Um avião contorna o pé de jatobá e a nuvem de agrotóxico pousa ...
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presença do <strong>agrotóxico</strong> na água, então vamos começar a trabalhar em busca <strong>de</strong><br />
pacientes, porque eles po<strong>de</strong>m não estar apresentando sintoma nenhum, po<strong>de</strong>m<br />
apresentar o sintoma bem <strong>de</strong>pois.<br />
Pergunta: No caso, a quem cabe a fiscalização sobre o uso dos herbicidas?<br />
Resposta: Seria a Secretaria <strong>de</strong> Agricultura. Ela tem o cadastro <strong>de</strong> todos<br />
os produtores, <strong>de</strong> todos os locais que ven<strong>de</strong>m os <strong>agrotóxico</strong>s e do registro dos<br />
aviões. No caso da Vigilância Sanitária, nossa responsabilida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> gerência <strong>de</strong><br />
toxicologia. A Anvisa [Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária] montou uma<br />
re<strong>de</strong> nacional <strong>de</strong> informação toxicológica. Aqui no estado temos o serviço do<br />
0800, que é o SOS Veneno, para orientar os técnicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Na dúvida sobre<br />
intoxicações eles ligam para o 0800 6462494, que é um serviço implantado pela<br />
Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />
Oberdã confirmou que nas estatísticas sobre saú<strong>de</strong> pública do município<br />
não constavam casos <strong>de</strong> intoxicação por <strong>agrotóxico</strong>s. Informou que iriam<br />
começar a capacitar os médicos para diagnosticar os sintomas – isso, <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 20 anos que os <strong>agrotóxico</strong>s estão sendo usados intensivamente na<br />
região. Será que se a socieda<strong>de</strong> civil não tivesse <strong>de</strong>nunciado o aci<strong>de</strong>nte eles estariam<br />
tomando essas providências? Para mim estava mais uma vez caracterizada<br />
a omissão das autorida<strong>de</strong>s em saú<strong>de</strong>. Nessa conversa encontrei mais uma<br />
justificativa para nossa pauta: quando ocorre um aci<strong>de</strong>nte com <strong>agrotóxico</strong>s as<br />
pessoas não sabem a quem <strong>de</strong>nunciar.<br />
Para concluir a apuração inicial faltava falar com o Instituto <strong>de</strong> Defesa<br />
Agropecuária – o In<strong>de</strong>a, para saber como teria reagido e se confirmaria ou<br />
não minhas suspeitas sobre a omissão dos agentes públicos encarregados da<br />
fiscalização e controle do uso <strong>de</strong> <strong>agrotóxico</strong>s. Tentei diversas vezes localizar os<br />
responsáveis, mas fui informado que estavam fora da cida<strong>de</strong>.<br />
Assim mesmo, consi<strong>de</strong>rei que já tinha informações suficientes para<br />
montar a pauta e encaminhá-la à Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Pauta 18 da Radiobrás para<br />
que avaliássem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazermos a reportagem.<br />
1 A Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Pauta da Radiobrás reúne-se diariamente para estabelecer as priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntre os assuntos<br />
sugeridos pela Central responsável pela elaboração da pauta. As reuniões eram coor<strong>de</strong>nadas pelo então Diretor<br />
<strong>de</strong> Jornalismo, José Roberto Garcez, ou pelo seu assessor imediato, Eurico Tavares. Nela têm assento os chefes dos<br />
veículos: rádio, televisão, Agência, A Voz do Brasil e da própria Central <strong>de</strong> Pauta.