44dança para fazer <strong>de</strong> tod<strong>os</strong> esses prazeres um prazer único. (LEVER, 1988, p. 124).Ela achava o balé tira<strong>no</strong>, o raquitismo das bailarinas sempre a horrorizou.Pavlova tinha como refeição um copo <strong>de</strong> água, e exercíci<strong>os</strong> vigor<strong>os</strong><strong>os</strong>.(LEVER, 1988, p. 231).Quando ela vai visitar a bailarina Pavlova, do balé russo, a encontra seexercitando na barra, uma ginástica muito severa, por três horas, Isadora ficousentada assistindo <strong>os</strong> exercíci<strong>os</strong> <strong>de</strong> Pavlova, ela parecia ter um corpo <strong>de</strong> aço e não<strong>de</strong>scansou nem um minuto.Quando foram almoçar Pavlova parecia abatida e pálida, mal tocou nacomida.No dia seguinte, Isadora visita a Escola Imperial <strong>de</strong> Balé, on<strong>de</strong> vê variasmenininhas em fila; “executando <strong>os</strong> exercíci<strong>os</strong> mais cruéis. Ficavam, durante horas,sobre a ponta d<strong>os</strong> pés, como se f<strong>os</strong>sem vitimas <strong>de</strong> uma implacável e inútilinquisição...”. (DUNCAN, p. 143).Isadora acreditava que o balé não era para as Americanas, pois elas nem aomen<strong>os</strong> tinham o físico para tal. (DUNCAN, p. 287).Em 1905, surgiram <strong>os</strong> primeir<strong>os</strong> balés mo<strong>de</strong>rn<strong>os</strong>, isso graças a IsadoraDuncan, dizia Diaghilev. Acrescenta ainda que em 1926, ele e Fokine, haviamassistid<strong>os</strong>, junt<strong>os</strong>, Isadora dançando; Fokine ficou encantado pela maneira <strong>de</strong>dançar <strong>de</strong> Isadora e confessa que teve influência <strong>de</strong>la, em toda a sua carreira.(KURTH, 2004, p. 172-173).Enquanto Marius Petipa, acreditava na dança pela dança e <strong>no</strong> virtu<strong>os</strong>ismoelevado a Espetáculo, Isadora queria elevar a dança como Arte. Foi <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>Isadora que o balé russo começou a coreografar musicas <strong>de</strong> Chopine Schumann,usar roupas gregas; algumas bailarinas tiraram as sapatilhas e as meias (KURTH,
452004, p. 176-180).Em M<strong>os</strong>cou, o público a acolhe <strong>de</strong> maneira mais reservada, alguns ficamindignad<strong>os</strong>, são <strong>os</strong> artistas e <strong>os</strong> intelectuais que a compreen<strong>de</strong> melhor.É por volta <strong>de</strong> 1905, em M<strong>os</strong>cou, que Isadora conheceu ConstantinStanislavski, ela se sente finalmente na presença <strong>de</strong> um verda<strong>de</strong>iro homem.Os dois se encontram <strong>de</strong> madrugada, após o espetáculo <strong>de</strong>le, falam sobre aArte do ator, e sobre Dança. Ele a observa em espetácul<strong>os</strong>, ensai<strong>os</strong> e exercíci<strong>os</strong>.Ela <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> tomar a iniciativa com Stanislavski, e, uma <strong>no</strong>ite o beija, ele dizser loucura, pois o que fariam do filho que arriscariam a ter? Ele já era casado, e nã<strong>os</strong>uportaria ver um filho educado sem a sua direção. Isadora se sente acometida poruma crise <strong>de</strong> ris<strong>os</strong>, ele a olha com consternação e vai embora. Depois <strong>de</strong> rir muitasvezes durante a <strong>no</strong>ite, sente um amargo exasperado. Pensa que se f<strong>os</strong>se umhomem nesta mesma situação, iria aliviar-se num bor<strong>de</strong>l, mas não tinha nem esserecurso. (DUNCAN, p. 143-144-146-147).Em Berlim, ela <strong>de</strong>sabafa com sua amiga Mary, tinha 27 an<strong>os</strong> e só tinhaconhecido o amor uma vez, quando se apaixonava, por homens, eles fugiam.Mary dizia que Isadora provocava medo n<strong>os</strong> homens, que ela era uma<strong>de</strong>usa, uma mulher livre e <strong>de</strong> cultura, e <strong>os</strong> homens tinham a impressão que ela <strong>os</strong>rebaixavam. “Você é uma perig<strong>os</strong>a revolucionaria, como dançarina e como mulher.E, pior, você o é com a maior ingenuida<strong>de</strong> do mundo, o que a torna ainda maistemível.” (LEVER, 1988, p. 128-129).Em Berlim, falava-se muito <strong>de</strong> seus pés <strong>de</strong>scalç<strong>os</strong>. Na <strong>no</strong>ite <strong>de</strong> estréia,puseram tapetes <strong>de</strong> veludo <strong>no</strong> caminho entre seu camarim e o palco. (KURTH, 2004,p. 177).Em Kiev. Os estudantes seguiam o c<strong>os</strong>tume <strong>de</strong> <strong>de</strong>satrelar o carro para
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