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O desafio das diferenças nas escolas - TV Brasil

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consideração a pluralidade <strong>das</strong> manifestações intelectuais. A aprendizagem, também, é<br />

imprevisível, por isso, não cabem as rotulações e categorizações para distinguir um aluno do<br />

outro por sua capacidade de aprender. O professor precisa considerar que o aluno é um ser em<br />

constante vir a ser e que precisa de liberdade para aprender e para produzir livremente o<br />

conhecimento, no nível em que for capaz de assimilar um tema ou assunto de aula.<br />

O objetivo da escola não é levar todos os alunos a um nível de desenvolvimento padrão e se<br />

esse desenvolvimento almejado pela escola não se realiza, pois não é alcançado, os alunos não<br />

devem sofrer as conseqüências da reprovação. Por mais que tenha sido imposta a idéia de<br />

homogeneização <strong>das</strong> turmas, o que as move é a heterogeneidade, a multiplicidade e a<br />

complexidade. Fazer com que todos os alunos pensem como o professor ou reproduzam os<br />

conteúdos ministrados em aula é fazer com que 30 ou 40 inteligências sejam subordina<strong>das</strong> a<br />

uma única inteligência – a do professor. Considerar as 30 ou 40 diferentes manifestações<br />

intelectuais é trabalhar a favor da emancipação dos alunos. Rancière (2002, p. 31) afirma: “Há<br />

embrutecimento quando uma inteligência é subordinada a outra inteligência.”<br />

O professor deve, então, abandonar as práticas de ensino transmissivas, a ênfase no domínio<br />

pleno dos conteúdos programáticos, o livro didático como único recurso para trabalhar o<br />

conhecimento e to<strong>das</strong> as outras práticas embrutecedoras.<br />

A forma de conceber o ensino e a aprendizagem está atrelada às concepções de currículo, e a<br />

organização curricular que faz parte da grande maioria <strong>das</strong> <strong>escolas</strong> é aquela que estrutura o<br />

conhecimento escolar em discipli<strong>nas</strong>. Também fazem parte dessa organização as turmas<br />

dividi<strong>das</strong> em séries e a manipulação dos tempos e dos espaços do cotidiano escolar, pois o<br />

tempo de aprender está estruturado de acordo com as convenções da escola e não com o<br />

tempo dos alunos. Todo esse tipo de organização dificulta a consolidação da escola inclusiva.<br />

As discipli<strong>nas</strong> escolares passam a ser o único meio de conhecimento.<br />

Há, entretanto, <strong>escolas</strong> que contestam o currículo disciplinar, pois percebem que essa forma<br />

de organização não estabelece redes de significações para os alunos; ao contrário, leva-os ao<br />

desinteresse.<br />

Alguns estudos já apontam a substituição do conhecimento disciplinar pela lógica do<br />

conhecimento em rede. Neste sistema, o aluno navega por diversos campos do saber,<br />

incluindo aqueles saberes que não entram na organização disciplinar da escola.<br />

O DESAFIO DAS DIFERENÇAS NAS ESCOLAS. 44 .

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