LITERATURA LATINA I - Universidade Castelo Branco
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dia, que, por razões óbvias, não foi convidada, joga<br />
uma maçã de ouro no meio deles, com as palavras<br />
“PARA A MAIS BELA” nela inscritas.<br />
Hera, Atená e Afrodite reclamam a maçã e pedem<br />
a Zeus que julgue entre elas, mas este recusa-se sabiamente,<br />
preferindo nomear o pastor Páris (o qual<br />
tomava conta dos rebanhos nas proximidades) para<br />
decidir o pleito. As deusas vão todas a ter com Páris,<br />
e cada uma delas procura suborná-lo, oferecendo-lhe<br />
a sua especialidade. Hera oferece-lhe um rico reino e<br />
poder. Atená oferece-lhe sabedoria e êxitos militares.<br />
Afrodite oferece-lhe amor, o amor da mais bela mulher<br />
do mundo, a espetacular Helena. Conseqüentemente,<br />
Páris escolhe Afrodite, tornando assim Hera<br />
e Atená suas implacáveis inimigas, jurando ambas<br />
destruir Páris e a cidade de Tróia.<br />
Ao saber que possuirá Helena, Páris vai primeiro a<br />
Tróia e estabelece-se como verdadeiro príncipe, filho<br />
legítimo de Príamo e Hécuba. Depois embarca para<br />
Esparta, para a corte do rei Menelau, o qual estava<br />
ausente, onde seduz e logo rapta Helena, levando-a<br />
para Tróia.<br />
A Guerra de Tróia<br />
Quando Menelau volta a Esparta e sabe da partida<br />
da esposa, convoca grande número de generais gregos<br />
para o acompanharem na conquista de Tróia e<br />
na recuperação de Helena. Em tempos, todos esses<br />
generais tinham cortejado Helena, chegando depois<br />
a um acordo: comprometiam-se a auxiliar aquele que<br />
conseguisse o amor de Helena e a vingar qualquer<br />
desonra a que o futuro marido ficasse sujeito por causa<br />
dela. Assim, Páris precipitou a Guerra de Tróia,<br />
cumprindo o sonho profético que sua mãe tivera de<br />
dar à luz um filho que seria a causa da destruição da<br />
cidade de Tróia.<br />
Alguns dos chefes gregos estavam ansiosos por saquear<br />
Tróia, mas dois, Ulisses e Aquiles, tinham sido<br />
avisados por oráculos do destino que teriam se participassem<br />
da expedição. Ulisses foi avisado de que estaria<br />
ausente durante vinte anos, pelo que se fingiu de<br />
louco, mas a sua astúcia foi rapidamente descoberta<br />
e acabou por concordar em partir. Os gregos sabiam<br />
que nunca poderiam capturar Tróia sem a ajuda de<br />
Aquiles, que era o maior guerreiro do mundo. Este<br />
era praticamente invulnerável como combatente porque,<br />
ao nascer, a mãe o mergulhara no rio Estige, tornando-o<br />
imortal em todo o corpo exceto no calcanhar,<br />
por onde o segurara (mais tarde, Páris descobrirá esta<br />
vulnerabilidade e disparará uma seta envenenada para<br />
o calcanhar de Aquiles – é por esta razão que utilizamos<br />
a expressão “calcanhar de Aquiles” para nos<br />
referimos à vulnerabilidade de alguém). Aquiles foi<br />
avisado de que, se fosse para a guerra, obteria grande<br />
glória, mas morreria jovem. Então a mãe disfarçou-o<br />
com roupas femininas. Porém, o astuto Ulisses descobriu<br />
a artimanha e Aquiles acabou por concordar com<br />
a sua participação.<br />
O irmão de Menelau, Agamêmnon, foi eleito chefe<br />
do exército. Quando estavam reunidos mil navios, os<br />
ventos acalmaram e, após consulta dos oráculos, descobriu-se<br />
que Agamêmnon matara um veado consagrado<br />
à Ártemis, a deusa da caça. Nada a poderia pacificar<br />
a não ser o sacrifício da filha de Agamêmnon,<br />
Ifigênia. Após considerável angústia, Agamêmnon<br />
mandou chamar a filha, sob pretexto de que ela iria<br />
casar com Aquiles. Uma vez lá, todavia, fê-la sacrificar,<br />
e os ventos começaram imediatamente a soprar.<br />
A expedição partiu.<br />
O primeiro desembarque foi num local errado, mas<br />
os gregos (chamados de aqueus, na Ilíada) acabaram<br />
por chegar a Tróia e sitiar a cidade, colocando Aquiles<br />
numa das extremidades e o famoso Ajax na outra.<br />
Durante nove anos tentaram, sem êxito, penetrar a<br />
invulnerável muralha troiana. Contudo, conquistaram<br />
e pilharam muitas terras pequenas e, no fim do nono<br />
ano, capturaram duas belas mulheres, Criseide, que<br />
foi entregue a Agamêmnon, e Briseide, que coube a<br />
Aquiles. Aqui começa a Ilíada, que terminará com o<br />
funeral de Heitor.<br />
A Queda de Tróia<br />
Depois do funeral de Heitor, os troianos solicitaram<br />
a ajuda de forças exteriores e os gregos perderam<br />
muitos combatentes valorosos. Numa batalha, Aquiles<br />
defrontou-se com Páris, o qual lançou uma seta<br />
que, guiada por Apolo, atingiu Aquiles no calcanhar<br />
direito, o único ponto em que ele era vulnerável. Só<br />
com grande dificuldade é que Ajax e Ulisses conseguiram<br />
recuperar o corpo de Aquiles, e logo surgiu<br />
uma disputa sobre quem deveria receber sua esplêndida<br />
armadura. Quando esta foi atribuída a Ulisses,<br />
Ajax ficou tão furioso que ameaçou matar alguns dos<br />
chefes gregos, mas, ao aperceberem-se do erro do seu<br />
comportamento, acabou por se suicidar.<br />
Com a morte dos dois maiores guerreiros, Ajax e<br />
Aquiles, os gregos começaram a duvidar de que algum<br />
dia conseguiriam conquistar Tróia. Consultando diversos<br />
adivinhos e oráculos, são informados de que se<br />
devem apoderar do arco e flechas de Héracles, que se<br />
encontravam nas mãos do príncipe Filocteto, um grego<br />
anteriormente abandonado devido a uma terrível ferida<br />
que não sarava. Ulisses e Diomedes são enviados e convencem<br />
Filocteto a regressar com o arco e as flechas.<br />
No seu primeiro combate, este consegue matar Páris.<br />
Esta morte, no entanto, não afeta o curso da guerra.