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O desafio das diferenças nas escolas - TV Brasil

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Nesse passo, a escola para onde deveria ir sempre foi pensada como A ESCOLA. Sem “o<br />

especial”.<br />

Buscamos uma escola onde ela fosse simplesmente uma criança, uma aluna. Com suas<br />

<strong>diferenças</strong>, preferências, necessidades. Não necessidades especiais – pois entendo que to<strong>das</strong> o<br />

são! – mas com o seu cabedal de talentos a desenvolver e a ser estimulado. Deixando-a livre<br />

para optar – desde muito, muito cedo – sobre o que gostava de vestir, de fazer/brincar,<br />

oferecendo meios de eleger amigos, convidá-los, organizar suas próprias festinhas,<br />

aniversários desde a parte temática até a lista de convidados e o cardápio a ser servido. Jamais<br />

lhe impondo a presença do filho do parente, do vizinho ou seja lá quem fosse que da sua lista<br />

não constasse.<br />

Aos seis anos de idade Débora foi competente para desenhar sua comemoração, mostrando<br />

suas preferências e rejeitando o que não lhe convinha!<br />

Na idade adequada desejou estudar balé. Chegou a dançar na apresentação anual da Escola de<br />

Danças, que freqüentava por três vezes na semana. E mais tarde desistiu. Qualquer<br />

ponderação de continuidade lhe soava como imposição, e ela argumentava: “Não quero ser<br />

bailarina!” Só fica no balé, além da adolescência, quem tem essa vontade... E, dessa forma,<br />

mostrava o seu querer, o seu não-desejo...<br />

Não foi perdido o tempo de estudo de balé clássico: não perde apresentações de danças –<br />

optando pelas clássicas – e surpreendentemente para muitos, adora assistir a óperas,<br />

independentemente do tempo do espetáculo.<br />

Na adolescência “brigou” com a síndrome, sobre a qual ouviu falar abertamente em casa, de<br />

forma espontânea e sem reserva, melindres ou mesmo dificuldade. O luto já estava superado!<br />

E nesse seu conflito com a própria condição, argumentava que sua diferença, em verdade,<br />

seria mais “chata” que a <strong>das</strong> demais pessoas considera<strong>das</strong> normais, que diferentes entre si não<br />

sofrem a rejeição dos que trazem uma marca como a da síndrome de Down. E nós, os pais,<br />

reforçávamos: “Muito bem... é mais chata, sim, a sua diferença... Mas olhe, você tem que ser<br />

feliz do JEITO QUE É!” E, um belo dia, ela me confessou que já não se sentia incomodada<br />

em razão da sua diferença...<br />

É verdade que, eventualmente, ela pontua o fato de não ser olhada/desejada por jovens<br />

considerados normais... E credita esse fato à síndrome. A despeito de se gostar, de ter uma<br />

auto-estima invejável!<br />

O DESAFIO DAS DIFERENÇAS NAS ESCOLAS. 34 .

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