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INTRODUÇÃO Prof. Dr. Roberto Elísio dos Santos ... - USCS

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dade para reconstruir sua base de apoio,<br />

ainda mais agora com a denúncia de corrupção<br />

<strong>dos</strong> Correios, que é dirigido pelo<br />

presidente do PTB. Então, isso vai complicar<br />

um pouco a base do governo federal.<br />

Mas, de qualquer forma, esse projeto vai<br />

para o Congresso, prevendo que nos próximos<br />

quatro anos, uma vez aprovado, o<br />

governo federal vai injetar mais de 4 bilhões<br />

e 500 milhões de reais no período<br />

de quatro anos, de forma gradual.<br />

Mas só que esse dinheiro, embora<br />

aparentemente seja novo, não é. E o Fundeb,<br />

então, vai substituir o Fundef. Ele vai<br />

dar conta da educação de jovens e adultos<br />

da educação fundamental, da educação<br />

infantil e da educação do ensino médio.<br />

A partir daí, os municípios vão ter grandes<br />

progressos. Óbvio que municípios com<br />

recursos e receita próprios, como aqui no<br />

ABC ou na cidade de São Paulo, não vai<br />

ter grandes problemas, mas olhando para<br />

a forma macro <strong>dos</strong> quase seis mil municípios,<br />

eles terão problemas e aqueles colegas<br />

que acham que a municipalização vai<br />

ser umas maravilha, vejamos isso a médio<br />

e longo prazo, como vai ser. Até os municípios<br />

que são mais ricos porque a realidade<br />

de se ter um sistema educacional<br />

próprio significa ter custo adicional, uma<br />

despesa fixa, e aí a coisa vai mudar, muda<br />

a realidade completamente.<br />

E por último, eu gostaria de dizer<br />

de forma coorporativa, óbvio que a municipalização<br />

divide nossa categoria. Hoje, nós<br />

temos uma categoria estadual, ela começa<br />

a sofrer uma divisão, por conta da municipalização,<br />

os municípios, do ponto de vista<br />

da organização se torna mais difícil e óbvio<br />

que isso, mais unificado, mais poder de<br />

pressão a categoria tem, quanto mais dividido,<br />

menos pressão essa categoria tem.<br />

Então, nesse sentido, eu estou<br />

entre aqueles. Meu sindicato entende<br />

que a municipalização não é a solução de<br />

to<strong>dos</strong> os problemas, ao contrário, é uma<br />

política que está a serviço da reforma do<br />

estado para desresponsabilizar a União<br />

das suas funções e que, a médio e longo<br />

prazo, nós teremos problemas sérios no<br />

país desse ponto de vista do combate da<br />

crise da educação, da melhoria da qualidade<br />

e que nós enfrentamos uma situação<br />

onde, infelizmente, a educação nesse<br />

país não é prioridade, no ponto de vista<br />

de investimento de longo prazo,é ainda<br />

uma política pública que é vista como manipulação,<br />

como vitrine para as eleições.<br />

E para superar tudo isso, tem que fazer<br />

como no Japão, realizar investimento<br />

para a educação de longo prazo, período<br />

pós-guerra.<br />

Se investiu na educação em média<br />

10% a 15% ao ano, para ter dividen<strong>dos</strong>,<br />

retorno da educação a partir da década de<br />

1970. Na pratica, foram três décadas de<br />

investimentos a longo prazo, para que se<br />

tenha recurso, se tenha retorno não só na<br />

formação de uma geração docente, não<br />

só na aplicação de recurso para educação,<br />

porque o conhecimento é um processo dinâmico<br />

e que não está divorciado de um<br />

outro problema: a universidade. Hoje há<br />

um uni ato entre a educação básica e o<br />

terceiro grau. A universidade pública, infelizmente,<br />

vê a educação básica apenas<br />

como um laboratório, é preciso deixar se<br />

ver a educação básica como um laboratório,<br />

é preciso inverter isso, senão não vamos<br />

também mudar outra realidade que<br />

atinge a educação superior, que é o baixo<br />

nível não só de acesso, mas da qualidade<br />

do aluno, quando chega na educação superior.<br />

E, para isso, é uma luta, não só <strong>dos</strong><br />

professores, mas é uma luta <strong>dos</strong> profissionais<br />

da educação, da comunidade escolar,<br />

de toda a sociedade para que a gente possa,<br />

efetivamente, conquistar uma educação<br />

pública, estatal de qualidade.<br />

PerGUnTa:<br />

Eu queria saber da professora<br />

Cleusa mais alguns detalhes sobre a supervisão<br />

da rede de Santo André pelo MEC,<br />

que é uma coisa inédita. Ela deveria ser<br />

supervisionada pelo governo do estado,<br />

então como é que funciona, quais são os<br />

benefícios, quais os dispositivos e por que<br />

Santo André fez essa opção?<br />

PrOFa. CLeUsa<br />

Na verdade, nós não temos mais<br />

nem a supervisão da Delegacia de Ensino e<br />

nem a supervisão direta do MEC. O que nós<br />

temos é a independência. Então, a supervisão<br />

das escolas municipais é feita pelos próprios<br />

profissionais da secretaria. E a nossa<br />

ligação de vínculo para programas, enfim,<br />

para uma série de coisas que é o dia-a-dia de<br />

uma secretaria, agora é feito direto ao MEC.<br />

60 SEMINÁRIO ABERTO

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