Elas por elas 2009
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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[ Mulher e mídia ]
Arquivo
tende a se expandir. A professora de jornalismo Ana
Maria Rodrigues também. Ela acredita em mu -
danças mais profundas e emancipatórias das mulheres,
inclusive as mulheres jornalistas, que
estariam galgando novos espaços dentro das
redações.
Desqualificação de gênero
A psicóloga Silvia Flores faz a defesa de que a
mídia não pode ser demonizada porque ela reproduziria
o que a sociedade é. A psicóloga diz que
mulheres desinformadas, que não querem evoluir,
existem no mundo real e não são invenções da
mídia. “Acho que hoje a mulher está sendo representada
de uma maneira mais fiel e realista que
há 20 e 30 anos. Inclusive quando é banalizada.
Porque algumas mulheres não se emanciparam, não
desejam se emancipar como indivíduo completo e
tornam-se a metade da laranja do marido. Aquela
mulher que só existe por procuração, primeiro do
pai, depois do marido”.
A psicóloga observa que a mudança na compreensão
do papel da mulher e do homem depende
da base familiar, da escola e políticas de governo.
Silvia Flores chama a atenção para o fato de serem
as mulheres a grande maioria dos educadores no
país, sendo a profissão tratada como de segundo
escalão. Isto tem a ver com a desqualificação de
gênero, finaliza Silvia.
Observa-se que no processo de construção da
identidade feminina há uma negação da mulher
como sujeito. Se nessa construção as mulheres,
além de oprimidas, são apresentadas como cúmplices,
ou compactuando com a manutenção das
formas definidoras do ser feminino e sua identidade,
a questão que se coloca é como as mulheres darão
mais um passo à frente. Para enfrentar esta
situação, o movimento feminista vem elaborando
ideias e observando o processo de construção das
notícias no Brasil. Foi identificado, em vários
estudos, que há uma forte tendência nos meios de
comunicação à negação do protagonismo da mulher.
Silvia Flores, psicóloga, defende que a mídia não pode ser demonizada, pois
reproduz a sociedade.
Isto porque esses meios operam com uma imagem
estereotipada da mulher. Entretanto, esta falha vem
sendo compensada com a utilização de mídias
alternativas, principalmente via internet pelas
organizações feministas.
A criação de um Observatório da Mulher tem
permitido o acompanhamento das lutas das mulheres
no Brasil e a leitura de contextos. As datas
comemorativas – 8 de Março, as campanhas contra
a violência doméstica, a Lei Maria da Penha, que
completou três anos –, são alguns dos momentos em
que as questões de gênero ganham espaços na
mídia. Há um fluxo e refluxo na produção midiática
relacionadas à questão da mulher, que, às vezes, é
tratada de forma equivocada, policialesca.
Em outras ocasiões elas ganham espaço em
função da personalidade em foco naquele momento.
As organizações de mulheres, portanto, empunham
bandeiras e se lançam também num processo de
negociação constante, de busca de diálogo com a
mídia, na qual está inserido um grande conflito de
interesses, para que suas ideias conquistem
corações e mentes e sejam reconhecidas como
prioridade na agenda social e política do país.f
42 ELAS POR ELAS - AGOSTO DE 2009