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LITERATURA LATINA I - Universidade Castelo Branco

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Contextualização da Disciplina<br />

GÊNEROS LITERÁRIOS<br />

Breve Visão de Conjunto Sobre os Gêneros Literários<br />

O primeiro a elaborar uma poética sobre os gêneros literários foi Aristóteles, em sua Poética. Considera<br />

a arte como mimese. Tal mimese realiza-se, em primeiro lugar, de acordo com os meios em que se<br />

realiza. Por exemplo, a poesia utiliza o ritmo, a melodia, o verso, mas a poesia ditirâmbica utiliza todos<br />

esses elementos, ao passo que a tragédia e a comédia utilizam-na separadamente. Em segundo lugar, de<br />

acordo com os objetos diversos da mimese, ou seja, se o objeto for as pessoas, sendo estas nobres ou<br />

ignóbeis, melhores ou piores do que a média humana, as composições serão diversas conforme o objeto<br />

imitado. Diante disto, a tragédia representa personagens melhores do que os homens o são, ao passo que<br />

a comédia, piores. Em terceiro lugar, de acordo com os diversos modos da mimese. Desta forma, Aristóteles<br />

considera dois modos de mimese poética: o modo narrativo e o modo dramático, ou seja, o modo<br />

épico e o modo dramático.<br />

Horácio (Epistola ad Pisones) concebe o gênero literário como correspondendo a uma tradição formal e sendo<br />

caracterizado por um determinado tom ou metro. Ou seja, para Horácio, o gênero se caracteriza pelo metro,<br />

o qual é usado de acordo com o conteúdo específico. Desta forma, por exemplo, a poesia iâmbica estava mais<br />

próxima da linguagem coloquial, por isso mais adequada à ação dramática. Segundo ele, portanto, os gêneros<br />

não se misturavam, visto que seguiam tons adequados a cada movimento psicológico.<br />

No Renascimento, através da releitura de ambos e através da constatação das obras literárias escritas até então,<br />

chega-se à inclusão de um terceiro gênero, já anunciado por Horácio: o lírico.<br />

No século XVII, admite-se a subdivisão dos três gêneros em gêneros menores (espécies), severamente distintos<br />

e regidos por regras intransigentes e imutáveis que comandavam a criação e orientavam poetas e críticos.<br />

Tais cânones baseavam-se na crença de que os gêneros eram essências fixas ou formas exigidas pela natureza.<br />

Como acreditavam que os antigos realizaram os gêneros em plenitude, estes serviram de modelo. Tal idéia<br />

negava o princípio do desenvolvimento e da alterabilidade dos gêneros no seu processo histórico.<br />

O Barroco vem negar esse tipo de atitude, pregando uma espécie de liberdade criadora, visto que cultiva o<br />

hibridismo dos gêneros (como a criação da tragicomédia).<br />

No século XVIII (Iluminismo francês), ocorre a contestação da tirania da norma com a criação do drama<br />

burguês e do romance.<br />

No Romantismo, séc. XIX, acredita-se que a força inovadora do gênio prevalece sobre a norma; liberdade<br />

de criação.<br />

Tendência moderna: rebeldia contra o estabelecimento de barreiras limitadoras; deve prevalecer a originalidade.<br />

A divisão tripartida (lírico, épico, dramático) não comporta a multiplicidade da produção literária<br />

atual. Ex.: Há contos com os procedimentos do puro diálogo, característico do gênero dramático. Há dramas<br />

sem diálogos, com um personagem só (monólogo). Há obras líricas de cunho narrativo, onde a emoção se<br />

sobrepõe à narração.<br />

Emil Staiger, em Conceitos fundamentais da Poética, apresenta uma solução para a questão dos gêneros;<br />

estabelece a diferença básica entre a conceituação substantiva e a adjetiva.<br />

Os substantivos Lírica, Épica e Drama constituem os ramos em que se classificam as obras, de acordo com<br />

determinadas características formais:<br />

Lírica: poemas de breve extensão que expressam estados de alma.<br />

Épica: relato ou apresentação de uma ação.<br />

Drama: representação da ação movida por um dinamismo de tensão.<br />

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