LITERATURA LATINA I - Universidade Castelo Branco
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não existe se não for reconhecido como tal pelas autoridades<br />
religiosas e políticas, no curso dos procedimendos<br />
da linguagem.<br />
Édipo, no prólogo doloroso, fala de seu medo de cometer<br />
seu scelus nefas anunciado pelo oráculo de Delfos.<br />
Compreendendo que ele já o cometera, ele coincide com<br />
ele mesmo, com seu ser mitológico e, para dar uma realidade<br />
a esta nova identidade enfim reencontrada, ele finge<br />
não estar entendendo nada. No fim da tragédia, ele tem a<br />
mesma fruição cumprida por Atreu ou Medéia.<br />
Bene habet, peractum est...<br />
Iuvant tenebrae...<br />
Vultus Oedipodam hic decet.<br />
Está bem, tudo se cumpriu...<br />
As trevas ajudam...<br />
Édipo, tu tens agora teu verdadeiro rosto.<br />
O nefas o integra na dinastia tebana como seu pai<br />
lhe relembra, saindo dos Infernos, seu pai, que é a<br />
figura de um fantasma furioso, comunicando, a seu<br />
Exercícios de Auto-avaliação<br />
1- Como se organiza a estrutura das tragédias de Sêneca?<br />
2- Quais são as obras dramáticas de Sêneca?<br />
3- Como era considerada a tragédia na Grécia?<br />
4- Com quem começa o tempo dos poetae?<br />
5- Quando se instalam os teatros permanentes?<br />
6- Onde ficavam os teatros?<br />
modo, sua raiva a seu filho, como Tântalo ou Tieste.<br />
Ekle é o digno descendente dos monstros tebanos que<br />
o precederam no trono.<br />
O furor de Édipo lhe vem tarde na peça, depois<br />
que ele apreendeu o nefas. Este furor lhe permite<br />
reapropriar-se do crime, o que o leva a crivar-se<br />
os olhos e a empurrar sua mãe ao suicídio. Jocasta<br />
entra em furor ao mesmo tempo que Édipo. Ela<br />
participou da revelação do nefas, sendo a primeira<br />
a entender as verdadeiras circunstâncias do assassinato<br />
de Laio.<br />
O espetáculo do nefas é aquele da sua revelação<br />
e do posterior prolongamento. A revelação se realiza<br />
em duas cenas: a primeira é uma narração, a<br />
consulta aos mortos; a outra é a consulta no palco,<br />
das entranhas sacrifícais. A seguir, os efeitos da revelação<br />
dão lugar a uma narração, que conta como<br />
Édipo se crivou os olhos; depois, sobre o palco,<br />
Édipo reencontra Jocasta que se suicida diante do<br />
público. Culpáveis, mas não responsáveis, ambos<br />
entram para a lenda.<br />
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