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PARANÁ (1920-1930). 2006 - Universidade Federal do Paraná

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“O município conta atualmente com 173 industrias, 14 agencias bancarias, 90<br />

escolas (<strong>do</strong> 1º ao 2º grau), com aproximadamente 12.600 alunos”, a “Capital <strong>do</strong><br />

Su<strong>do</strong>este” como é chamada, já iniciava sua afirmação enquanto, “pólo educacional”,<br />

sen<strong>do</strong> também indica<strong>do</strong>r não apenas de educação, mas de progresso.<br />

Em 1982 já encontraríamos uma população em Pato Branco organizada, a<br />

colonização estaria encerrada, o governo operante e o aparelho judiciário-repressivo<br />

demarca<strong>do</strong> e localiza<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> visível a sua capacidade de <strong>do</strong>minação muito mais<br />

satisfatória. A violência seria uma necessidade agora ignorada de um passa<strong>do</strong> difícil<br />

e de um projeto de igual amplitude. A criação imagética <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> de luta, trabalho<br />

e progresso, resultante da “semente <strong>do</strong>s pioneiros”, parecia já estar solidificada e<br />

certamente a sua função pôde ser cumprida. O senso de justiça já não pertence mais<br />

ao corpo comunitário. Toda injustiça e to<strong>do</strong> crime serão julga<strong>do</strong>s de forma civilizada<br />

pelo órgão competente: a justiça burocrática. Não cabe à sociedade ordeira fazer<br />

valer desses mecanismos “bárbaros” e sanguinários <strong>do</strong> “justiçamento” para manter<br />

um status quo suportável para convivência. Por vezes, é difícil precisar até que<br />

ponto toda essa construção discursiva foi ou não decisiva, mas certamente a sua<br />

representatividade não se esgota em si mesma, o axioma que possui foi muito útil na<br />

construção de uma verdade e de uma sociabilidade que destoa, e até mesmo se opõe,<br />

a violência “legitimada” da justiça popular. Essa ruptura é inerente a progressiva<br />

implantação e equiparação <strong>do</strong> aparelho jurídico-repressivo. Já se encontra aí a<br />

diluição no corpo social dessa imagem, e os versos de Waldemar Shüler, por certo,<br />

fizeram parte da pedagogia escolar, da então, incipiente imprensa pato-branquense,<br />

<strong>do</strong>s corpos e das “almas” 71 .<br />

.<br />

71 Rica terra natalina/ O seu povo é cordial/Na capital su<strong>do</strong>estina/ No Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong>/ Bom retiro<br />

na idade nova/ Primeiro nome assim a<strong>do</strong>tou/ O seu povo se contentou/ Vila Nova foi se afastan<strong>do</strong>/<br />

Em cidade ela se formou/ Pato Branco foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>/ O seu povo se alegrou. In: SCHÜLER,<br />

Waldemar. Canção Su<strong>do</strong>estina. In: MARCONDES, Gilson. Ecos Pato-Branquense: contos,<br />

crônicas e poesias. 1976/1977.<br />

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