Um avião contorna o pé de jatobá e a nuvem de agrotóxico pousa ...
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Segundo o agrônomo, normalmente, nesse tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva, é necessário<br />
fazer a coleta <strong>de</strong> material atingido e através da análise química po<strong>de</strong>mos saber<br />
qual veneno foi utilizado. Deve-se coletar amostras nas roupas, nos tijolos, nos<br />
vegetais, nas telhas, no solo, e todo esse material é comparado com os venenos<br />
utilizados pelos agricultores. Verificam-se os registros dos vôos das aeronaves<br />
que utilizaram aquele <strong>de</strong>terminado produto químico nas proprieda<strong>de</strong>s próximas<br />
à área atingida e chega-se às provas materiais do crime. “No caso <strong>de</strong> Lucas<br />
esse processo não foi possível <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>mora das autorida<strong>de</strong>s locais em tomarem<br />
as providências necessárias”, concluiu Ventura Barbeiro.<br />
Ele explicou que a coleta <strong>de</strong>ve ser feita por fiscais do governo fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong><br />
uma maneira tecnicamente a<strong>de</strong>quada e enviando essas amostras a um laboratório<br />
oficial.<br />
“Quando você tem uma absorção <strong>de</strong> certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produto químico<br />
por uma planta é como um ser humano, nós vamos passar mal e gradativamente<br />
vamos eliminando esse <strong>agrotóxico</strong>. O i<strong>de</strong>al é que a notificação seja<br />
feita imediatamente, e que o po<strong>de</strong>r público colete as amostras e envie imediatamente<br />
para um laboratório oficial para i<strong>de</strong>ntificar os responsáveis”, lembrou<br />
o ambientalista.<br />
Segundo ele, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lucas do Rio Ver<strong>de</strong> não há uma estrutura <strong>de</strong><br />
monitoramento para uma ação imediata no caso <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> <strong>agrotóxico</strong>s.<br />
Num caso como esse, <strong>de</strong>veria haver técnicos do local que fizessem a coleta<br />
e avaliação e os postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> também <strong>de</strong>veriam coletar sangue das pessoas<br />
que apresentassem, nesse período, algum sintoma <strong>de</strong> intoxicação.<br />
Ventura Barbeiro explicou que esses casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva são corriqueiros<br />
principalmente em cida<strong>de</strong>s pequenas on<strong>de</strong> a ativida<strong>de</strong> agrícola faz divisa com<br />
a área urbana. “Isso ocorre em inúmeras cida<strong>de</strong>s no Brasil. Em algumas cida<strong>de</strong>s<br />
já há acordo entre a prefeitura e os agricultores para que se respeite certa<br />
distância para a aplicação <strong>de</strong> <strong>agrotóxico</strong>s. No Mato Grosso esse processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva<br />
e a chuva levam os <strong>agrotóxico</strong>s para os rios e já há pesquisas que indicam<br />
a contaminação das principais bacias hidrográficas”.<br />
O engenheiro ressaltou que os prefeitos das cida<strong>de</strong>s que convivem com<br />
esse problema têm que perceber o custo que isso tem para o município. “O<br />
custo no sentido <strong>de</strong> pessoas que param <strong>de</strong> trabalhar porque estão intoxicadas,<br />
o custo que isso gera para a prefeitura por causa da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública<br />
para aten<strong>de</strong>r aos casos <strong>de</strong> doença com a contaminação, como é o caso <strong>de</strong> Balsas<br />
no Maranhão, on<strong>de</strong> não se consegue mais dar assistência médica a toda a