O desafio das diferenças nas escolas - TV Brasil
O desafio das diferenças nas escolas - TV Brasil
O desafio das diferenças nas escolas - TV Brasil
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Que motivos alimentam a dificuldade de se desobstruírem os caminhos que nos levam a uma<br />
escola para todos, como aqui nos referimos? O que tem impedido o processo de construção de<br />
uma escola inclusiva que, em função do ensino que ministra, não discrimina, nem mesmo<br />
quando diferencia pela deficiência, ao oferecer um atendimento especializado complementar<br />
para os que dele necessitam?<br />
Estamos vivendo um momento de tomada de decisão, em que não adianta mais “tapar o sol<br />
com a peneira”, dado que o próprio tempo já foi suficiente para que se entendesse o que é<br />
proposto como uma escola para todos. Se ainda não conseguimos avançar, é porque pesam<br />
muito essas conten<strong>das</strong> e esses desencontros entre os que se dispõem a progredir, a revirar as<br />
<strong>escolas</strong> comuns e especiais do avesso e os que querem conservá-las como estão, para garantir<br />
outros benefícios, para impedir avanços, para barrar o novo.<br />
O <strong>desafio</strong> maior que temos hoje é convencer os pais, especialmente os que têm filhos<br />
excluídos <strong>das</strong> <strong>escolas</strong> comuns, de que precisam fazer cumprir o que nosso ordenamento<br />
jurídico prescreve quando se trata do direito à educação. Os professores deveriam ser os<br />
guardiões desse direito e apoiar os pais <strong>nas</strong> suas dificuldades de compreendê-lo e exigi-lo a<br />
todo custo.<br />
Há ainda a se considerar a resistência <strong>das</strong> organizações sociais às mudanças e às inovações<br />
que, dada a rotina e a burocracia nelas instala<strong>das</strong>, enrijecem suas estruturas, arraiga<strong>das</strong> às<br />
tradições e à gestão de seus serviços. Tais serviços, no geral, para atender às características<br />
desse tipo de organização, fragmentam e distanciam, categorizam e hierarquizam os seus<br />
assistidos, como constatamos freqüentemente, <strong>nas</strong> <strong>escolas</strong> comuns e especiais e <strong>nas</strong><br />
instituições dedica<strong>das</strong> ao atendimento exclusivo de pessoas com deficiência. Por outro lado,<br />
há que se admitir que as instituições têm seus fins próprios e nem sempre um novo propósito,<br />
como é o caso da inclusão, encaixa-se no foco de seus interesses imediatos.<br />
Temos ainda outros entraves a enfrentar, como os que provêm da neutralização dos <strong>desafio</strong>s<br />
à inclusão. Medi<strong>das</strong> que propiciam o aparecimento de falsas soluções para atender aos<br />
princípios escolares inclusivos estão evidentes no impasse integração X inclusão – uma <strong>das</strong><br />
intermináveis ce<strong>nas</strong> do debate da inserção de alunos com deficiência <strong>nas</strong> <strong>escolas</strong> comuns.<br />
Apesar dos avanços na conceituação e na legislação pertinente, vigoram ainda três possíveis<br />
encaminhamentos escolares para alunos com deficiência: a) os dirigidos unicamente ao ensino<br />
especial; b) os que implicam uma inserção parcial, ou melhor, a integração de alunos em<br />
O DESAFIO DAS DIFERENÇAS NAS ESCOLAS. 27 .