Um avião contorna o pé de jatobá e a nuvem de agrotóxico pousa ...
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comercialização e a utilização <strong>de</strong>sses produtos.<br />
Pergunta: E como fazer isso?<br />
Resposta: Nos parece que o Ministério Público vai construir uma proposta<br />
<strong>de</strong> intervenção e ai temos que chamar os órgãos ministeriais da agricultura, do<br />
meio ambiente e da saú<strong>de</strong> para dialogar conosco e estabelecermos uma experiência<br />
aqui que possa ser extrapolada para todos os outros municípios. À medida<br />
que o Ministério Público constata, com a <strong>de</strong>claração dos próprios atores institucionais,<br />
que praticamente não há controle nenhum, isso é um completo absurdo.<br />
A situação está completamente fora <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> controle. Por isso nós,<br />
com uma equipe altamente especializada, procuramos redirecionar o nosso diagnóstico<br />
para a questão da gestão pública da segurança da população. Essa população<br />
tem o direito <strong>de</strong> ter sua segurança garantida pelos gestores públicos, ela não<br />
po<strong>de</strong> viver permanentemente sendo ameaçada por nuvens <strong>de</strong> <strong>agrotóxico</strong>s sobre<br />
a cabeça. Esse é o problema a ser consi<strong>de</strong>rado nas investigações do Ministério<br />
Público, para se colocar concretu<strong>de</strong> na situação. Ao mesmo tempo a questão da<br />
<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> tem que ser colocada ao se discutir o <strong>de</strong>senvolvimento econômico.<br />
A articulação entre todos os entes públicos tem que ter a perspectiva <strong>de</strong> reduzir as<br />
<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais, isso aqui em Lucas ou em qualquer lugar <strong>de</strong>sse país. O que<br />
nós encontramos aqui é que a falta <strong>de</strong> transparência na ação dos agentes públicos<br />
está permitindo que essa situação <strong>de</strong> intranqüilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> insegurança da população<br />
perdure. O que nós estamos constatando aqui é que com a articulação e a<br />
participação da socieda<strong>de</strong> civil po<strong>de</strong>remos construir, juntamente com os po<strong>de</strong>res<br />
públicos, um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> intervenção que dê um basta nesta situação. A discussão<br />
central que está colocada neste momento, pelos próprios atores envolvidos no<br />
caso, e a partir da realida<strong>de</strong> vivida aqui, é que precisamos reduzir drasticamente<br />
as taxas <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> <strong>agrotóxico</strong>s. Eu trabalhei em um programa <strong>de</strong> redução<br />
<strong>de</strong> <strong>agrotóxico</strong>s no Paraná em 1984, on<strong>de</strong> se utilizavam 16 aplicações <strong>de</strong> veneno<br />
por safra <strong>de</strong> algodão. Depois <strong>de</strong> dois anos <strong>de</strong> trabalho, nós conseguimos reduzir<br />
isso para até duas aplicações por safra. Ou seja, sempre esse mercado vai querer<br />
ven<strong>de</strong>r o que não precisa, vai querer ven<strong>de</strong>r mais e mais para ter mais lucro.<br />
O Estado tem que intervir sobre isso, até porque uma das maiores vítimas é o<br />
próprio agronegócio, que está se tornando inviável. No campo ambiental, nós<br />
temos que reverter esse processo. Estamos percebendo aqui agora que o Estado<br />
fe<strong>de</strong>rado não consegue se enten<strong>de</strong>r na base que produz a riqueza da nação, que<br />
é o município.<br />
Pergunta: Quais são as perspectivas <strong>de</strong> sair algo <strong>de</strong> concreto <strong>de</strong>ssa audiência<br />
pública que vocês vão fazer juntamente com a promotoria?<br />
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