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LITERATURA LATINA I - Universidade Castelo Branco

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20<br />

dia, que, por razões óbvias, não foi convidada, joga<br />

uma maçã de ouro no meio deles, com as palavras<br />

“PARA A MAIS BELA” nela inscritas.<br />

Hera, Atená e Afrodite reclamam a maçã e pedem<br />

a Zeus que julgue entre elas, mas este recusa-se sabiamente,<br />

preferindo nomear o pastor Páris (o qual<br />

tomava conta dos rebanhos nas proximidades) para<br />

decidir o pleito. As deusas vão todas a ter com Páris,<br />

e cada uma delas procura suborná-lo, oferecendo-lhe<br />

a sua especialidade. Hera oferece-lhe um rico reino e<br />

poder. Atená oferece-lhe sabedoria e êxitos militares.<br />

Afrodite oferece-lhe amor, o amor da mais bela mulher<br />

do mundo, a espetacular Helena. Conseqüentemente,<br />

Páris escolhe Afrodite, tornando assim Hera<br />

e Atená suas implacáveis inimigas, jurando ambas<br />

destruir Páris e a cidade de Tróia.<br />

Ao saber que possuirá Helena, Páris vai primeiro a<br />

Tróia e estabelece-se como verdadeiro príncipe, filho<br />

legítimo de Príamo e Hécuba. Depois embarca para<br />

Esparta, para a corte do rei Menelau, o qual estava<br />

ausente, onde seduz e logo rapta Helena, levando-a<br />

para Tróia.<br />

A Guerra de Tróia<br />

Quando Menelau volta a Esparta e sabe da partida<br />

da esposa, convoca grande número de generais gregos<br />

para o acompanharem na conquista de Tróia e<br />

na recuperação de Helena. Em tempos, todos esses<br />

generais tinham cortejado Helena, chegando depois<br />

a um acordo: comprometiam-se a auxiliar aquele que<br />

conseguisse o amor de Helena e a vingar qualquer<br />

desonra a que o futuro marido ficasse sujeito por causa<br />

dela. Assim, Páris precipitou a Guerra de Tróia,<br />

cumprindo o sonho profético que sua mãe tivera de<br />

dar à luz um filho que seria a causa da destruição da<br />

cidade de Tróia.<br />

Alguns dos chefes gregos estavam ansiosos por saquear<br />

Tróia, mas dois, Ulisses e Aquiles, tinham sido<br />

avisados por oráculos do destino que teriam se participassem<br />

da expedição. Ulisses foi avisado de que estaria<br />

ausente durante vinte anos, pelo que se fingiu de<br />

louco, mas a sua astúcia foi rapidamente descoberta<br />

e acabou por concordar em partir. Os gregos sabiam<br />

que nunca poderiam capturar Tróia sem a ajuda de<br />

Aquiles, que era o maior guerreiro do mundo. Este<br />

era praticamente invulnerável como combatente porque,<br />

ao nascer, a mãe o mergulhara no rio Estige, tornando-o<br />

imortal em todo o corpo exceto no calcanhar,<br />

por onde o segurara (mais tarde, Páris descobrirá esta<br />

vulnerabilidade e disparará uma seta envenenada para<br />

o calcanhar de Aquiles – é por esta razão que utilizamos<br />

a expressão “calcanhar de Aquiles” para nos<br />

referimos à vulnerabilidade de alguém). Aquiles foi<br />

avisado de que, se fosse para a guerra, obteria grande<br />

glória, mas morreria jovem. Então a mãe disfarçou-o<br />

com roupas femininas. Porém, o astuto Ulisses descobriu<br />

a artimanha e Aquiles acabou por concordar com<br />

a sua participação.<br />

O irmão de Menelau, Agamêmnon, foi eleito chefe<br />

do exército. Quando estavam reunidos mil navios, os<br />

ventos acalmaram e, após consulta dos oráculos, descobriu-se<br />

que Agamêmnon matara um veado consagrado<br />

à Ártemis, a deusa da caça. Nada a poderia pacificar<br />

a não ser o sacrifício da filha de Agamêmnon,<br />

Ifigênia. Após considerável angústia, Agamêmnon<br />

mandou chamar a filha, sob pretexto de que ela iria<br />

casar com Aquiles. Uma vez lá, todavia, fê-la sacrificar,<br />

e os ventos começaram imediatamente a soprar.<br />

A expedição partiu.<br />

O primeiro desembarque foi num local errado, mas<br />

os gregos (chamados de aqueus, na Ilíada) acabaram<br />

por chegar a Tróia e sitiar a cidade, colocando Aquiles<br />

numa das extremidades e o famoso Ajax na outra.<br />

Durante nove anos tentaram, sem êxito, penetrar a<br />

invulnerável muralha troiana. Contudo, conquistaram<br />

e pilharam muitas terras pequenas e, no fim do nono<br />

ano, capturaram duas belas mulheres, Criseide, que<br />

foi entregue a Agamêmnon, e Briseide, que coube a<br />

Aquiles. Aqui começa a Ilíada, que terminará com o<br />

funeral de Heitor.<br />

A Queda de Tróia<br />

Depois do funeral de Heitor, os troianos solicitaram<br />

a ajuda de forças exteriores e os gregos perderam<br />

muitos combatentes valorosos. Numa batalha, Aquiles<br />

defrontou-se com Páris, o qual lançou uma seta<br />

que, guiada por Apolo, atingiu Aquiles no calcanhar<br />

direito, o único ponto em que ele era vulnerável. Só<br />

com grande dificuldade é que Ajax e Ulisses conseguiram<br />

recuperar o corpo de Aquiles, e logo surgiu<br />

uma disputa sobre quem deveria receber sua esplêndida<br />

armadura. Quando esta foi atribuída a Ulisses,<br />

Ajax ficou tão furioso que ameaçou matar alguns dos<br />

chefes gregos, mas, ao aperceberem-se do erro do seu<br />

comportamento, acabou por se suicidar.<br />

Com a morte dos dois maiores guerreiros, Ajax e<br />

Aquiles, os gregos começaram a duvidar de que algum<br />

dia conseguiriam conquistar Tróia. Consultando diversos<br />

adivinhos e oráculos, são informados de que se<br />

devem apoderar do arco e flechas de Héracles, que se<br />

encontravam nas mãos do príncipe Filocteto, um grego<br />

anteriormente abandonado devido a uma terrível ferida<br />

que não sarava. Ulisses e Diomedes são enviados e convencem<br />

Filocteto a regressar com o arco e as flechas.<br />

No seu primeiro combate, este consegue matar Páris.<br />

Esta morte, no entanto, não afeta o curso da guerra.

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