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Este padrão de concentração da população em algumas poucas regiões está correlacionado<br />
com a concentração ali observada na geração de empregos e atividade<br />
econômica. A Figura 1 (ver p.176-179) mostra mapas com a participação no PIB (quanto<br />
mais escuro, maior a participação) e a população total (quanto maior o tamanho do<br />
quadrado, maior a participação na população total) por regiões (estados ou províncias)<br />
em oito países selecionados da América Latina. Claramente, a geografia econômica<br />
destas nações não mostra muita homogeneidade territorial. No mesmo país<br />
convivem áreas escassamente povoadas e com uma participação muito pequena na<br />
riqueza total com regiões onde se produz valores superiores a 40% dos bens e serviços<br />
de toda a economia e onde se concentra entre um terço e metade da população<br />
total do país. Esse é o caso, por exemplo, da província de Buenos Aires, na Argentina,<br />
com 43% do PIB Nacional e 41% da população, ou também da Região Metropolitana<br />
de Santiago, no Chile, com 46% do PIB e 41% da população.<br />
Algo similar ocorre no Peru, onde a região de Lima tem participações de 50% na produção<br />
de bens e serviços e 30% no total de habitantes do país. Como se observa na<br />
Figura 1, existe certo grau de correlação espacial nestes indicadores de concentração;<br />
por exemplo, no caso do Brasil e Peru, a concentração da atividade econômica e<br />
a população ocorre, respectivamente, na faixa costeira do Atlântico e Pacífico. Na<br />
Colômbia, isto acontece nos departamentos de Cundinamarca, Antioquia e outros limítrofes<br />
no centro e no norte do país. Isto sugere que existem fatores geográficos<br />
(clima ,características geológicas e de solo, acesso a rodovias, entre outros) que explicam<br />
a maior ou menor sorte dos territórios em termo de desenvolvimento relativo.<br />
De todas as formas, também é claro que, na igualdade destas condições exógenas,<br />
certos territórios mostram muito mais desenvolvimento que outros, o que sugere<br />
que acionar outros fatores de tipo endógeno (capital humano, instituições, entre outros)<br />
é também muito relevante para explicar o desenvolvimento subnacional.<br />
Um aspecto importante para se analisar é se estas disparidades no tamanho econômico<br />
das regiões e cidades estão correlacionadas com indicadores de renda e bemestar<br />
das populações localizadas em distintas regiões. A Figura 1 mostra também o<br />
valor do PIB per capita regional (em dólares norte-americanos corrigidos pela paridade<br />
de poder de compra) para algumas das entidades territoriais nos distintos países.<br />
Observam-se fortes diferenças. Por exemplo, no caso da Argentina, o PIB per<br />
capita médio corresponde à província de Buenos Aires (cerca de USD 10,000 no ano<br />
de 2000) é quatro vezes superior ao de Santiago del Estero (USD 2,500 no mesmo<br />
ano), uma das províncias mais pobre localizada a noroeste do país. A mesma relação<br />
ocorre no Brasil entre os estados de São Paulo (aproximadamente USD 13,700 em<br />
2005) e Maranhão (USD 3,200), estado localizado no nordeste brasileiro. No Peru, a<br />
região de Lima (aproximadamente USD 10,600 em 2005), na costa do pacífico, tem<br />
um PIB per capita mais de cinco vezes superior que Apurimac (aproximadamente<br />
USD 1,700), ao sul do país, na zona de serra.<br />
As disparidades existentes a nível de atividade econômica e renda, em parte, refletem<br />
em diferenças em outros indicadores que afetam o bem-estar e a qualidade de<br />
vida como o analfabetismo, mortalidade infantil ou expectativa de vida. O Quadro 2<br />
(p.180) mostra os coeficientes de correlação calculados para um grupo de seis países,<br />
utilizando as observações das entidades subnacionais. É interessante que quase to-<br />
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