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Um avião contorna o pé de jatobá e a nuvem de agrotóxico pousa ...

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Por último, enviei o relatório do Ministério da Agricultura para o engenheiro<br />

agrônomo do Fórum Mato-Grossense <strong>de</strong> Meio Ambiente e Desenvolvimento,<br />

James Cabral, para que ele, que esteve no local após a contaminação,<br />

<strong>de</strong>sse seu parecer. Por telefone obtive sua resposta:<br />

Conversa com James Cabral, Engenheiro Agrônomo do Fórum Mato-grossense<br />

<strong>de</strong> Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad)<br />

Pergunta: O relatório do Ministério da Agricultura fala que em Lucas do<br />

Rio Ver<strong>de</strong> os sintomas apresentados pelas plantas eram <strong>de</strong> doenças causadas por<br />

fungos. O senhor esteve lá, foi isso que constatou?<br />

Resposta: O que mais <strong>de</strong>scarta essa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> doença é que nós verificamos<br />

in loco que foram atingidas mais <strong>de</strong> 40 es<strong>pé</strong>cies <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong><br />

plantas. Foram atingidas plantas agrícolas, plantas cítricas, plantas ornamentais,<br />

plantas fitoterápicas, plantas hortícolas e plantas florestais, todas com a mesma<br />

sintomatologia. É muito questionável qualquer documento que apresente uma<br />

versão que isso é um problema fitopatológico. Nós coletamos amostras <strong>de</strong> gramíneas,<br />

hortaliças, citros e plantas medicinais, para comprovar que o herbicida<br />

atingiu diversas famílias botânicas, todas com os mesmos sintomas, sendo que se<br />

fosse uma doença ela se manifestaria <strong>de</strong> maneira diferente em cada família.<br />

Pergunta: O senhor teve acesso ao relatório do Ministério da Agricultura.<br />

Até que ponto ele correspon<strong>de</strong> à realida<strong>de</strong> do que aconteceu em Lucas?<br />

Resposta: O documento é bastante frágil no sentido <strong>de</strong> que ele <strong>de</strong>scaracteriza<br />

a possibilida<strong>de</strong> do uso <strong>de</strong> herbicidas e apresenta conclusões que são bastante<br />

questionáveis. Eu ressaltaria três aspectos sobre as conclusões do documento do<br />

Ministério da Agricultura:<br />

1. “Impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pulverização por aeronave”: - O croqui que eles<br />

apresentam da área atingida é uma linha reta que não necessariamente<br />

correspon<strong>de</strong> ao que aconteceu. Se uma aeronave com resto <strong>de</strong> herbicida<br />

no tanque sobrevoa a cida<strong>de</strong> com uma altitu<strong>de</strong> bem superior a altitu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pulverização o veneno se espalha por uma área muito maior. O vento<br />

leva isso <strong>de</strong> maneira diferente, em alguns locais cai mais o produto, em<br />

outras não cai e em outros po<strong>de</strong> cair só um pouco. A distribuição não<br />

é uniforme como se você estivesse fazendo uma pulverização a baixa<br />

altitu<strong>de</strong>.<br />

2 “Plantas com doenças”: - Esse documento é bastante ingênuo. Tem uma<br />

carga <strong>de</strong> irresponsabilida<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong>. O que a gente constatou<br />

é que uma enorme diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas foi atingida e apresentava<br />

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