28 vestido, de Scarron (1633); duas comédias; em ópera: Dido abandonada, de Metastásio, no século XVIII. A Eneida não exerceu uma ação considerável só no domínio da literatura universal; foi também para muitos outros artistas uma fonte de inspiração. Alguns monumentos da antigüidade atestam sua influência nessa arte. Exercícios de Auto-avaliação 1- Como foi transmitida a literatura clássica? 2- Qual foi a época de ouro da Literatura Latina? 3- Defina uma epopéia. 4- Como começa A Ilíada? 5- Como começa A Odisséia? Há, no entanto, alguns quadros inspirados pela Eneida, encontrados em Pompéia e Herculano. O maior número de quadros inspirados pela Eneida foram produzidos a partir do Renascimento. Encontram-se nos museus de Paris, no Louvre, no National Gallery, de Londres, no Palácio Máximo, em Roma, no Palácio Ducal em Mântua, em Viena, em Dresde e em Bruxelas.
UNIDADE II O LIRISMO 2.1 - O Surgimento da Poesia Lírica na Grécia A poesia lírica, na antiga Grécia, ritmava a dicção dos textos subjetivos, a partir do instrumento que a acompanhava – a lira. Esse acompanhamento musical já deixava de ser executado na passagem da poesia grega para a romana, mas veio definitivamente divorciado a partir do chamado Doce Estilo Novo, movimento poético italiano nascido na Baixa Idade Média. Com o desaparecimento da melodia, determinados traços musicais foram acrescidos ao verso: ritmo, rima, aliteração e outros aspectos que acentuam a sonoridade. Segundo a professora Nely M. Pessanha, a poesia dita lírica, na Grécia Antiga, “nem sempre é expressão da entrega, do abandono ao fluxo e refluxo dos mais variados sentimentos; nem sempre é manifestação do estado anterior à distinção sujeito-objeto, de onde resulta o ‘um no outro’, de que fala Emil Staiger. Pode ela ‘recordar’, pode trazer de novo ao coração as ressonâncias de um estado sincrético entre o ‘eu’ e o ‘outro’”. Isto se explica historicamente. Se lírica se refere ao instrumento, o sintagma “poesia lírica” alcança dimensões maiores, visto que a significação se amplia e a expressão passa a designar 2.2 - Momento Histórico O surgimento e expansão da lírica na Grécia está no bojo de grandes transformações políticas, sociais, econômicas e culturais, decorrentes das ações de colonização e de ampliação de uma economia voltada para o comércio e as navegações. No século VII a.C., as cidades gregas viviam sob o governo das oligarquias, que substituíram os governos monárquicos. O poder era, então, aristocrático, fundado na ancestralidade, reconhecida como divina, e na riqueza, ligada à propriedade rural. Naquele século, a expansão do mundo grego, através da emigração, se fazia indispensável, visto que a população aumentara e o solo era pobre. Fundaram-se colônias às margens do mar Egeu e do mar Jônio, onde havia terras propícias à agricultura. Assim, nasceram novas cidades e a Grécia Continental e Asiática. O comércio e a navegação levaram os gregos a negociar (cereais, matérias-primas, metais preciosos, todo o poema cantado, acompanhado de um instrumento musical de cordas: lyra, phórminx, kítharis, bárbitos – ou de sopro – o aulós. Iniciando-se no século VII a.C., passando melodiosamente pelo século VI e ainda ressoando no século V, ressurge renovada nos séculos III e II a.C. Há, pois, dois momentos distintos na história da lírica grega: a lírica arcaica e a lírica alexandrina. A lírica arcaica constitui a Idade Lírica. Sobre ela faremos considerações mais prolongadas. A lírica alexandrina floresceu numa época de anseios de erudição, nos séculos III e II a.C. Caracteriza-se sobretudo pelo culto da forma, pela busca da expressão rara, pelo distanciamento da linguagem coloquial. Os poetas dessa época são, por assim dizer, os longínquos precursores do Parnasianismo: tinham o lema da Arte pela Arte. Os alexandrinos deixaram de cultivar muitas das modalidades da lírica arcaica ou transformaram-nas profundamente. Cultivavam a elegia, de conteúdo amoroso e mitológico. O idílio e a poesia bucólica foram as criações (formas novas) desse período. lãs, vinho, azeite, produtos manufaturados, como a cerâmica) para além do mundo grego, chegando, por exemplo, à Síria e ao Egito. As oligarquias, que tinham um poder absoluto, começam a sofrer pressões de uma emergente classe média, de uma “burguesia” (oriunda do comércio) que reivindica participação no governo. A introdução da moeda e as transações comerciais mudou o conceito de riqueza, até então assentada na posse de grandes quantidades de terra. Os pequenos agricultores são obrigados a contrair dívidas na tentativa de superar os efeitos de uma má colheita. Não conseguindo pagálas, perdem as terras e são reduzidos à condição de simples trabalhadores e de escravos. Tal fato impele os camponeses para o outro lado do mar. Inicia-se, ao mesmo tempo, o movimento reivindicatório de novas leis, como: anistia das dívidas, divisão das terras (reforma agrária) e a publicação de 29
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