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TOMO I - VOL. 1 - Diagnóstico - Governo do Estado de Pernambuco

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concentradas na região semiárida e as inundações, nos centros urbanos,<br />

especialmente na região metropolitana, quase sempre associadas a erosão e<br />

<strong>de</strong>slizamento em encostas ocupadas, nos perío<strong>do</strong>s chuvosos.<br />

As expectativas <strong>de</strong> elevação da temperatura na superfície <strong>do</strong> planeta, baseadas nas<br />

tendências <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s registra<strong>do</strong>s em alguns países, constam <strong>do</strong> relatório <strong>do</strong> INPE<br />

para o MMA (Marengo, 2007):<br />

“A década <strong>de</strong> 1990 foi a mais quente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as primeiras medições, no fim <strong>do</strong><br />

século XIX, foram efetuadas. Este aumento nas décadas recentes correspon<strong>de</strong> ao<br />

aumento no uso <strong>de</strong> combustível fóssil durante este perío<strong>do</strong>. Até finais <strong>do</strong> século XX,<br />

o ano <strong>de</strong> 1998 foi o mais quente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início das observações meteorológicas em<br />

1861, com +0.54ºC acima da média histórica <strong>de</strong> 1961-90. Os últimos 11 anos, 1995-<br />

2004 (com exceção <strong>de</strong> 1996) estão entre os mais quentes no perío<strong>do</strong> instrumental.<br />

Já no século XXI, a temperatura <strong>do</strong> ar a nível global em 2005 foi <strong>de</strong> +0.48ºC acima<br />

da média, sen<strong>do</strong> este o segun<strong>do</strong> ano mais quente <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> observacional.”<br />

Historicamente a região semiárida sempre foi afetada por gran<strong>de</strong>s secas com relatos<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XVII, quan<strong>do</strong> os portugueses chegaram à região. Estatisticamente,<br />

acontecem <strong>de</strong> 18 a 20 anos <strong>de</strong> seca a cada 100 anos e apenas 12 <strong>do</strong>s 29 anos <strong>de</strong><br />

El Niño, (durante 137 anos, no perío<strong>do</strong> 1849-1985) foram associa<strong>do</strong>s a secas na<br />

região (Kane, 1989, in: Marengo, 2007).<br />

O semiári<strong>do</strong> nor<strong>de</strong>stino é também suscetível a enchentes, a exemplo das fortes<br />

chuvas <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004, com mais <strong>de</strong> 1.000mm <strong>de</strong> água em apenas um mês,<br />

quan<strong>do</strong> a média histórica anual é <strong>de</strong> 550mm a 600mm anuais. Comunida<strong>de</strong>s ficaram<br />

isoladas, casas, barragens e reservatórios foram <strong>de</strong>struí<strong>do</strong>s, houve morte <strong>de</strong><br />

pessoas e <strong>de</strong> animais e perda na produção. De acor<strong>do</strong> com o CPTEC/INPE, as<br />

causas <strong>de</strong>stas chuvas intensas <strong>de</strong>vem-se possivelmente ao transporte <strong>de</strong> umida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Atlântico tropical e da bacia Amazônica até o Nor<strong>de</strong>ste.<br />

Em setembro <strong>de</strong> 2009, 28 municípios <strong>do</strong> agreste e <strong>do</strong> Sertão <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong><br />

<strong>de</strong>cretaram esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> emergência. As previsões meteorológicas para a região<br />

agreste eram <strong>de</strong> pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> tempo seco e quente e, embora tenha chovi<strong>do</strong><br />

acima <strong>do</strong> normal, a taxa <strong>de</strong> evaporação foi elevada (>5mm/dia).<br />

Um indica<strong>do</strong>r importante para a caracterização <strong>do</strong> semiári<strong>do</strong> é o índice <strong>de</strong><br />

vulnerabilida<strong>de</strong> climática, referente ao número <strong>de</strong> dias com déficit hídrico (dias secos<br />

consecutivos); no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1999 até 2003, áreas da região agreste apresentaram<br />

déficit hídrico superior a 30 dias, no trimestre chuvoso.<br />

A partir da década <strong>de</strong> 1970, o volume <strong>de</strong> chuvas na região semiárida tem si<strong>do</strong> menor<br />

em relação aos anos anteriores, embora o ano <strong>de</strong> 1985, tenha si<strong>do</strong> muito úmi<strong>do</strong>.<br />

Esta variabilida<strong>de</strong> também foi observada nas vazões <strong>do</strong> rio São Francisco em<br />

Sobradinho, on<strong>de</strong> a tendência relativamente positiva <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1931, contrasta com a<br />

tendência negativa observada a partir <strong>de</strong> 1979, embora neste caso, a redução na<br />

vazão possa ter si<strong>do</strong> também <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> uso mais intenso da água, nos projetos<br />

<strong>de</strong> agricultura irrigada.<br />

Embora não se disponham <strong>de</strong> monitoramentos <strong>de</strong> longo prazo para a bacia<br />

hidrográfica <strong>do</strong> rio Ipojuca, os registros <strong>de</strong> secas e enchentes com a recorrência<br />

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