PARANÁ (1920-1930). 2006 - Universidade Federal do Paraná
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natural e residente neste município, não saben<strong>do</strong> lêr nem escrevêr, lavradôr (...)” 83 ,<br />
traz um detalhe a mais a trama afirman<strong>do</strong> “que no dia desesseis <strong>do</strong> corrente mêz,<br />
soube que, Pacifico de Pinto Lima e seu filho José haviam manda<strong>do</strong> chamar<br />
Severiano Barbosa de Oliveira e como este estivesse na roça, Joaquim Félix<br />
Rodrigues <strong>do</strong>s Santos foi atender o chama<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> nesta occasião aggredi<strong>do</strong> pelos<br />
accusa<strong>do</strong>s que lhe produsiram o ferimento que appresenta”. Além, <strong>do</strong> fato de que ele<br />
“soube que”, o que certamente não poderem saber é como ele soube e em que<br />
condições soube <strong>do</strong> aconteci<strong>do</strong>, tem-se que seu depoimento de certo mo<strong>do</strong><br />
complementa e se encaixa com o da quarta testemunha: João Bueno de Quadros,<br />
“com quarenta e três annos de edade, casa<strong>do</strong>, lavradôr, residente neste município,<br />
não sabe lêr nem escrevêr(...)” 84 , e que, “(...) disse que sabe que Severiano Barbosa<br />
de Oliveira e Joaquim Félix de Oliveira <strong>do</strong>s santos, retiraram-se de agrega<strong>do</strong>s de<br />
Pacifico Pinto de Lima ignoran<strong>do</strong> porem qual o motivo da retirada <strong>do</strong>s mesmos” 85 .<br />
Peça importante surge com esse depoimento. Percebemos que pode haver uma<br />
relação especifica entre Pacifico e os offendi<strong>do</strong>s Joaquim Félix e Severiano (que é<br />
casa<strong>do</strong> com a mãe de Joaquim Félix). Eles eram agrega<strong>do</strong>s de Pacifico. A relação<br />
estabelecida é de trabalho e de obrigação. Qual o motivo que os fez se retirarem da<br />
propriedade de Pacifico? As imposições, cobranças e violência? Ou mesmo a<br />
exploração <strong>do</strong> seu trabalho? Ou ainda outro motivo qualquer que desconhecemos?<br />
A quinta e última testemunha deste primeiro inquérito, João Ribeiro das<br />
Chagas, “(...) com trinta e oito annos de edade, casa<strong>do</strong>, natural deste Esta<strong>do</strong>,<br />
commerciante residente neste Município sabe lêr e escrevêr (...)” 86 , afirma apenas<br />
que, “(...) em dias deste mêz, que não se recorda passou em sua casa o offendi<strong>do</strong><br />
Joaquim Félix <strong>do</strong>s Santos appresentan<strong>do</strong> um sinal no rosto e um braço machuca<strong>do</strong> e<br />
que lhe disse ter si<strong>do</strong> aggredi<strong>do</strong> por Pacifico Pinto de Lima e seu filho José Pinto de<br />
83 COMARCA DE PALMAS. JUÍZO DO TERMO DE CLEVELÂNDIA. Processo-crime contra<br />
Pacifico Pinto de Lima e José de Pinto Lima. <strong>1920</strong>, p.11.<br />
84 Idem, Ibidem, p.12.<br />
85 Idem, ibidem, p.12.<br />
86 Idem, ibidem, p.13.<br />
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