16.06.2013 Views

PARANÁ (1920-1930). 2006 - Universidade Federal do Paraná

PARANÁ (1920-1930). 2006 - Universidade Federal do Paraná

PARANÁ (1920-1930). 2006 - Universidade Federal do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

asa en los fines ni medios que un grupo asume; nace del poder que coincide con la<br />

fundación del grupo” 135 .<br />

Fundação <strong>do</strong> grupo, relação social, identidade e senso de justiça, sentimentos<br />

populares. Através desses elementos que pudemos perceber as práticas sutis, as<br />

formas elementares de relação social fundamentadas no conflito, na <strong>do</strong>r, no ódio e<br />

no desejo de vingança. O processo contra Pacífico e seu filho possibilitaram o<br />

acesso a essa esfera de ação e de relacionamento entre os homens, perpassada pela<br />

imposição de um comportamento, visto como necessário ao convívio pacífico entre<br />

os homens e que é media<strong>do</strong> e estrutura<strong>do</strong> pelo aparelho judiciário. Assim, e partin<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> modelo meto<strong>do</strong>lógico de Arendt da análise <strong>do</strong>s ódios públicos e exposto por<br />

Pierre Ansart, e que analisa a relação entre sistema político e sentimentos e paixões<br />

públicas 136 , é que, a relação entre a maquinaria da justiça e a violência popular<br />

desvelou uma camada de um passa<strong>do</strong> localiza<strong>do</strong> entre a imposição da <strong>do</strong>minação, a<br />

formação de uma identidade e a violência “legitimada” por uma violência primeira.<br />

Em outras palavras buscamos a compreensão <strong>do</strong>s ódios e sentimentos populares<br />

catalisa<strong>do</strong>s no ato violento não apenas pelos seus efeitos e conseqüências, mas<br />

principalmente pela sua relação com um sistema político de <strong>do</strong>minação por fazer-se.<br />

Poderá se questionar até que ponto esse esquema interpretativo pode ser<br />

váli<strong>do</strong> para aplicação à história <strong>do</strong> su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong> antes da década de 1940<br />

(marcada pela intensificação da ocupação e colonização <strong>do</strong> território), onde não<br />

havia a ação extensiva e austera de um sistema político estatal. Tal problema se<br />

resolve novamente pela perspectiva de análise proposta neste trabalho. Através <strong>do</strong><br />

recorte temporal localiza<strong>do</strong> justamente antes <strong>do</strong> gradativo aumento populacional e,<br />

focan<strong>do</strong> o olhar sobre as relações de “forças subterrâneas” cambiantes entre os<br />

135 H. Arendt. “Da violência”. Cita<strong>do</strong> por: HEUER, Wolfgang. Poder, Violência, Terror: la<br />

república imperfecta y sus peligros. In: DUARTE, André; LOPREATO, Christiana;<br />

MAGALHÃES, Marion Brepohl de. A Banalização da Violência: a atualidade <strong>do</strong> pensamento de<br />

Hannah Arendt. Rio de janeiro: Relume Dumará, 2004. p.79.<br />

136 ANSART, Pierre. In: DUARTE, André; LOPREATO, Christiana; MAGALHÃES, Marion<br />

Brepohl de. A Banalização da Violência: a atualidade <strong>do</strong> pensamento de Hannah Arendt. Rio de<br />

janeiro: Relume Dumará, 2004. p.21.<br />

64

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!