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PARANÁ (1920-1930). 2006 - Universidade Federal do Paraná

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sociedades repousam também sobre o crime, o conflito, a crise, “com tu<strong>do</strong> que isso<br />

provoca de horror, com tu<strong>do</strong> o que isso faz nascer de solidariedades e contra-<br />

solidariedades” 131 ; onde – e o caso de Pacífico comprova – a violência é capaz de<br />

catalisar ao seu re<strong>do</strong>r diversas manifestações de sensibilidades coletivas, emoções<br />

capazes de motivar atitudes extremas em nome de seus próprios sentimentos.<br />

Porém, é necessário que não se confunda essa violência <strong>do</strong> su<strong>do</strong>este <strong>do</strong><br />

<strong>Paraná</strong> em ato de violência e Esta<strong>do</strong> de violência; porque, “a inexistência de atos de<br />

violência pode coexistir pacificamente com um esta<strong>do</strong> de violência” 132 , e este é um<br />

aspecto da violência no su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong> neste perío<strong>do</strong>. Por vezes, e o caso de<br />

Pacífico nos demonstra, esse esta<strong>do</strong> de violência (ou para ser preciso, esta<strong>do</strong> de<br />

possibilidade eminente da expressão <strong>do</strong> ato violento), coexistia com a realidade<br />

social. Nele residem atos de violência em nome de uma ordem social.<br />

Se, a violência pode ser entendida também como “instância central de<br />

definição de toda relação política entre os homens” 133 , essa relação não pode ser<br />

encarada como determinante da política, porque para Hannah Arendt a política é a<br />

instância pública da preservação da vida e da promoção da felicidade <strong>do</strong> homem.<br />

Assim, Arendt afirma que o poder enquanto poder é gera<strong>do</strong> mutuamente pelos<br />

cidadãos e a violência isola e dispensa os indivíduos, enquanto o poder é um fim em<br />

si, a violência é “puramente instrumental. Ou seja, não é mais que um meio para<br />

atingir determina<strong>do</strong> fim através da coerção” 134 . Sen<strong>do</strong> assim, para Arendt o poder<br />

“nace siempre, cuan<strong>do</strong> los hombres se reunen y actúan juntos; su legitimidad no se<br />

131 Idem, ibidem. p.771.<br />

132 PADILHA, Tarcísio. Natureza da violência. In: Filosofia Ideologia e Realidade Brasileira. Rio<br />

de Janeiro: Companhia Editora Americana, 1971. p.181-2.<br />

133 DUARTE, André. Modernidade, Biopolítica e Violência: a crítica arendtiana ao presente. In:<br />

DUARTE, André; LOPREATO, Christiana; MAGALHÃES, Marion Brepohl de. A Banalização da<br />

Violência: a atualidade <strong>do</strong> pensamento de Hannah Arendt. Rio de janeiro: Relume Dumará, 2004.<br />

p.35.<br />

134 Idem, ibidem, p.36.<br />

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