TOMO I - VOL. 1 - Diagnóstico - Governo do Estado de Pernambuco
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3.6 EVAPOTRANSPIRAÇÕES POTENCIAIS MENSAIS MÉDIAS<br />
Antes <strong>de</strong> iniciarmos os estu<strong>do</strong>s referentes ao cálculo da evapotranspirações<br />
potenciais, que é objeto <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> clima e disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos hídricos<br />
no referi<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento, é necessário fazer uma distinção entre esta variável e a<br />
evaporação.<br />
A água precipitada sobre a superfície terrestre retorna à atmosfera pelos efeitos da<br />
evaporação e transpiração. Devi<strong>do</strong> a isso, a mensuração <strong>de</strong>sses <strong>do</strong>is processos é<br />
fundamental para o hidrologista na elaboração <strong>de</strong> projetos, visto que afetam<br />
diretamente o rendimento <strong>de</strong> bacias hidrográficas, a <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
reservatório, projetos <strong>de</strong> irrigação e disponibilida<strong>de</strong> para o abastecimento <strong>de</strong><br />
cida<strong>de</strong>s, entre outros.<br />
A evaporação ocorre quan<strong>do</strong> se inicia um processo <strong>de</strong> aquecimento da água, em<br />
função da incidência <strong>de</strong> calor, até que seja atingi<strong>do</strong> seu ponto <strong>de</strong> ebulição.<br />
Prosseguin<strong>do</strong> a cessão <strong>de</strong> calor, este não mais atua na elevação da temperatura,<br />
mas como calor latente <strong>de</strong> vaporização, converten<strong>do</strong> a água <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> para<br />
o gasoso. Este vapor d’água se liberta da massa líquida e passa a compor a<br />
atmosfera, situan<strong>do</strong>-se nas camadas mais próximas da superfície.<br />
Além da evaporação <strong>de</strong>scrita acima, existe o mecanismo <strong>de</strong> transpiração <strong>do</strong>s<br />
vegetais que para <strong>de</strong>sempenhar suas necessida<strong>de</strong>s fisiológicas, retiram a água <strong>do</strong><br />
solo através <strong>de</strong> suas raízes, retêm uma pequena fração e <strong>de</strong>volvem o restante<br />
através das superfícies folhosas, sob forma <strong>de</strong> vapor d’água, pelo processo <strong>de</strong><br />
transpiração.<br />
Em solos com cobertura vegetal é praticamente impossível separar o vapor d’água<br />
proveniente da evaporação <strong>do</strong> solo daquele origina<strong>do</strong> da transpiração. Neste caso, a<br />
análise <strong>do</strong> aumento da umida<strong>de</strong> atmosférica é feita <strong>de</strong> forma conjunta, interligan<strong>do</strong><br />
os <strong>do</strong>is processos num processo único, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong> evapotranspiração.<br />
A evapotranspiração potencial <strong>de</strong> Hargreaves é um parâmetro <strong>de</strong> relativamente fácil<br />
inferência a partir <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong>, temperatura e umida<strong>de</strong> relativa<br />
(Quadro 8), sen<strong>do</strong> muito utiliza<strong>do</strong> em regiões mais úmidas em que o parâmetro <strong>de</strong><br />
umida<strong>de</strong> relativa varia mais ao longo <strong>do</strong> ano.<br />
Os valores médios mensais da evapotranspiração potencial <strong>de</strong> Hargreaves são<br />
inferi<strong>do</strong>s através da seguinte função:<br />
EVTP (i) = FL * (32 + 1.8 * TEMP) * 0.158 * (100 – HU)0.5 (1)<br />
on<strong>de</strong>:<br />
EVTP (i) = evapotranspiração potencial <strong>de</strong> Hargreaves (mm) para o mês “i”;<br />
FL = fator <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong>, calcula<strong>do</strong> através <strong>do</strong> Quadro 8;<br />
TEMP = temperatura média mensal (ºC);<br />
HU = umida<strong>de</strong> relativa média mensal (%).<br />
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