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PARANÁ (1920-1930). 2006 - Universidade Federal do Paraná

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UMA OUTRA FACE DA VIOLÊNCIA NA HISTÓRIA DO SUDOESTE DO<br />

<strong>PARANÁ</strong><br />

Cada sociedade nasce, aos seus olhos, no momento<br />

em que se faz a narrativa da sua violência.<br />

Jean-Pierre Faye.<br />

A história <strong>do</strong> su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong> possui em si mesma um estigma de<br />

violência e um curioso para<strong>do</strong>xo. Desde o momento <strong>do</strong> início <strong>do</strong> seu povoamento<br />

pode-se precisar que a região foi motivo de desentendimento, exploração, cobiça e<br />

sofrimento. Alguns estu<strong>do</strong>s importantes neste senti<strong>do</strong> buscaram analisar a relação<br />

entre os homens e a violência na região 14 . No entanto, a maioria desses estu<strong>do</strong>s<br />

tendeu por se voltar para a relação da violência com a disputa pela terra que remonta<br />

pelo menos ao século XIX. Argentinos, paranaenses, catarinenses, caboclos e índios<br />

já disputaram as terras <strong>do</strong> su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong>. No entanto, a face complementar <strong>do</strong><br />

para<strong>do</strong>xo consiste no fato de que a região por muito tempo não teve um controle por<br />

parte de governo algum; ora pelas dificuldades de comunicação, ora pela distância<br />

mesma, que além de isolar tinha o efeito de tornar a região uma parte <strong>do</strong> to<strong>do</strong>,<br />

distante <strong>do</strong> “centro” o que fez com que e a região ficasse praticamente esquecida 15 .<br />

Durante a Guerra <strong>do</strong> Paraguai um contingente da Guarda Nacional se<br />

estabeleceu no su<strong>do</strong>este sen<strong>do</strong> que em 1884 a região foi elevada à categoria de<br />

freguesia pela Lei n° 22 da Assembléia Legislativa com o nome de “Bela Vista de<br />

Palmas” e em município em 1892, pela Lei n° 484. Mas, a história <strong>do</strong> su<strong>do</strong>este<br />

desde que se tem conhecimento foi seccionada por interesses diversos nem sempre<br />

ordeiros e de pacífica realização em muito arbitrários e violentos. Alguns por<br />

necessidade outros por circunstância e vontade alheia. No século XVII bandeiras<br />

14 Dentre eles: COLNAGHI, Maria Cristina. Colonos e Poder: a luta pela terra no su<strong>do</strong>este <strong>do</strong><br />

<strong>Paraná</strong>. Curitiba/ <strong>Universidade</strong> <strong>Federal</strong> <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong> (Dissertação de Mestra<strong>do</strong>): 1984. REGO, Rubem<br />

Murilo Leão. Terra da violência: estu<strong>do</strong> sobre a luta pela terra no su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong>. São Paulo:<br />

<strong>Universidade</strong> de São Paulo (Dissertação de Mestra<strong>do</strong>): 1979.<br />

15 EL-KHATIB, Faissal. História <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong>: municípios <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong>. 4ºvolume. 2.ed. Curitiba:<br />

Grafipar editora, 1969. p. 75.<br />

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