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TOMO I - VOL. 1 - Diagnóstico - Governo do Estado de Pernambuco

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pelas rochas cristalinas, que apresentam uma gran<strong>de</strong> distribuição geográfica<br />

(praticamente toda a bacia), embora possua péssimas condições <strong>de</strong> armazenamento<br />

d’água, e o meio aluvial, ao longo das calhas fluviais, que apesar <strong>de</strong> possuir boas<br />

porosida<strong>de</strong> e permeabilida<strong>de</strong>, é constituí<strong>do</strong> por <strong>de</strong>pósitos limita<strong>do</strong>s, tanto em área<br />

superficial como em profundida<strong>de</strong>. Ocorre também, <strong>de</strong> forma restrita o aquífero<br />

intersticial, no limite leste da bacia.<br />

O maciço rochoso (cristalino) po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como um meio aquífero, se ele<br />

possui fraturas ou fissuras que possibilitem uma acumulação <strong>de</strong> água na<br />

subsuperfície; nesse caso, tem-se o aquífero fissural, em contraposição ao aquífero<br />

intersticial no meio poroso, <strong>do</strong> qual o aquífero aluvial constitui um caso particular.<br />

4.3.1 O aquífero fissural<br />

As rochas duras fraturadas se comportam, hidrogeologicamente, em função das<br />

suas características físicas, como coesão, ângulo <strong>de</strong> atrito, módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> e<br />

energia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação. Assim, em função <strong>de</strong>ssas características, numa rocha que<br />

possui maior módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, ou seja, as mais resistentes, as tensões <strong>de</strong><br />

tração, geradas pelo esforço compressivo, são maiores, proporcionan<strong>do</strong> fraturas<br />

mais abertas; enquanto isso, a energia <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação, que é função inversa <strong>do</strong><br />

módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, atua <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> inverso, ou seja, a frequência <strong>de</strong> planos <strong>de</strong><br />

fratura será maior nas rochas menos resistentes <strong>do</strong> que nas rochas mais resistentes.<br />

Na região em estu<strong>do</strong>, pre<strong>do</strong>minam as rochas <strong>de</strong> maior resistência à <strong>de</strong>formação<br />

ruptural, representada por granitos e migmatitos. Nelas ocorrem, portanto, fraturas<br />

mais abertas, porém com menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planos. Nessas rochas a<br />

permeabilida<strong>de</strong> fissural é maior porém a transmissivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> meio é menor; o que<br />

não ocorre em rochas xistosas, on<strong>de</strong> a permeabilida<strong>de</strong> fissural é menor porém a<br />

transmissivida<strong>de</strong> é maior. Em outras palavras, nas rochas mais resistentes, por<br />

possuírem fraturas mais abertas, o fluxo é maior porém o volume <strong>de</strong> água por<br />

unida<strong>de</strong> cúbica <strong>do</strong> meio é menor, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à baixa intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fraturas; nas rochas<br />

menos resistentes a percolação é lenta, embora possam ter maior volume <strong>de</strong> água<br />

armazenada.<br />

Esta é a razão pela qual, em geral, os poços perfura<strong>do</strong>s nas rochas mais resistentes,<br />

tipo migmatito, possuem menor vazão <strong>do</strong> que as rochas xistosas, porém a qualida<strong>de</strong><br />

da água é melhor naquelas <strong>do</strong> que nestas.<br />

A alimentação ou recarga <strong>do</strong> aquífero fissural, embora possa ocorrer ao longo <strong>de</strong><br />

toda a superfície <strong>do</strong> terreno on<strong>de</strong> as rochas apresentam fraturas aflorantes, sua<br />

maior afluência verifica-se nos vales fluviais, principalmente nos trechos em que a<br />

drenagem superficial coinci<strong>de</strong> com as direções <strong>de</strong> fraturas, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> na<br />

hidrogeologia <strong>de</strong> “riacho-fenda”.<br />

A locação <strong>de</strong> um poço, quan<strong>do</strong> tecnicamente loca<strong>do</strong>, procura justamente encontrar<br />

essas situações, em que existam fraturas abertas nas rochas e estas estejam<br />

alinhadas com trechos <strong>de</strong> rios ou riachos que propiciam a sua alimentação hídrica.<br />

A circulação no aquífero fissural é pre<strong>do</strong>minantemente segun<strong>do</strong> a vertical, haven<strong>do</strong><br />

pouca circulação no senti<strong>do</strong> horizontal, como ocorre no meio poroso. As suas<br />

velocida<strong>de</strong>s são baixas e ten<strong>de</strong>m a diminuir com a profundida<strong>de</strong>, ten<strong>do</strong> em vista que<br />

as fraturas na crosta são mais abertas próximo à superfície, fechan<strong>do</strong>-se em<br />

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