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O desafio das diferenças nas escolas - TV Brasil

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Mas o atendimento educacional não deve funcionar como uma análise interpretativa, própria<br />

<strong>das</strong> sessões psicanalíticas, e nem como uma intervenção psicopedagógica, tradicionalmente<br />

praticada. Esse atendimento deve permitir ao aluno elaborar suas questões, suas idéias, de<br />

forma ativa e não corroborar para sua alienação diante de todo e qualquer saber.<br />

A escola (especial e comum), ao desenvolver o atendimento educacional especializado, deve<br />

oferecer to<strong>das</strong> as oportunidades possíveis para que, nos espaços educacionais em que ele<br />

acontece, o aluno seja incentivado a se expressar, pesquisar, inventar hipóteses e reinventar o<br />

conhecimento livremente. Assim, ele pode trazer para os atendimentos os conteúdos advindos<br />

da sua própria experiência, segundo seus desejos, necessidades e capacidades. O exercício da<br />

atividade cognitiva ocorrerá a partir desses conteúdos.<br />

Devem ser ofereci<strong>das</strong> situações, envolvendo ações em que o próprio aluno teve participação<br />

ativa na sua execução e/ou façam parte da experiência de vida dele. Essa prática difere de<br />

todo modelo de atuação privilegiado até então pela Educação Especial. Trabalhar a ampliação<br />

da capacidade de abstração não significa ape<strong>nas</strong> desenvolver a memória, a atenção, as noções<br />

de espaço, tempo, causalidade, raciocínio lógico, em si mesmas. Nem tão pouco tem a ver<br />

com a desvalorização da ação direta sobre os objetos de conhecimento, pois a ação é o<br />

primeiro nível de toda a construção mental.<br />

O objetivo do atendimento educacional especializado é propiciar condições e liberdade para<br />

que o aluno com deficiência mental possa construir a sua inteligência, dentro do quadro de<br />

recursos intelectuais que lhe é disponível, tornando-se agente capaz de produzir<br />

significado/conhecimento.<br />

O contato direto com os objetos a serem conhecidos – ou seja, com a sua “concretude” – não<br />

pode ser descartado, mas o importante é intervir no sentido de fazer com que esses alunos<br />

percebam a capacidade que têm de pensar, de realizar ações em pensamento, de tomar<br />

consciência de que são capazes de usar a inteligência de que dispõem e de ampliá-la, pelo seu<br />

esforço de compreensão, ao resolver uma situação-problema qualquer. Mas sempre agindo<br />

com autonomia para escolher o caminho da solução e a sua maneira de atuar inteligentemente.<br />

O aluno com deficiência mental, como qualquer outro aluno, precisa desenvolver a sua<br />

criatividade, a capacidade de conhecer o mundo e a si mesmo, não ape<strong>nas</strong> superficialmente ou<br />

por meio do que o outro pensa. O nosso maior engano é generalizar a dotação mental <strong>das</strong><br />

pessoas com deficiência mental em um nível sempre muito baixo, carregado de preconceitos<br />

O DESAFIO DAS DIFERENÇAS NAS ESCOLAS. 71 .

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