INTRODUÇÃO Prof. Dr. Roberto Elísio dos Santos ... - USCS
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1. InTrODUÇÃO<br />
O mercado atual está cada vez<br />
mais competitivo e a natureza competitiva<br />
de muitas empresas do mundo passa por<br />
mudanças cada vez mais aceleradas e profundas.<br />
E, como o cenário competitivo do<br />
século XXI não se satisfaz com ações convencionais<br />
de economias de escala ou orçamentos<br />
volumosos de publicidade, e nem<br />
administradores convencionais, há uma exigência<br />
de administradores com uma mentalidade<br />
que valoriza a flexibilidade, inovação,<br />
integração, frente aos desafios que<br />
surgem num ritmo de mudança constante.<br />
Essas mudanças no cenário e no<br />
ambiente atual são causadas, principalmente,<br />
por dois fatores: surgimento de<br />
uma economia e tecnologia globalizadas e<br />
as rápidas mudanças tecnológicas.<br />
Segundo Hitt (2002), a economia<br />
globalizada é aquela na qual os bens,<br />
serviços, pessoas, habilidades e idéias movimentam-se<br />
livremente através das fronteiras<br />
geográficas e, esta, está em fase de<br />
constante expansão, o que implica em uma<br />
maior complexidade para o contexto competitivo<br />
de uma empresa.<br />
A tecnologia está provocando<br />
significativas mudanças na natureza da<br />
concorrência, por meio, basicamente, de<br />
três tendências: a crescente taxa de mudança<br />
e disseminação tecnológica, a era<br />
da informação e o aumento na intensidade<br />
do conhecimento necessário para as<br />
empresas atualmente.<br />
Com um cenário competitivo cada<br />
vez mais dinâmico e desafiador, as empresas<br />
utilizam com maior freqüência estratégias<br />
cooperativas como meio para sobreviverem.<br />
Nos últimos anos, tem-se presenciado<br />
um número crescente de alianças e<br />
fusões entre empresas em todo o mundo.<br />
Há diariamente anúncios de novos elos,<br />
parcerias ou alianças. Seja qual for o nome<br />
que tenham, esses relacionamentos entre<br />
empresas envolvem parceiros de várias partes<br />
do mundo e cobrem uma certa amplitude<br />
de funções e atividades.<br />
As alianças estratégicas, principais<br />
formas de parceria estratégica, são parcerias<br />
entre empresas, em que seus recursos,<br />
capacidades e competências são compartilha<strong>dos</strong><br />
para chegarem a um objetivo comum,<br />
que pode ser um produto, serviço ou<br />
processo. Fusões e aquisições podem ser<br />
Gestão & Regionalidade - N o 13 - 2 o Semestre 2005<br />
vistas separadamente ou como formas de<br />
alianças estratégicas.<br />
Segundo Hooley e Saunders<br />
(2001), as joint ventures são um tipo de<br />
aliança estratégica em que propriedades<br />
de um projeto ou operação são compartilhadas<br />
entre as empresas em questão.<br />
Dado o exposto, este artigo propõe-se<br />
a estudar a joint venture das empresas<br />
LG e Philips e, com isso, proporcionar<br />
a contextualização do cenário competitivo<br />
atual, a revisão nos conceitos de alianças<br />
estratégicas entre empresas e conhecer um<br />
processo de formação e manutenção de<br />
uma joint venture, assim como os fatores<br />
que levaram à sua formação e os resulta<strong>dos</strong><br />
obti<strong>dos</strong> desde a sua formação .<br />
A escolha da joint venture LG.Philips<br />
Displays deveu-se ao fato de que ela proporciona<br />
um estudo de caso interessante porque<br />
é uma empresa que se originou de duas<br />
empresas multinacionais reconhecidas mundialmente<br />
e de culturas diferentes. A LG é<br />
uma empresa de origem coreana e cultura<br />
oriental, enquanto a Philips é de origem holandesa<br />
e cultura ocidental.<br />
Nos próximos itens, trataremos<br />
<strong>dos</strong> referenciais conceituais utiliza<strong>dos</strong> para<br />
o estudo proposto neste artigo, em seguida,<br />
a partir do item 5, faremos uma análise<br />
das empresas LG, Philips e da joint venture<br />
LG.Philips Displays, os fatores e resulta<strong>dos</strong><br />
levanta<strong>dos</strong>, assim como as conclusões deste<br />
estudo.<br />
2. CenÁrIO DO sÉCULO XXI<br />
No cenário do século XXI, as empresas<br />
deparam-se com o desafio de desenvolver<br />
um nível ideal de globalização, que<br />
gere concentrações adequadas das operações<br />
locais e globalizadas para a empresa.<br />
Segundo Klotzle (2002), num<br />
mundo globalizado, o incremento da competitividade<br />
tornou-se questão de sobrevivência<br />
para as empresas, independente do<br />
ramo em que elas atuam. A globalização<br />
não só exige presença nos merca<strong>dos</strong>-chave,<br />
mas também aumento da produtividade,<br />
redução <strong>dos</strong> custos, melhoria da qualidade<br />
<strong>dos</strong> produtos, investimentos na qualificação<br />
<strong>dos</strong> funcionários e desenvolvimento<br />
de novas tecnologias; entretanto, muitas<br />
vezes, o incremento da competitividade e<br />
a onipresença em diversos merca<strong>dos</strong> são<br />
atividades muito onerosas para a maioria