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LITERATURA LATINA I - Universidade Castelo Branco

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leis escritas, isto é, a díke ou nómos que substitui a<br />

thémis (casuística) (Thémis = forma de lei vigente até<br />

então, tida como justiça de caráter divino. Consistia<br />

no poder do rei ou do eupátrida de julgar em nome<br />

de deus...). Surgem então os legisladores, dos quais se<br />

destaca a figura de Sólon. As leis produzidas por eles,<br />

no entanto, não causam grande efeito e a crise social<br />

continua. Tal fato determinou a substituição da forma<br />

de poder, que saiu das mãos dos eupátridas, passando<br />

para as dos tiranos (= líderes provenientes da aristocracia<br />

que se uniam ao povo e à classe média para<br />

protegê-los contra os nobres. A conotação pejorativa<br />

veio mais tarde). Os tiranos trataram de realizar obras<br />

de utilidade pública (templos, festas religiosas, jogos<br />

etc.) conseguindo prestígio junto ao dêmos. O regime<br />

tirânico durou só até o fim do século VI.<br />

Características<br />

A lírica arcaica grega não pode ser caracterizada<br />

por aquilo que entendemos como estilo lírico hoje em<br />

dia. Primitivamente, o lírico está coesamente ligado<br />

ao canto e ao som dos instrumentos de corda. Há outros<br />

dois elementos fundamentais ligados à estrutura<br />

formal: o metro e o dialeto utilizados.<br />

O metro variava segundo a palavra e a melodia.<br />

Há variedades métricas ligadas às epopéias homéricas<br />

que usavam o hexâmetro datílico, combinan-<br />

2.3 - O Lirismo em Roma<br />

A Época de César (78-44 aC<br />

A poesia neotérica e Catulo<br />

Poetae novi (neòteroi, à grega) é a expressão usada<br />

por Cícero para indicar as tendências inovadoras, o<br />

moderno gosto poético de uma corrente que se desenvolve<br />

e se afirma no primeiro século a.C., demarcando<br />

uma decisiva curva na história da literatura latina.<br />

O processo de renovação do gosto literário promovido<br />

pelos poetae novi não é senão um aspecto do<br />

fomento geral de helenização dos costumes, de transformação<br />

dos modos de vida conseqüentes das grandes<br />

conquistas do II séc. a.C. que abriram ao poderio<br />

romano o cenário da área oriental do Mediterrâneo,<br />

e posto em contato a arcaica sociedade dos camponeses-soldados<br />

com populações habituadas a formas<br />

de vida mais refinadas. Este enorme e complexo fenômeno<br />

de civilização – que encontra em Roma a tenaz<br />

hostilidade dos cultores da tradição, do “partido<br />

catoniano” – manifesta sua influência, como é óbvio,<br />

também no campo especificamente literário, no qual<br />

se assiste a um lento mas progressivo enfraquecimento<br />

dos valores e das formas da tradição (de gêneros<br />

do-o com o pentâmetro – caso da elegia. Outras, por<br />

sua vez, operam com metros que imitam o ritmo da<br />

língua falada, como os versos iâmbicos. Tendo em<br />

vista a variedade de metros, a harmonia entre sons e<br />

palavras, aliada à busca da musicalidade, podemos<br />

dizer que a lírica moderna conserva traços da lírica<br />

dos tempos dos gregos.<br />

Outra característica da lírica arcaica é a subordinação<br />

a um tipo de dialeto grego, o que se explica pelo fato de<br />

ela ter surgido em diversas cidades e regiões gregas.<br />

Voltado para o presente, o lírico grego deixa<br />

fluir seus sentimentos e emoções. Também reflete<br />

a vida de sua pólis, exortando, recordando preceitos<br />

morais, louvando os que demonstram sua<br />

areté (excelência de qualidades físicas, morais,<br />

intelectuais). Cada um desses climas líricos eram<br />

expressos através de estruturas métricas próprias e<br />

diferenciadas. Assim é que havia a Elegia, a Ode,<br />

o Peã, o Epinício etc.<br />

As Formas Líricas<br />

No período arcaico, havia basicamente quatro modalidades<br />

líricas distintas: a elegia, o iambo, a mélica<br />

monódica e a mélica coral.<br />

literários política e moralmente “empenhados”, como<br />

a épica e, sobretudo, o teatro), e ao emergir de exigências<br />

novas, ditadas pelo refinamento do gosto e<br />

da sensibilidade. O que esses poetas têm de verdadeiramente<br />

novo, no que diz respeito às escolhas dos<br />

antecessores, é não tanto a predileção pela literatura<br />

grega mais recente (também os autores arcaicos trabalharam<br />

com técnica já alexandrina), mas, sim, a<br />

decisiva imitação dos aspectos eruditos e preciosos<br />

que caracterizavam exatamente aquela literatura. Os<br />

neóteroi tomam dos poetas helenísticos o gosto pela<br />

contaminação entre os gêneros, o interesse pela experimentação<br />

métrica, a pesquisa de um léxico e<br />

de um estilo sofisticados, enfim, o caráter decisivamente<br />

descompromissado da sua poesia.<br />

Não obstante os elementos de continuidade entre<br />

a poesia nugatória (poesia de versos ligeiros, de<br />

entretenimento, futilidades, vaidades, erotismo) e a<br />

propriamente neotérica, bem maior é comumente a<br />

sabedoria que esta última possui e, mais nitidamente,<br />

o descarte que ela introduz no que diz respeito<br />

à tradição literária latina. A elegância freqüentemente<br />

maneirada, o artificioso experimentalismo<br />

praticado sobre os modelos gregos pelos literatos

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