TOMO I - VOL. 1 - Diagnóstico - Governo do Estado de Pernambuco
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profundida<strong>de</strong>.<br />
Na região Nor<strong>de</strong>ste, esse limite <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> fraturas é relativamente baixo, se<br />
compara<strong>do</strong> com as regiões no sul <strong>do</strong> país. O condicionamento geo-estrutural <strong>do</strong><br />
embasamento cristalino, na região Nor<strong>de</strong>ste, não apresenta condições <strong>de</strong><br />
armazenamento d’água a partir <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>s superiores a 60m (em média). Os<br />
estu<strong>do</strong>s já realiza<strong>do</strong>s e a própria experiência com a perfuração <strong>de</strong> poços têm<br />
mostra<strong>do</strong> que, a partir <strong>de</strong> 50m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, as chances <strong>de</strong> se obter água em<br />
fraturas são da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> apenas 5%.<br />
Alem <strong>de</strong> se tornar mais difícil a obtenção <strong>de</strong> água a partir <strong>de</strong> maiores profundida<strong>de</strong>s,<br />
a qualida<strong>de</strong> da água em teor salino é bem pior, ten<strong>do</strong> em vista a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
renovação <strong>de</strong>ssas águas profundas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à precária circulação nas fraturas semifechadas.<br />
O exutório <strong>do</strong> aquífero fissural é, na maior parte, procedi<strong>do</strong> artificialmente, através<br />
<strong>de</strong> poços perfura<strong>do</strong>s, pois a posição da superfície hidrostática em relação às zonas<br />
<strong>de</strong> drenagem superficial e a reduzida percolação horizontal impe<strong>de</strong>m a ressurgência<br />
<strong>de</strong>ssas águas na superfície. Eventualmente, nas bordas <strong>de</strong> altiplanos, ocorrem<br />
ressurgências na forma <strong>de</strong> fontes, em geral drenantes apenas durante alguns<br />
meses, após o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> chuvas, situação não encontrada na bacia hidrográfica <strong>do</strong><br />
rio Ipojuca.<br />
4.3.2 O aquífero aluvial<br />
A análise que será procedida para esse aquífero tomará por base o estu<strong>do</strong><br />
hidrogeológico executa<strong>do</strong> na bacia hidrográfica <strong>do</strong> rio Ipojuca pela COTEC em l984,<br />
para a SUDESA/SAG, compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o alto e médio cursos <strong>do</strong> rio, até o município<br />
<strong>de</strong> Gravatá, o que correspon<strong>de</strong> a cerca <strong>de</strong> 75% da área representada pelo estu<strong>do</strong><br />
atual.<br />
Um <strong>de</strong>pósito aluvial tem por características hidrogeológicas a heterogeneida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>corrente das interdigitações lenticulares <strong>de</strong> distintas composições<br />
granulométricas; a anisotropia, que resulta da variação <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> das<br />
frações pelíticas e psamíticas <strong>do</strong> <strong>de</strong>pósito e a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, proporcionada pela<br />
interrupção ou forte limitação <strong>do</strong> <strong>de</strong>pósito em vários trechos <strong>do</strong> rio, <strong>de</strong>corrente da<br />
ondulação <strong>do</strong> substrato rochoso e <strong>de</strong> processos erosivos.<br />
Assim, o aquífero aluvial é bastante irregular, pela própria geometria, on<strong>de</strong> as três<br />
dimensões são completamente <strong>de</strong>sproporcionais, sen<strong>do</strong> o comprimento (extensão)<br />
muito maior que a largura e esta, por sua vez, bem superior à espessura, ou<br />
seja: C>L>E. Numa situação normal, po<strong>de</strong>-se traduzir, por exemplo, a extensão <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>pósito na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> centenas a milhares <strong>de</strong> metros, a largura <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>pósito na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas a centenas <strong>de</strong> metros e a espessura na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />
alguns metros.<br />
Na bacia hidrográfica <strong>do</strong> rio Ipojuca, foram estuda<strong>do</strong>s pela COTEC os <strong>de</strong>pósitos<br />
aluviais em 8 (oito) locais distintos ao longo <strong>do</strong> vale, nos pontos seguintes: Cacimba<br />
Velha, Sitio Cal<strong>de</strong>irão, Sitio da Moça, Cajueiro, Vila Raizes, Fazenda Santa Isabel,<br />
Fazendinha e Bom Jesus. As três primeiras situam-se no trecho a montante <strong>de</strong><br />
Sanharó, até o município <strong>de</strong> Poção; a quarta fica no rio Liberal, principal afluente <strong>do</strong><br />
Ipojuca pela margem direita; a quinta situa-se próximo a Belo Jardim; a sexta<br />
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