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INTRODUÇÃO Prof. Dr. Roberto Elísio dos Santos ... - USCS

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Santo André, em 1997, optou por<br />

abrir uma rede de ensino fundamental,<br />

isso teve um custo, o custo foi de cinco mil<br />

vagas na educação infantil, só no ano da<br />

implantação do Fundef, para você ter uma<br />

idéia de quanto o município já perdeu<br />

com esses nove anos de Fundef. Este ano,<br />

Santo André recolheu 27 milhões para o<br />

Fundef e recebeu de volta 16 milhões e eu<br />

ainda tenho uma fila de 3.500 crianças esperando<br />

vaga na creche. Então, o município<br />

arrecada o recurso, faz uma política de<br />

ajuste fiscal e beneficia outros municípios,<br />

que nem sempre trabalham com a política<br />

de ajuste fiscal.<br />

É fato que os recursos do Fundef<br />

ficam para o próprio estado, até eu ouvi<br />

daqui, do professor Valter, que existe uma<br />

diferença gritante entre a necessidade de<br />

São Caetano e a necessidade <strong>dos</strong> 5.540 e<br />

poucos municípios e a nossa dificuldade é<br />

a educação infantil, porque ela é contribuição<br />

exclusiva do município, o Ministério<br />

Público não quer saber se a Emenda n o 14<br />

garante recursos para o Fundef para o ensino<br />

fundamental, ele quer saber do empreendimento<br />

para a constituição que diz<br />

que todas as crianças têm direito à escola,<br />

creche e suas necessidades.<br />

Nós recebemos, por dia, em<br />

torno de três e quatro formulários para<br />

colocar crianças em creches, nós temos<br />

listas públicas, que é de conhecimento e<br />

acompanhamento de conselho de escola,<br />

onde classificamos uma vez por ano. São<br />

visitadas cinco mil famílias porque esses<br />

são os números de inscritos, as famílias<br />

são visitadas por assistentes sociais, que<br />

não têm vínculos com a prefeitura e, para<br />

evitar qualquer problema nessa classificação,<br />

as listas se tornam públicas, para que<br />

a gente consiga atender prioritariamente<br />

às crianças com maior necessidade.<br />

No meu papel, enquanto educadora,<br />

é muito complicado entrar num processo<br />

contra essa família e tirar a criança<br />

da creche, Santo André foi até o Supremo<br />

Tribunal Federal e devemos definir qual<br />

das leis nós devemos cumprir porque a<br />

educação tem verba vinculada de 25%, é<br />

fato que o município pode colocar mais<br />

que 25%, mas também todo mundo sabe<br />

que existem outras coisas por serem feitas<br />

no município, além da educação.<br />

Se nós fizermos uma conta simples,<br />

25% para educação, 15% para saúde,<br />

42%, que mais ou menos a folha de pagamento<br />

da Prefeitura de Santo André faz,<br />

somando tudo isso, ainda tem saneamento<br />

básico, urbanização de favelas, inclusão social,<br />

existe uma série de coisas que precisam<br />

ser feitas, de uma fatia muito pequena<br />

do orçamento, então, nós defendemos sem<br />

o Fundef, que o Fundeb inclua as creches<br />

porque a Emenda Constitucional e a então<br />

Vara Civil, que não contempla as crianças<br />

de zero até 3 anos e que são os de maior<br />

custo dentro <strong>dos</strong> municípios.<br />

Hoje, em Santo André, uma criança<br />

de zero até três anos no período integral,<br />

12 a 14 horas na creche custa de 3 mil<br />

a 3.200 reais e a Emenda Constitucional do<br />

Fundef prevê “X” por cento para o fundamental,<br />

“X” com plus para o ensino médio<br />

e um “X” menor para a educação infantil.<br />

Nós corremos o risco de ver a educação infantil<br />

ter um decréscimo, mas a situação,<br />

sendo o que acontece na educação infantil,<br />

diferente do que acontece em São Caetano,<br />

serve de porta de entrada para combate<br />

a desnutrição, inclusão com crianças<br />

portadoras de deficiência, atendimento<br />

prioritário à violência doméstica enfim, é<br />

a porta de entrada para um atendimento<br />

humanizado da população, que deixou de<br />

ser só mãe para ser a mãe trabalhadora,<br />

em relação a questão da creche.<br />

Não é somente o cuidar, agora é o<br />

educar também, por isso a LDB passa essa<br />

atribuição da assistência para a educação,<br />

porque ela não é só um espaço de cuidar,<br />

mas é um espaço educar, contudo o governo<br />

passado esqueceu de passar os recursos,<br />

assim vem acontecendo com a saúde e,<br />

infelizmente, nem o atual governo contribuiu<br />

para o Fundef aquilo que é de fato<br />

obrigação do governo federal, todas as<br />

partes têm que contribuir para que to<strong>dos</strong><br />

possam receber.<br />

Em 1997, Santo André optou por<br />

ter uma rede própria de ensino e vem ano<br />

a ano construindo essa rede, nós voltamos<br />

pelas séries iniciais, nós trabalhamos na<br />

linha que chamamos de primeira infância<br />

de zero até 10 anos, trabalhamos por ciclos<br />

e não por séries. Trabalhamos por ciclos<br />

com a educação infantil, desde a creche, as<br />

crianças são agrupadas não por idade, mas<br />

por etapas do desenvolvimento.<br />

Então, na verdade, o que se fez<br />

foi empurrar todo mundo para abrir vagas<br />

nas séries iniciais para que a gente dê<br />

54 SEMINÁRIO ABERTO

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