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LITERATURA LATINA I - Universidade Castelo Branco

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foi sucessivamente o favorito de Lutácio Catulo e de<br />

Sila, dois dos mais poderosos e dos mais nobres personagens<br />

da sua época. Tal glória decorria da sedução<br />

proporcionada pelas suas virtudes físicas, pela sua<br />

dança e seus cantos. Eles eram o prazer dos jogos.<br />

- O ator cômico – um corpo:<br />

O ator cômico era o preferido do público porque ele<br />

executava a dança. Uma comédia era quase a metade<br />

composta de cenas de balé – cantica – nas quais ele<br />

dançava seu papel; o texto era cantado com acompanhamento<br />

de flauta e de um tamborete de madeira<br />

– scabellum. Cada ator cômico se especializava num<br />

papel, masculino ou feminino, treinando quotidianamente.<br />

Devia ser esbelto e ter muito fôlego. Os papéis<br />

de escravos exigiam agilidade e talento de piadista; os<br />

de cortesã, graça e leveza feminina.<br />

Não era suficiente ser bom dançarino e acrobata; nas<br />

passagens faladas, era preciso encher com sua voz os<br />

imensos teatros de Roma. O ator cômico era o modelo<br />

do ator de mimo, da atelana e da pantomima, para<br />

3.6 - A Máscara<br />

Não se sabe até que época as máscaras foram usadas<br />

no teatro romano. Eram mais comuns na comédia.<br />

Devem ter sido importantes, pois até hoje elas constituem<br />

o símbolo do teatro, enfeitando monumentos<br />

consagrados aos espetáculos. Eram maquilagens que<br />

quem o corpo era mais importante que a voz. Eles<br />

eram também capazes de representar nas tragédias.<br />

- O ator trágico – uma voz:<br />

3.7 - Breve História do Teatro Latino<br />

O Teatro Romano Tem uma História?<br />

Os jogos cênicos latinos começam com a importação<br />

das pantomimas etruscas, no IV século a.C. e se concluem<br />

com as pantomimas de assuntos mitológicos que<br />

sobrevivem, no Império do Ocidente, até o século V p.<br />

C. São mais de mil anos de teatro. É fácil, pois, notar<br />

alterações no teatro, em conseqüência da evolução cultural.<br />

O movimento relativo do teatro e da civilização<br />

constitui a história do teatro romano. Basicamente ele<br />

permanece o mesmo, mas se adapta às mutações do<br />

mundo no qual está inserido, ou seja, numa Roma que<br />

permanece uma civilização de espetáculos.<br />

O teatro estava, de início, inserido no calendário dos<br />

jogos. Os jogos constituíam um espaço temporário, à<br />

parte da vida cívica, mas tinham características bem<br />

romanas. Podiam acolher espetáculos estrangeiros,<br />

mas sem destruir sua natureza exótica. Deste modo<br />

os jogos serviam em Roma para receber espetáculos<br />

estrangeiros que os romanos acolhiam por motivos<br />

O ator trágico devia exercitar sobretudo a voz.<br />

Na tragédia, as partes declamadas tinham um lugar<br />

de destaque. Sem acompanhamento musical,<br />

o ator devia impor-se a públicos de 10 a 20 mil<br />

pessoas. Sua dicção era sofisticada, bastante próxima<br />

do recitativo, quase no limite do canto. Vestido com<br />

roupa de rei, na cabeça um diadema de ouro, calçando<br />

uma espécie de coturno que o aumentava de tamanho,<br />

ele devia distinguir-se em papéis difíceis ou de terror,<br />

deva representar Medéia infanticida, Fedra amorosa,<br />

Agamêmnon embevecido pela vitória sobre Tróia.<br />

A representação do ator trágico devia supor que a voz<br />

era uma extensão do seu corpo, pois a expressão corporal<br />

na tragédia era essencial: ela exprimia, segundo um código<br />

gestual determinado, sentimentos simples como dor,<br />

cólera, desespero, jubilação, furor, que eram, de princípio,<br />

esquemas coreográficos. Nenhum gesto era improvisado.<br />

tornavam as fisionomias irreais e despersonalizadas.<br />

Faziam parte de um estatuto cultural. Usavam máscaras<br />

os atores não tocados de infâmia, que representavam<br />

nas atelanas. Teria, segundo alguns, desaparecido<br />

durante o império.<br />

religiosos: oscos, etruscos, gregos. A cada nova importação,<br />

os jogos assimilavam o novo espetáculo,<br />

transformando-o em espetáculo lúdico, em balé, introduzindo-o<br />

nos mimos e na pantomima.<br />

Os Jogos Mudam de Estatuto com o Império<br />

Na República, os jogos definiam um espaço fora das<br />

normas cívicas. O povo dos jogos se opõe ao povo das<br />

armadas e ao povo das assembléias. Com o Império, o<br />

público romano perde sua dúplice definição política e<br />

militar. A oposição cívica X lúdica se apaga. O teatro,<br />

com o circo, torna-se o único pretexto para uma coletividade<br />

que quer se reunir e que não se define mais<br />

como povo de espectadores. A licença lúdica torna-se<br />

um modo de relação entre o povo, constituído pelo público,<br />

e o imperador, que é sempre o editor dos jogos.<br />

O teatro em si não se modificou; permaneceu sempre<br />

um lugar de festa e de lazer desenfreado, de exotismo.<br />

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