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POR UMA DEMOCRACIA RADICAL - ecrim

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luitava-se polo que se considerava eticamente mais justo. Porém,<br />

o mundo que suportava todo o prédio da injustiça prosseguia<br />

mais ou menos vigoroso: a invasom de mercadorias de<br />

baixo custo rebaixava a tensom de sabermo-nos explorados<br />

ou precários; e Espanha também permitia certas cousas: a legalidade<br />

de partidos e organizaçons subversivas, ou a teórica<br />

igualdade do nosso idioma ao carom do castelám.<br />

Aquele era o certo equilíbrio de forças em que vivíamos,<br />

umha constelaçom de relativa normalidade contra a que pulava<br />

o arredismo, para dizer a verdade, com mais pena que<br />

glória. Constelaçom que agora, no prazo curto de tempo<br />

desde que estoupou a crise mundial das finanças, vem de<br />

ser anulada. As origens nom estám em nengum movimento<br />

social organizado, como é sabido, senom num processo de<br />

barbarizaçom guiado polas elites que procuram salvar sem<br />

entraves a sua expansom. Sobre este fenómeno gerárom-<br />

-se dúzias de polémicas professorais e militantes que procuram<br />

esclarecer o momento primeiro da crise, ou mesmo<br />

a sua causa última. Longe desta motivaçom, que daria para<br />

umha reflexom de seu, interessa reparar no momento em que<br />

a ideia de decadência, e mesmo de fim de linha, prende na<br />

consciência social. Um pequeno repasso histórico levará-nos<br />

finalmente aos últimos três anos, em que imos focar a atençom<br />

mais cuidadosamente.<br />

A crise da consciência e a consciência da crise<br />

Dos horrores da primeira industrializaçom, as correntes revolucionárias<br />

históricas soubérom tirar um potencial de otimismo<br />

que levava a agir com alegria no contexto mais adverso.<br />

O escravo moderno, concentrado numhas megaestruturas<br />

impessoais e inumanas, anunciava desde a sua coveira lúgubre<br />

o parto do mundo novo. Esta esperança nutriu e nutre ge-<br />

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