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formatura, ao contrário das aparências ditadas pelos regulamentos, dissolve-se<br />

facilmente na acção, ressurgindo um modo natural (e antiquíssimo) de combate<br />

desta gente: a horda bárbara.<br />

A simples abordagem pela polícia é já insulto… E isso o sente qualquer cidadão<br />

a quem tal ocorra, atrás de quem ande um polícia a correr para lhe entregar<br />

uma notificação judicial, por exemplo, e, por tudo, trazer o polícia à cultura,<br />

deu sempre os mais estranhos resultados… ele veio, muitas vezes, sob a forma<br />

de polícia, “tout court”, sob a forma de censor (designando assim não o<br />

magistrado romano, e muito menos o funcionário escolar dos Liceus de França,<br />

mas o membro da comissão de censura) sob a forma, até, de crítico literário, de<br />

artes plásticas, ou fílmicas, nos países onde tais artes não puderam extinguir-se<br />

(como aqui acabou por ocorrer) nem subalternizar-se radicalmente (como aqui<br />

sempre ocorreu no século XX), às vezes até vêm como professores, imagine-se!...<br />

- como a realidade pode ser estranha! - e é a perseguição escolar um dos mais<br />

seguros percursos da violência persecutória, devendo-se porventura ao seu<br />

generalizado êxito o mais sólido dos motivos pelos quais as actividades<br />

culturais estão bem mortas entre os autóctones deste território, eles próprios<br />

pouco vivos (embora a coisa possa tornar-se ainda mais ostensiva).<br />

ALMAS DE POLÍCIA E POLÍCIAMENTO DAS ALMAS<br />

Aos funcionários elevados ao funcionalismo docente (a viver da coisa e não<br />

para a coisa, como diria Schopenhauer no seu libelo contra a Filosofia<br />

Universitária) a subtileza criadora demonstra-lhes sempre a sua irrelevância, a<br />

inteligência alheia faz-lhes ver a sua estupidez, qualquer autonomia os faz<br />

temer a sua dispensabilidade e, por isto, reprimem, desgostam, frustram,<br />

perseguem e matam – sempre que o podem - as sensibilidades ao seu alcance,<br />

usando boa parte das vezes como arma a perversão da técnica que devia servir<br />

a expressão da liberdade. Opõem (a ideia é tão escandalosa como genial) a<br />

tékné à poiêsis (é extraordinário). Absolutizam os meios. Impõem o<br />

esquecimento dos fins. Sabem tudo sobre os fios que jamais fiaram e nunca<br />

tecerão. São virtuosos dos caminhos que não levam a parte alguma. Inimigos<br />

naturais de qualquer objectivo, rumo ou obra. Um pianista de génio passaria a<br />

odiar o piano se o forçassem a suportar os efeitos práticos das concepções de<br />

tais “mestres” sobre a correcção ao teclado… Isto traduz um êxito assombroso<br />

dos objectivos persecutórios e da eficácia dos seus meios: é a falsa escola. E<br />

nota-se a falsa escola pela vacuidade dos seus quotidianos, sobretudo nas Artes,<br />

mas as Humanidades não andam longe da mesma sintomatologia. Nota-se a<br />

falsa escola onde quer que a técnica venha por qualquer forma obstar à obra, ao<br />

invés de a servir. É a regra por cá. Noutros quadrantes geográficos as coisas não<br />

podem ser tão pouco subtis porque os subsídios acabariam imediatamente.<br />

Isto é assim em geral. Entre nós, as viabilizações abertas pela morte da<br />

Universidade Liberal, a mediocridade das semi-posições na obrigatoriedade da<br />

“posição adoptada”, a decorar disciplinadamente por um corpo discente<br />

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