O desafio das diferenças nas escolas - TV Brasil
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especializado. No entanto, desde 1988, a Constituição Federal já prescrevia esse atendimento,<br />
que é uma garantia de inclusão educacional para os alunos com deficiência.<br />
Por esses e outros sérios entraves, nossos caminhos educacionais estão se abrindo, à custa de<br />
muito esforço e perseverança de alguns, diante da resistência de muitos. Estamos sempre<br />
travados por uma ou outra situação que impede o desenvolvimento de iniciativas visando à<br />
adoção de posições/medi<strong>das</strong> inovadoras para a escolarização de alunos com e sem deficiência,<br />
<strong>nas</strong> <strong>escolas</strong> comuns de ensino regular e <strong>nas</strong> que oferecem serviços educacionais<br />
especializados.<br />
Não podemos, contudo, negar que o nosso tempo é o tempo <strong>das</strong> <strong>diferenças</strong> e que a<br />
globalização tem sido, mais do que uniformizadora, pluralizante, contestando as antigas<br />
identidades essencializa<strong>das</strong>. Temos o direito de ser, sendo diferentes e, como nos afirma<br />
Pierucci (1999), se já reconhecemos que somos diferentes de fato, a novidade está em<br />
querermos ser também diferentes de direito.<br />
Descaminhos<br />
No desejo de assegurar a homogeneidade <strong>das</strong> turmas escolares, destruíram-se muitas<br />
<strong>diferenças</strong> que consideramos valiosas e importantes, hoje, <strong>nas</strong> salas de aula e fora delas. É<br />
certo que as identidades naturaliza<strong>das</strong> dão estabilidade ao mundo social, mas a mistura, a<br />
hibridização, a mestiçagem as desestabilizam, constituindo uma estratégia provocadora,<br />
questionadora e transgressora de toda e qualquer fixação da identidade (Silva, 2000; Serres,<br />
1993).<br />
Ocorre que as identidades fixas, estáveis, acaba<strong>das</strong>, próprias do sujeito cartesiano unificado e<br />
racional, estão em crise (Hall, 2000) e a idéia de identidades móveis, voláteis, é capaz de<br />
desconstruir o sistema de significação excludente, elitista da escola atual, com suas medi<strong>das</strong> e<br />
mecanismos arbitrários de produção da identidade e da diferença.<br />
Se o nosso objetivo é desconstruir esse sistema temos, então, de assumir uma posição<br />
contrária à perspectiva da identidade “normal”, que justifica essa falsa uniformidade <strong>das</strong><br />
turmas escolares. A diferença é, pois, o conceito que se impõe para que possamos defender a<br />
tese de uma escola para todos.<br />
Embora haja problemas com a igualdade e a diferença, no sentido de se perceber de que lado<br />
nós estamos, quando defendemos uma ou outra, dado que esse bipolarismo tem nos levado a<br />
O DESAFIO DAS DIFERENÇAS NAS ESCOLAS. 24 .