O desafio das diferenças nas escolas - TV Brasil
O desafio das diferenças nas escolas - TV Brasil
O desafio das diferenças nas escolas - TV Brasil
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
essa Convenção, admitem-se as diferenciações com base na deficiência ape<strong>nas</strong> com o<br />
propósito de permitir o acesso ao direito e não para se negar o exercício dele!<br />
A Convenção precisa ser cumprida e é uma grande contribuição para todos os que pugnam<br />
por uma escola inclusiva e, especialmente, para os que defendem o ingresso de alunos com<br />
deficiência <strong>nas</strong> <strong>escolas</strong> comuns, pelo menos na faixa etária de 07 a 14 anos, quando o ensino<br />
escolar é obrigatório para todo e qualquer aluno, com e sem deficiência. O encaminhamento<br />
direto de alunos com deficiência de <strong>escolas</strong> comuns para <strong>escolas</strong> especiais, ou a matrícula<br />
exclusiva desses alunos em <strong>escolas</strong> especiais, poderiam ser entendidos como uma<br />
diferenciação para incluir, mas incluir na exclusão dos ambientes escolares especiais! Vale<br />
ainda, para melhor entender essa intrincada situação, o que a referida Convenção define como<br />
discriminação: [...] toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência [...]. No<br />
caso de um ambiente escolar segregado, a discriminação é patente e, em conseqüência,<br />
deveria já ter sido banida.<br />
Não se trata de uma “caça às bruxas”, de se exigir um comportamento “politicamente correto”<br />
ao extremo, quando se defende a escola comum como o lugar de todo aluno. Mas de se<br />
assegurar a todo o cidadão brasileiro o direito à não discriminação, em toda e qualquer<br />
circunstância.<br />
Os pais de crianças com deficiência e os educadores brasileiros deveriam ser os primeiros a<br />
levantar a bandeira contra a discriminação e, no entanto, o que muitos ainda fazem,<br />
atualmente, é batalhar para que a exclusão se mantenha e as <strong>escolas</strong> especiais sejam<br />
considera<strong>das</strong> <strong>escolas</strong> de Ensino Fundamental. Chegam até a propor que se faça a “inclusão às<br />
avessas”, admitindo que crianças sem deficiência (felizmente, a maioria desse segmento<br />
populacional) estudem em ambientes escolares para pessoas com deficiência (a maioria,<br />
nesses ambientes educacionais especializados!!!!). Os ambientes especializados, travestidos<br />
de <strong>escolas</strong> comuns, jamais serão inclusivos e compatíveis com o papel social e educacional<br />
<strong>das</strong> <strong>escolas</strong> comuns, lugar de preparação <strong>das</strong> gerações mais novas para fazer a passagem do<br />
meio familiar, para o público, espaço social em que se encontram, indistintamente,<br />
alunos/pessoas, as/os mais diferentes, com e sem deficiências. E ainda cabe perguntar: de que<br />
inclusão educacional nós estamos falando, quando retiramos uma pessoa de seu lar ou de uma<br />
escola comum para inseri-la em um ambiente educacional à parte? Com tudo isso, há ainda os<br />
que insistem em defender que essa inclusão é verdadeira...<br />
O DESAFIO DAS DIFERENÇAS NAS ESCOLAS. 26 .