PARANÁ (1920-1930). 2006 - Universidade Federal do Paraná
PARANÁ (1920-1930). 2006 - Universidade Federal do Paraná
PARANÁ (1920-1930). 2006 - Universidade Federal do Paraná
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
a testemunha “se existe ou existiu entre elles e os denuncia<strong>do</strong>s alguma desafeição ou<br />
inimisade e se sabe se os denuncia<strong>do</strong>s tem ganho fortuna com o seu trabalho onde<br />
residem, ao que a testemunha respondeu que ella testemunha não era desaffecta <strong>do</strong>s<br />
denuncia<strong>do</strong>s e que sabe que os denuncia<strong>do</strong>s tem ganho fortuna com o seu<br />
trabalho” 91 . Aqui já se vislumbra um <strong>do</strong>s principais argumentos posteriores da<br />
defesa que se baseia nesse ganho de fortuna, nessa prosperidade pelo trabalho de<br />
Pacífico.<br />
A terceira testemunha traz algumas importantes afirmações para a<br />
constituição de algumas hipóteses de extrema qualificação na constituição da relação<br />
entre a constatação de que a violência é ou não praticada por Pacífico e seu filho. No<br />
depoimento de Severiano Barbosa de Oliveira, destaca-se a afirmação de que<br />
Joaquim Félix era empreiteiro <strong>do</strong>s denuncia<strong>do</strong>s 92 , e ainda que;<br />
não sabe de nenhuma testemunha occular <strong>do</strong> facto criminoso; que Joaquim Norberto e<br />
Francisco Nunes, se queixaram que os dennuncia<strong>do</strong>s detioraram suas roças e mal trataram<br />
sua criação de porcos, que, não sabe ou não conhece na circunvisinhança pessoas outras<br />
espancadas pelos denuncia<strong>do</strong>s, saben<strong>do</strong> porem que no logar Villa Nova deste termo mora<br />
um tal Tavares que elle testemunha não conhece mas sabe ter si<strong>do</strong> mesmo espanca<strong>do</strong> pelos<br />
dennuncia<strong>do</strong>s por lhe ter dito a ella testemunha os mesmos dennuncia<strong>do</strong>s 93 .<br />
A saída da defesa para esta basilar e incisiva declaração de Severiano se<br />
concentra na seguinte insinuação:<br />
Dada a palavra ao defensor <strong>do</strong>s accusa<strong>do</strong>s, por elle foi requeri<strong>do</strong> que se perguntasse à<br />
testemunha se Joaquim Felix é filho de sua mulher e quantos annos tem se vive debaixo <strong>do</strong><br />
seu pátrio poder, quem fez a queixa e indicou as testemunhas a autoridade e quanto os<br />
dennuncia<strong>do</strong>s maltrataram a criação de Nunes e Joaquim Norberto e bem assim as<br />
plantações por elles detioradas; a o que a testemunha respondeu que a a victima é filho de<br />
sua mulher Maria Theo<strong>do</strong>ra e conta com sete annos de edade e há seis annos vive sobre o<br />
pátrio poder delle depoente, que fora elle testemunha que fizera a queixa <strong>do</strong> facto criminoso<br />
e as testemunhas foram indicadas ao Delega<strong>do</strong> de Policia Poe elle depoente, que à seis<br />
91 COMARCA DE PALMAS. JUÍZO DO TERMO DE CLEVELÂNDIA. Processo-crime contra<br />
Pacifico Pinto de Lima e José de Pinto Lima. <strong>1920</strong>, p.25.<br />
92 Idem, ibidem, p.26.<br />
93 Idem, ibidem, p.26.<br />
48