110brotassem <strong>de</strong> sua alma e se unissem a orquestra. É Atena saindo armada da cabeça<strong>de</strong> Zeus. Quando dança parece estar ligada por todas as fibras <strong>de</strong> seu corpo àorquestra e seu maestro. (LEVER, 1988, p. 156).Artigo publicado <strong>no</strong> Sunday Sun <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1908:Quando Isadora dança, o espírito se projeta sécul<strong>os</strong> atrás, num passadoremonto; ele vai até a alvorada do mundo, ao tempo em que a gran<strong>de</strong>za daalma encontrava plena expressão na beleza do corpo, quando o ritmo domovimento correspondia ao do som, quando a cadência do corpo huma<strong>no</strong>não se distinguia da ca<strong>de</strong>ncia do vento e o mar, quando um gesto <strong>de</strong> braço<strong>de</strong> mulher era como uma pétala <strong>de</strong> uma r<strong>os</strong>a ao <strong>de</strong>sabrochar, quando apressão <strong>de</strong> seu pé sobre a relva não se dirigia mais do que uma folha quecai, acariciando a terra, quando todo o fervor da religião, do amor, dopatriotismo, quando o sacrifício ou a paixão se exprimiam ao ritmo dacítara, da harpa ou do tamboril, quando homens e mulheres, em êxtasessagrad<strong>os</strong>, dançavam diante <strong>de</strong> suas lareiras ou <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>uses,ou aindanas florestas e à beira mar, dando expansão à alegria que lhes borbulhavao peito – é que todas as impulsões fortes, gran<strong>de</strong>s e boas da alma humanase transmitem do espírito ao corpo em perfeita harmonia com o ritmo douniverso. (DUNCAN, p. 189).A dança ocupava meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu ser, vivia nela como um organism<strong>os</strong>eparado, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> sua vonta<strong>de</strong>. Se tentassem a arrancar, faria morrer nelaa sua mais bela parte, a mais pura a mais elevada. (LEVER, 1988, p. 171).Colette-Willy disse sobre Isadora:A linha do pescoço, o porte da cabeça lembram uma Sra. De Pougymais jovem e mais robusta. Toda a sua ingênua pessoa exprime umacompreensão muito anglo-saxônica da graça antiga, cumpre dize-lo... Mas,quando esta dançando, dança com todo o seu ser, d<strong>os</strong> cabel<strong>os</strong> solt<strong>os</strong> a<strong>os</strong>firmes calcanhares nus. O alegre e encantador movimento d<strong>os</strong> ombr<strong>os</strong>! Obonito joelho, preciso, lançado <strong>de</strong> repente para fora das musselinas,agressivo e obstinado como uma testa <strong>de</strong> carneiro! Em sua bacanal aomesmo tempo <strong>de</strong>senfreada e clássica, a dança das mã<strong>os</strong>, em que umachama e a outra indica, a dança das mã<strong>os</strong> completa, arremata a álacre<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> todo corpo r<strong>os</strong>ado e muscul<strong>os</strong>o, visível sob gazes emturbilhão...Ela dança, nasceu para dançar. Po<strong>de</strong>ria dançar mascarada, pois seucorpo fala mais que seu r<strong>os</strong>to, seu r<strong>os</strong>to amável e supérfluo. Dança e nãomima. Quando, coberta <strong>de</strong> véus escur<strong>os</strong>, ela finge a dor, foge das sombrasameaçadoras, soluça, conjura um Deus refugiado lá <strong>no</strong> alto, nas dobrasdas pesadas cortinas, ficam<strong>os</strong> a esperar pacientemente, polidamente que oinstante seguinte a restitua lumin<strong>os</strong>a, coroada <strong>de</strong> folhas, semi nua etrazendo somente, sobre a pele rósea e sanguínea <strong>de</strong> americana bemnutrida, dois ou três metr<strong>os</strong> <strong>de</strong> pink chiffon ...E ela dança, infatigável. Frenéticamente, a platéia pe<strong>de</strong> bis; elaaquiesce com uma inclinação da cabeça e repete. Dançarina ate morrer,sobre seus pés <strong>de</strong>scalç<strong>os</strong>, maravilh<strong>os</strong>amente mud<strong>os</strong>; aqui, não temo oabominável “bum!” surdo que estraga, na opera, as acrobacias coreógrafas<strong>de</strong>ssas donzelas... Ela se disten<strong>de</strong> em salt<strong>os</strong> silenci<strong>os</strong><strong>os</strong> <strong>de</strong> animal <strong>de</strong>
111patas aveludadas e <strong>de</strong>ixa-se cair, <strong>no</strong> fim <strong>de</strong> um rodopio <strong>de</strong> bacante, semmais ruído que o <strong>de</strong> uma flor ceifada...Penso na singularida<strong>de</strong> feminina quando contemplo todas aquelasmulheres que aplau<strong>de</strong>m Isadora Duncan. Meio levantadas para melhorgritar seu entusiasmo, elas se inclinam como se estivessem amarradas, acabeça coberta, atracadas, irreconhecíveis, na direção da pequena criaturanua <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seus véus, sobre seus pés intact<strong>os</strong> e leves, cuj<strong>os</strong> cabel<strong>os</strong>lis<strong>os</strong> se <strong>de</strong>satam...Não n<strong>os</strong> enganem<strong>os</strong>! Elas a aclamam, mas não a invejam. Saúdamna<strong>de</strong> longe e a contemplam, mas como uma <strong>de</strong>sgarrada, e não como umalibertadora. (LEVER, p. 159-160).“Uma dría<strong>de</strong> subitamente <strong>de</strong>scida do Olimpo” essa foi a impressão queIsadora causou em Karlbach. (DUNCAN, p. 98).Quando Isadora dança com seu filho na barriga, ela diz que sua dançaqueria exprimir o Amor, a Mulher, a Formação, a Terra fecunda, as Três Graçasfecundas, a Madona fecunda, a Primavera fecunda, tudo o que freme, tudo o quepromete uma vida. (DUNCAN, p. 204).A gran<strong>de</strong> música não <strong>de</strong>ve mais ser reservada a uns pouc<strong>os</strong> privilegiad<strong>os</strong>cult<strong>os</strong>. Deve ser dada gratuitamente as massas. Ela lhes é tão necessáriaquanto o ar e o pão, pois é o vinho espiritual da humanida<strong>de</strong>! (DUNCAN, p.214).Isadora acreditava que ela não tinha inventado a sua dança, ela estavaadormecida, existia antes <strong>de</strong> Isadora. Ela simplesmente a <strong>de</strong>scobriu e a <strong>de</strong>spertou.(KURTH, 2004, p. 37).De um modo estranhíssimo, a sua dança tem a virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> evocar”,disse o cenógrafo america<strong>no</strong> Robert Edmond Jones. “Parece n<strong>os</strong> lembrar<strong>de</strong> uma beleza que nós conhecem<strong>os</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre. Fala-n<strong>os</strong> <strong>de</strong> umaor<strong>de</strong>m e <strong>de</strong> uma harmonia sublimes das quais participam<strong>os</strong>, bastando paratanto n<strong>os</strong> lembram<strong>os</strong> <strong>de</strong>las. [...] Isadora n<strong>os</strong> <strong>de</strong>volveu algo que já foi n<strong>os</strong>so.Mais do que isso, ela n<strong>os</strong> disse, nas exaltações quase extáticas da <strong>no</strong>ite:Você me contou isso. Lembra-se? Lembra-se?. (KURTH, 2004, p. 11).Depois da morte <strong>de</strong> seus três (03) filh<strong>os</strong>, sua arte mudou. E em meio àguerra ela se sentia dia a dia mais estranha <strong>no</strong> meio daquela população <strong>de</strong>voradapela angustia, dobrada sobre si mesma, indiferente a tudo o que não seja guerra.Isadora pensa que nada mais tem a fazer em Paris, preocupada exclusivamente
- Page 2 and 3:
Universidade Estadual Paulista “J
- Page 5:
DedicatóriaDedico esta monografia
- Page 8 and 9:
AgradecimentosEste trabalho só foi
- Page 10 and 11:
A Marina por encontrar as ultimas p
- Page 12 and 13:
AbstractIsadora Duncan was a dancer
- Page 15 and 16:
5I. IntroduçãoO movimento é a ex
- Page 17 and 18:
7impulsionaram a promover um tímid
- Page 20 and 21:
10contra o puritanismo. De tão uni
- Page 23 and 24:
13Ela levantou-se e protestou dizen
- Page 25 and 26:
15beijos dizendo que ela era a sua
- Page 27 and 28:
17O puritanismo era visto como um c
- Page 29:
19Isadora ganhava muito pouco, esta
- Page 32 and 33:
22dos Salões, onde dançou. (LEVER
- Page 34 and 35:
24Isadora consegue o dinheiro para
- Page 36 and 37:
26Um tempo depois ela conhece um jo
- Page 38 and 39:
28mundanas, só não havia conquist
- Page 40 and 41:
30admirava, observa que Isadora tem
- Page 42 and 43:
32Isadora sempre foi ansiosa por co
- Page 44:
34Em Viena, Isadora cai doente, foi
- Page 47 and 48:
37Quando voltam da sua viagem à Gr
- Page 49 and 50:
39Isadora tinha a idéia que podia
- Page 51 and 52:
41dança como arte de libertação
- Page 53 and 54:
43Isadora responde:Por que separar
- Page 55 and 56:
452004, p. 176-180).Em Moscou, o p
- Page 57 and 58:
47filhas de operários e de desempr
- Page 59 and 60:
49Era pretendido com esses exercíc
- Page 61 and 62:
51de uma hora para outra começa fa
- Page 63 and 64:
53obra. (LEVER, 1988, p. 143-144).E
- Page 65 and 66:
55perto do mar e em junho de 1905 v
- Page 67 and 68:
57Sinfônica de Nova Iorque, fecha
- Page 69 and 70: 59luxo que vivia agora, sente um mi
- Page 71 and 72: 61para a América.Depois Isadora at
- Page 73 and 74: 63Bataille, vem cumprimentá-la pel
- Page 75 and 76: 65Skene dizendo que todas as crian
- Page 77 and 78: 67reanimá-la. À noite, levaram os
- Page 79 and 80: 69esquecera havia tanto tempo.Depoi
- Page 81 and 82: 71com enfeites de buquês de flores
- Page 83 and 84: 73Na manhã seguinte, ele começou
- Page 85 and 86: 75Ela voltou para a Europa, por que
- Page 87 and 88: 77turnê pela Califórnia.Em são F
- Page 89 and 90: 79musical uma dissonância infeliz.
- Page 91 and 92: 81Isadora resolve agir, perambulou
- Page 93 and 94: 83(LEVER, 1988, p. 278).Depois que
- Page 95 and 96: 85Em junho de 1922 eles deixam Berl
- Page 97 and 98: 87marcará a aurora de uma nova era
- Page 99 and 100: 89Isadora nem sabia onde tinha ido
- Page 101 and 102: 91colocaria mais os pés naquele ho
- Page 103 and 104: 93tornou-se necessária.Isadora diz
- Page 105 and 106: 95xingamento em russo que ela conhe
- Page 107 and 108: 97existe no mundo essa coisa chamad
- Page 109 and 110: 99comparece de quando em quando par
- Page 111 and 112: 101E falava pra Mary sobre a saudad
- Page 113 and 114: 103gostaria de experimentar. E vira
- Page 115 and 116: 105Pela dança Isadora reinventa a
- Page 117 and 118: 107obras do compositor Ethelbert Ne
- Page 119: 109Oh, doce vida pagã apenas perce
- Page 123 and 124: 113Isadora e NietzscheIsadora tinha
- Page 125 and 126: 115Foi a primeira dançarina americ
- Page 127 and 128: 117primordial de que ele tanto fala
- Page 129 and 130: 119(1712-1778).Ele foi fundamental
- Page 131 and 132: 121nova sociedade. Era predominado
- Page 133 and 134: 123servindo à pátria nas guerras
- Page 135 and 136: 125a ginástica alemã.Criticava os
- Page 137 and 138: 127inteligência e expressão, o mo
- Page 139 and 140: 129Dacroze qualifica seu método co
- Page 141 and 142: 131Trata-se de uma educação execu
- Page 143 and 144: 133George Hebert (1875-1957), conti
- Page 145 and 146: 135Em 1930 fundamentou-se na ginás
- Page 147 and 148: 137III. CONCLUSÃO"Dancei desde o m
- Page 149 and 150: 139coreografias (Dança e/ou Ginás
- Page 151 and 152: 141Nas brincadeiras elas também po
- Page 153 and 154: 143Figura 6 Figura 7 Figura 8Figura
- Page 155 and 156: 145Figura 16 Figura 17 Figura 18Fig
- Page 157 and 158: 147IV. REFERÊNCIASACHCAR, D. Balle
- Page 159 and 160: 149AnexoFrases de Isadora:"Dançar
- Page 161: 151lobrigar no meu caminho. Apreens