Um avião contorna o pé de jatobá e a nuvem de agrotóxico pousa ...
Um avião contorna o pé de jatobá e a nuvem de agrotóxico pousa ...
Um avião contorna o pé de jatobá e a nuvem de agrotóxico pousa ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Pergunta: Esse aci<strong>de</strong>nte colaborou para que a população tomasse conhecimento<br />
do risco a que ela está sujeita?<br />
Resposta: Esse aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>monstra que precisamos refletir sobre esse tipo<br />
<strong>de</strong> agricultura feita no Brasil hoje. É necessário mudar a base tecnológica, é necessário<br />
pensar em tipos <strong>de</strong> produção que usem tecnologias mais limpas, menos<br />
agressivas ao meio ambiente e conseqüentemente não façam mal a nossa saú<strong>de</strong>.<br />
Esse exemplo <strong>de</strong> Lucas do Rio Ver<strong>de</strong> é clássico. A gente conseguiu <strong>de</strong>tectar esse<br />
problema porque existiram as plantas que indicaram a ocorrência do veneno.<br />
Mas existe uma gama <strong>de</strong> outros produtos que são utilizados nessa região que possivelmente<br />
as plantas não percebam e a gente não percebe. Po<strong>de</strong> ser que em toda<br />
safra passem alguns aviões com <strong>de</strong>terminados tipos <strong>de</strong> inseticidas, ou mesmo<br />
<strong>de</strong> fungicidas, que também fazem muito mal à saú<strong>de</strong>, mas que não fazem mal<br />
para as plantas e as pessoas não percebam. Solicitamos ao secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
que fizesse uma correlação entre os índices <strong>de</strong> intoxicação, dos casos <strong>de</strong> diarréia,<br />
dos problemas respiratórios na época <strong>de</strong> aplicação dos venenos e os problemas<br />
na época em que não se está utilizando o veneno, mas achamos que esse tipo <strong>de</strong><br />
correlação não vai ser feito.<br />
Reunindo as opiniões dos três técnicos escrevi novas notas com as informações<br />
contidas no laudo do Ministério da Agricultura e ao mesmo tempo<br />
apontando suas inconsistências. Antes tentei falar novamente com a fiscal fe<strong>de</strong>ral<br />
agropecuária Márcia Albuquerque para ver se ela me explicava <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />
havia tirado as informações <strong>de</strong> seu relatório e por que tinha feito exames laboratoriais<br />
fitoterápicos e não <strong>de</strong> resíduos químicos nas amostras. Depois <strong>de</strong><br />
muito insistir ela me aten<strong>de</strong>u e disse que não daria mais entrevistas. Declarou<br />
que tudo que ela tinha a dizer já estava no relatório e que nós, da imprensa,<br />
<strong>de</strong>turpávamos tudo que ela falava. Tentei argumentar que ela teria espaço para<br />
rebater as críticas, mas não houve jeito, ela se negou a dar as explicações. Era<br />
hora <strong>de</strong> fazer minhas anotações com as informações recolhidas nos últimos<br />
dias:<br />
Brasília-DF, 20 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2006 – 15h:00<br />
Os fiscais fe<strong>de</strong>rais agropecuários Márcia Albuquerque e Antônio Hi<strong>de</strong>u<br />
Inoue, do Ministério da Agricultura em Cuiabá, que estiveram na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lucas<br />
do Rio Ver<strong>de</strong> (MT), nove dias após a cida<strong>de</strong> ter sido atingida por uma <strong>nuvem</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>agrotóxico</strong>s, conforme relataram testemunhas e autorida<strong>de</strong>s locais, elaboraram<br />
um Relatório Técnico <strong>de</strong> Ocorrência no qual <strong>de</strong>clararam: “Concluídos os<br />
trabalhos no município, obtivemos como resultado a fiscalização <strong>de</strong> 01 empresa<br />
<strong>de</strong> aviação agrícola e 06 produtores rurais possuidores <strong>de</strong> aeronave agrícola,<br />
193