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Elas por elas 2009

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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[ Mulher e trabalho ]

proporcionalmente maior que a verificada para as

mulheres (24,1%, contra 11,2%). Os dados da Pes -

qui sa Mensal do Emprego (PME/IBGE) revelam

também o fortalecimento da tendência de substituição

da mão-de-obra masculina por feminina na

construção civil (-3%, contra + 17% respecti va men -

te). Na indústria, as mulheres perderam mais

postos: -8,38%, contra -4,81% dos homens”.

Uma das pesquisadoras do IPEA, Nathália

Fontoura, que participou desse estudo afirma que a

crise econômica mundial tem afetado principal -

mente as mulheres. Só na região metropolitana de

Belo Horizonte 28 mil mulheres foram demitidas

entre setembro de 2008 e abril desse ano, enquanto

isso, no mesmo período, 13 mil homens perderam o

emprego. Segundo Natália Fontoura muitas mulheres

estão desistindo de procurar uma nova

ocupação e assumindo os trabalhos domésticos já

que não têm mais renda para pagar uma empregada

ou faxineira. A crise estaria levando parte das mulheres

à inatividade.

A cientista política Marlise Matos observa que

também no mercado de trabalho, no ideário do

sistema capitalista, está mantida a divisão entre

espa ço público como esfera masculina e privado de

ocupação feminina. Trata-se, como afirmou, de uma

questão mais estrutural do que cultural, embora

reconheça que o patriarcado está na base do sistema

capitalista. O capitalismo tem na mão-de-obra femi -

nina, qualificada ou não, sua reserva de mercado

mais barata e em maior número.

Marlise Matos observa outro fenômeno, que é

o aumento do número de mulheres chefes de

família, que chega a 30% dos domicílios no Brasil. O

resultado é o empobrecimento das mulheres, na me -

dida em que o mercado de trabalho utiliza de dois

pesos e duas medidas na contratação e remu ne -

ração, que obedecem, menos à qualificação e capa -

cidade e mais a uma divisão sexual do trabalho.

Outra questão de destaque refere-se às mulheres

que vivem sob o jugo do marido, companheiro, e que

quando conseguem uma autonomia econômica, por

menor que seja , por meio de programas sociais de

trans ferência de renda, buscam a separação e

assumem a chefia da casa.

Na educação, observa-se que meninos e

meninas têm trajetórias diferentes. Os meninos concluem

em menor número o ensino médio por ten -

tarem conciliar trabalho e estudo. No ensino

su pe rior, as mulheres são maioria tanto nos cursos

de graduação como nos de pós-graduação. Mas as

mulheres, observa Marlise Matos, procuram mais

cursos vinculados ao papel de cuidadora. Entre os

dez maiores cursos por número de matrícula no ano

de 2005, as áreas com os maiores percentuais de

matrícula do sexo feminino foram: Pedagogia

(91,3%), Letras (80%) e Enfermagem (82,9%). Já

os cursos com os maiores percentuais de matrícula

do sexo masculino foram: Engenharia (79,7%) e

Ciência da Computação (81,2%).

Se mulheres e homens têm inserção diferen cia -

da no mercado de trabalho e tratamento desigual,

seguramente os efeitos de uma crise econômica

como a que está em curso, vai atingir também de

forma distinta homens e mulheres. As pesquisas

apontadas neste texto comprovam isto, mais ainda,

que há uma urgência de que mulheres e homens tenham

tratamento igualitário e sejam valorizados em

suas competências para que a sociedade se transforme

para o bem da humanidade.f

Economista Mário Rodarte: mulheres respondem por 53,1% da mão de

obra formal na região metropolitana de Belo Horizonte.

Arquivo

10 ELAS POR ELAS - AGOSTO DE 2009

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