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LITERATURA LATINA I - Universidade Castelo Branco

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Aos gregos foi então apresentada uma série de coisas<br />

que teriam de ser realizadas para alcançarem a vitória<br />

como: 1. Levar os ossos de Pelops da Ásia de regresso<br />

à Grécia; 2. Fazer que o filho de Aquiles entrasse<br />

na guerra; 3. Roubar a imagem sagrada de Atená do<br />

santuário de Tróia. Estes fatos foram realizados, mas<br />

nenhum deles alterou o curso da guerra. Então Ulisses<br />

concebeu um plano através do qual os gregos poderiam<br />

penetrar as defesas de Tróia: foi construído um<br />

grande cavalo de madeira, com o ventre oco, para conter<br />

muitos guerreiros. Na escuridão da noite, o cavalo<br />

foi levado para as planícies de Tróia, e alguns combatentes<br />

gregos treparam para dentro dele. Os restantes<br />

gregos queimaram os acampamentos e afastaram-se<br />

para os barcos, simulando o abandono da guerra, mas<br />

ficaram à espera para além de uma ilha próxima.<br />

Na manhã seguinte, os troianos descobriram que os<br />

gregos tinham ido embora e encontraram o enorme cavalo<br />

misterioso postado em frente de sua cidade. Também<br />

depararam com um grego chamado Sínone com<br />

histórias plausíveis acerca da partida dos gregos, do cavalo<br />

de pau e da sua própria presença ali. Sínone contou<br />

a Príamo e aos outros que Atená abandonara os gregos<br />

devido ao roubo da sua imagem do templo. Sem a ajuda<br />

dela, sentiram-se perdidos e, por isso, partiram. Porém,<br />

para chegarem em segurança às suas terras, tinham de<br />

proceder a um sacrifício humano. Sínone era o escolhido,<br />

mas fugira e escondera-se. O cavalo fora deixado<br />

para aplacar a ira da deusa, e os gregos tinham a esperança<br />

de que os troianos o profanassem, atraindo o ódio<br />

de Atená. Estas mentiras convenceram Príamo e muitos<br />

outros troianos, que então arrastaram o cavalo gigantesco<br />

para dentro das muralhas, a fim de honrarem Atená.<br />

Nessa noite, os soldados saíram sub-repticiamente do<br />

cavalo, mataram as sentinelas e abriram as portas da cidade<br />

para permitirem a entrada do exército grego. Este<br />

acendeu focos de incêndio por todo o lado, começou a<br />

massacrar os habitantes e procedeu à pilhagem. A resistência<br />

troiana de nada serviu. O rei Príamo foi morto, e,<br />

ao amanhecer, quase todos os troianos tinham tido o mesmo<br />

destino. Só escaparam Enéias, com o seu pai e o seu<br />

filho criança, e um pequeno grupo de troianos. O filhinho<br />

pequeno de Heitor foi atirado do alto da muralha da cidade.<br />

As mulheres que ficaram foram entregues aos chefes<br />

gregos como troféus de guerra para serem usadas como<br />

escravas ou concubinas. Tróia foi devastada. Hera e Atená<br />

tiveram sua vingança sobre Páris e a sua cidade.<br />

Resumos e Comentários<br />

CANTO I<br />

A peste - A ira de Aquiles<br />

A Ilíada começa, como todos os poemas épicos,<br />

com a invocação do poeta à musa (deusa) da poesia.<br />

Nesta invocação, Homero apresenta seu tema, a ira<br />

ou a fúria de Aquiles e seus efeitos, e pede a ajuda da<br />

musa para conseguir contar adequadamente a história.<br />

O leitor é então levado ao ponto onde o problema teve<br />

sua origem. É aí que a história da Ilíada começa.<br />

Durante uma das muitas expedições do exército aqueu<br />

(grego) nas proximidades de Tróia, duas jovens troianas<br />

muito belas, Criseide e Briseide, foram capturadas<br />

e levadas ante o chefe do exército Agamêmnon e ante a<br />

Aquiles. Criseide, troféu de Agamêmnon, é filha de Crises,<br />

sacerdote de Apolo, e não tarda muito para que Crises<br />

venha ao acampamento aqueu, esperando resgatála.<br />

Agamêmnon se recusa a cedê-la e ordena rudemente<br />

ao velho que abandone o acampamento. Desesperado,<br />

Crises implora o auxílio de Apolo. Este responde à prece<br />

do sacerdote e uma peste mortífera espalha-se entre<br />

os aqueus, matando centenas de combatentes.<br />

No décimo dia da peste, Aquiles recusa-se a aguardar<br />

mais tempo uma ação do rei Agamêmnon para pôr fim à<br />

praga. Usurpando a autoridade de Agamêmnon, Aquiles<br />

convoca uma assembléia do exército e sugere que seja<br />

chamado um adivinho para determinar a causa da peste.<br />

Calcante, um adivinho aqueu, explica a causa, após suplicar<br />

a Aquiles absoluta proteção. Quando o adivinho<br />

revela que a causa é resultante da recusa de Agamêmnon<br />

em devolver Criseide ao pai, o próprio Agamêmnon<br />

fica furioso por ser publicamente nomeado como<br />

responsável pela praga. Insiste em que, se for obrigado a<br />

devolver Criseide, sua recompensa de direito, então tem<br />

de ser compensado com a recompensa de Aquiles, Briseide.<br />

Tal exigência enfurece Aquiles, que, ofendido na<br />

sua timé e areté, considera até mesmo a hipótese de apunhalar<br />

Agamêmnon, mas é acalmado pela deusa Atená,<br />

ao tomar da espada. Finalmente Nestor (o mais velho<br />

e sensato de todos os guerreiros aqueus) ergue-se para<br />

falar e consegue pacificar os dois homens irados.<br />

Aquiles, contudo, permanece encolerizado pela afronta<br />

pública de Agamêmnon ao exigir Briseide, e recusase<br />

a aceitar a indignidade que sente ter-lhe sido imposta<br />

na presença de todos os soldados. Conseqüentemente<br />

anuncia que retira todas as suas tropas da luta. Nem<br />

ele, nem nenhum dos seus homens voltarão a lutar com<br />

os aqueus contra os troianos. Justifica a decisão afirmando<br />

que nem ele nem qualquer dos que o seguem<br />

tinham qualquer questão pessoal com os troianos. Ele<br />

só tinha ido ajudar Agamêmnon e Menelau na tentativa<br />

de recuperação da esposa deste, Helena, e considera<br />

extremamente injusto que lhe retirem a recompensa,<br />

Briseide. Aquiles está firme na decisão de não voltar<br />

a lutar: não o fará e, além disso, ele e seus homens regressarão<br />

o mais breve possível à sua própria terra.<br />

No entanto, Agamêmnon decide aplacar Apolo: devolverá<br />

Criseide, a sua recompensa. Envia-a em segurança<br />

a bordo de um navio, que a levará até sua<br />

terra, e depois manda os seus arautos irem buscar Bri-<br />

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