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PARANÁ (1920-1930). 2006 - Universidade Federal do Paraná

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ações imotivadas previamente etc. essas relações confirmam e legitimam o fazer-se<br />

pelo qual passa um grupo social.<br />

Em se tratan<strong>do</strong> da “formação das almas” <strong>do</strong> su<strong>do</strong>este paranaense seria<br />

necessário que se levasse a cabo um estu<strong>do</strong> específico desse posicionamento local<br />

frente à imagem e a repercussão da violência na região. Não cabe, portanto em<br />

poucas páginas dar conta da amplitude dessa proposta, mas apenas demonstrar que<br />

essas relações perpassam a constituição de uma arqueologia da violência através da<br />

mentalidade popular sobre a justiça e a disciplinarização e normalização <strong>do</strong> corpo<br />

social e de que este devir influencia sobremaneira a implementação, não sem <strong>do</strong>r, da<br />

engrenagem jurídico-punitiva no su<strong>do</strong>este paranaense.<br />

Grande alusão e este mecanismo de afirmação de si encontra-se no Álbum<br />

Histórico de Pato Branco de 1966. Na apresentação, escrita por Victor S. Biasuz<br />

encontramos palavras mais que emblemáticas dessa constituição de identidade e<br />

uma sedimentação ideológica regional:<br />

Poderíamos ter feito algo excepcional, impressionante, que galvanizasse com da<strong>do</strong>s<br />

incorretos ou inseguros, a realidade que Pato Branco represente.<br />

Preferimos trazer à luz fatos históricos incontestáveis, que representam efetivamente o<br />

marco de hoje que é êste álbum.<br />

Somos o que somos!<br />

Vivemos o meio ambiente em fase de transição entre o pioneirismo migratório e a primeira<br />

geração castiça.<br />

São nossas condições:<br />

A luta normal pela vida, que obriga a maioria ao personalismo marcante.<br />

O pão-durismo generaliza<strong>do</strong> pela vontade férrea de progredir.<br />

A falta de entidades culturais em face a nossa infância.<br />

A grandiosidade e a beleza da amizade sincera, mesmo em grupos, que se consolida com a<br />

palavra “cumpadre”.<br />

O espírito religioso que une, conforta e faz esquecer os mais acirra<strong>do</strong>s adversários de<br />

futebol e política.<br />

As classes sociais não existem! – não existem ricos, e os pseu<strong>do</strong>s-ricos têm origem na<br />

dinastia <strong>do</strong> povo.<br />

A união <strong>do</strong>s habitantes em querer construir uma cidade digna.<br />

O apego de to<strong>do</strong>s em defender um nome:<br />

PATO BRANCO – CAPITAL DO SUDOESTE PARANAENSE! 45<br />

45 BIASUZ, Victor S. ÁBUM HISTÓRICO: PATO BRANCO – <strong>PARANÁ</strong>, 1966.<br />

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