que se passa <strong>no</strong> front.A dança? A Arte? O que significa isso hoje? O que é a arte quando <strong>os</strong>jovens fazem diariamente o sacrifício <strong>de</strong> sua vida? Um objeto tão irrisórioquanto o seu bebe morto ou sua própria dor. Tão miserável e vão quanto amusica, a poesia ou a literatura. Uma traição, numa palavra, visto que tudoo que não tem por objeto a sacr<strong>os</strong>santa pátria esta forç<strong>os</strong>amente dirigidocontra ela. E mais uma vez ela se contem para não gritar: “A arte é maisimportante que a pátria! Maior que a vida!” (LEVER, 1988, p. 218).Perguntava-se sobre o que significava a dança, a arte n<strong>os</strong> dias <strong>de</strong> guerraque se passavam.O que é a arte quando <strong>os</strong> jovens fazem diariamente o sacrifício <strong>de</strong> suavida? Um objeto tão irrisório quanto o seu bebe morto ou sua própria dor.Tão miserável e vão quanto a musica, a poesia ou a literatura. Uma traição,numa palavra, visto que tudo o que não tem por objeto a sacr<strong>os</strong>santa pátriaesta forç<strong>os</strong>amente dirigindo contra ela”. Se contendo para não gritar: “Aarte é mais importante do que a pátria! Maior que a vida! (LEVER, 1988, p.218).Por uns Isadora era elevada às nuvens vendo nela a gran<strong>de</strong> sacerdotisa da<strong>no</strong>va arte, por outr<strong>os</strong> era severamente <strong>de</strong>sprezada, estes consi<strong>de</strong>ravam sua dançacomo a “movimentação aleatória <strong>de</strong> uma americana cândida” uma “cromo litografiaalemã copiada <strong>de</strong> um friso antigo”, uma “moldura para papeis pintad<strong>os</strong> fabricad<strong>os</strong>em Munique <strong>de</strong> acordo com algum vaso grego”. (LEVER, 1988, p. 238). Na Rússia:Apesar <strong>de</strong> sua ida<strong>de</strong> e corpulência, Isadora surpreen<strong>de</strong> o públicobelga pela graça inimitável do gesto e a magia que emana <strong>de</strong> suas danças.Cada uma <strong>de</strong>las se assemelha a um breve poema, fechando em si mesmoe como que saturado <strong>de</strong> sentido e emoção. Nunca um movimento gratuito.Tod<strong>os</strong> eles se enca<strong>de</strong>iam por uma espécie <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> e parecem tãonaturais em seu <strong>de</strong>senvolvimento quanto o crescimento da folha num ramo<strong>de</strong> árvore. Nenhuma faceirice. Nenhum cabotinismo. O efeito máximo coma mais estrita eco<strong>no</strong>mia d<strong>os</strong> mei<strong>os</strong>. Nenhuma afetação. Cada linha docorpo é uma obra prima <strong>de</strong> simplicida<strong>de</strong>.Isadora parece ter chegado a uma <strong>de</strong>puração tão total <strong>de</strong> sua arte,que sua dança assumiu agora a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do sig<strong>no</strong>. Já não dança amúsica, mas o significado oculto da música. Exprime o que <strong>os</strong> própri<strong>os</strong>sons são incapazes <strong>de</strong> exprimir. Seu gesto <strong>de</strong> um traçado puro, semconcessão ao episódio, concentra as sugestões mais ricas e exuberantesnum simples <strong>de</strong>slocamento d<strong>os</strong> volumes. Sua dança é uma obra, n<strong>os</strong>entido amplo; nutre-se <strong>de</strong>sse gran<strong>de</strong> silêncio interior graças ao qual abeleza encontra sua plenitu<strong>de</strong>. Uma gran<strong>de</strong> dançarina po<strong>de</strong> dar as pessoasalgo que elas guardarão por toda a vida, que nunca conseguirão esquecer,que as transformará, mesmo a sua revelia. (LEVER, 1988, p. 289-291).
113Isadora e NietzscheIsadora tinha Nietzsche, uma gran<strong>de</strong> inspiração, acredita que ele era umprecursor e um mestre da dança. Para ela Nietzsche foi o fil<strong>os</strong>ofo da dança.No inicio do seu livro ela escreve a seguinte frase <strong>de</strong> Nietzsche:“Se a minha virtu<strong>de</strong> é uma virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> bailari<strong>no</strong>; se muitas vezes saltei <strong>de</strong>pés junt<strong>os</strong> em êxtase <strong>de</strong> ouro e esmeralda; e se meu alfa e Ômega é quetudo o que é pesado se torne leve, todo corpo vire bailari<strong>no</strong>, todo espíritovive pássaro: então, em verda<strong>de</strong>, é isto o meu Alfa e Ômega.”“A mulher é um espelho” disse Nietzsche, Isadora se senta como umespelho que reflete que reage às pessoas e às forças exteriores segundo o seuinstinto.Sou como as heroínas das Metamorf<strong>os</strong>es <strong>de</strong> Ovídio: só mudo <strong>de</strong>sentimento e <strong>de</strong> caráter segundo <strong>os</strong> <strong>de</strong>cret<strong>os</strong> d<strong>os</strong> <strong>de</strong>uses imortais.(LEVER, 1988, p. 237).“Um Deus dança em mim ":Eu po<strong>de</strong>ria crer somente num <strong>de</strong>us que dançasse. E quando vi o meu<strong>de</strong>mônio eu o encontrei sério, rigor<strong>os</strong>o, profundo e solene: era o espírito dagravida<strong>de</strong> – por ele todas as coisas afundam. Não se mata por meio doódio. Mata-se por meio do riso. Venham, vam<strong>os</strong> matar o espírito <strong>de</strong>gravida<strong>de</strong>! Agora estou leve! Agora eu vôo! Agora um <strong>de</strong>us dança atravésdo meu corpo. (FN II (II) p.307, Assim falou Zaratustra, “Sobre o ler e oescrever” ]*Isadora e Nietzsche:... na dança a força máxima é apenas potencial, traindo-se, porém, naflexibilida<strong>de</strong> e na exuberância do movimento”. (Nietzsche, O Nascimento daTragédia, p. 63).Isadora Duncan tinha em Nietzsche, sua leitura <strong>de</strong> cabeceira encontrou, <strong>no</strong>final do séc. XIX e início do séc. XX, em “Assim falou Zaratustra” e em “ONascimento da Tragédia” pont<strong>os</strong> inspiradores para o <strong>de</strong>senvolvimento da sua dança.O Nascimento da Tragédia:Diz Nietzsche em “O Nascimento da Tragédia” que... algo jamais experimentado empenha-se a se exteriorizar... um <strong>no</strong>vo
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