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PARANÁ (1920-1930). 2006 - Universidade Federal do Paraná

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com trinta e oito anos, casa<strong>do</strong>, comerciante, saben<strong>do</strong> ler e escrever, mantém uma<br />

postura muito semelhante a de Francisco Faria: “neutralidade”. Mas em sua fala se<br />

destacam duas coisas. A primeira diz respeito ao machuca<strong>do</strong>s da vítima. João<br />

Ribeiro diz ter visto tais machuca<strong>do</strong>s e que eles “não deixariam deformidade na<br />

junta <strong>do</strong> braço” 99 e ainda que, “ella não esta <strong>do</strong>ente 100 ”, além de que segun<strong>do</strong> lhe<br />

consta a vítima tem bom comportamento assim como os acusa<strong>do</strong>s; e a segunda<br />

permeia a questão de Joaquim Félix estar trabalhan<strong>do</strong> para Pacífico porque ele<br />

testemunha não sabe se quan<strong>do</strong> aconteceu o “conflito vertente trabalhava em<br />

serviços pertencentes a Pacífico Pinto de Lima” 101 . Caberia a essa altura <strong>do</strong><br />

processo se questionar que o fato <strong>do</strong> padrasto de Joaquim Félix ter se torna<strong>do</strong> seu<br />

advoga<strong>do</strong>. Seria mesmo por interesse, ou pela falta de condições para contratar um?<br />

E por que motivo ele não faz pergunta alguma a nenhuma testemunha durante to<strong>do</strong><br />

processo? Isso se deve ao fato de não saber como se portar e agir em tal esfera de<br />

ação social que possui suas próprias regras? São questões importantes e de difícil<br />

resposta.<br />

Em seguida o Ajunto <strong>do</strong> Promotor solicitou que se desistisse da inquirição de<br />

uma testemunha (Joaquim Ferreira Norberto), principalmente por este estar moran<strong>do</strong><br />

em Santa Catarina. Logo após Pacífico e seu filho são interroga<strong>do</strong>s. Salienta-se nas<br />

suas falas que quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong>s sobre onde estariam no tempo em que se deu o<br />

crime, os <strong>do</strong>is dizem coisas muito parecidas, dizem que só souberam <strong>do</strong> aconteci<strong>do</strong><br />

quan<strong>do</strong> foram cita<strong>do</strong>s em suas roças. Aparentemente soa como se tivessem si<strong>do</strong> bem<br />

instruí<strong>do</strong>s por um advoga<strong>do</strong>, já que durante to<strong>do</strong> processo quan<strong>do</strong> se pronunciam<br />

demonstram estarem prepara<strong>do</strong>s para responderem aquilo que precisavam<br />

responder. Mantém uma coerência, não se equivocam nem contradizem, são claros e<br />

seus discursos se encaixam com toda movimentação de seu defensor.<br />

99 COMARCA DE PALMAS. JUÍZO DO TERMO DE CLEVELÂNDIA. Processo-crime Idem,<br />

ibidem, p.39.<br />

100 Idem, ibidem, p.39.<br />

101 Idem, ibidem, p.39.<br />

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