aSPeCToS DeSTaCÃVeiS - Publicaciones - CAF
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As três fontes principais do desenvolvimento<br />
regional e local: capital humano, economias de aglomeração<br />
e especialização, e instituições<br />
Um marco conceitual que tente capturar, de forma simples os fatores que explicam<br />
as diferenças nos níveis de desenvolvimento subnacional deve começar assinalando<br />
possíveis diferenças nas adoções de fatores entre regiões e cidades, começando por<br />
aqueles que estão fixos no território, como presença de recursos naturais, o clima e<br />
outros acidentes geográficos que determinam o acesso e conectividade com outras<br />
regiões e cidades (por exemplo, proximidade a rodovias).<br />
Ainda que estes fatores sejam muito relevantes na determinação da riqueza, não são<br />
variáveis que podem se acumular endogenamente via decisões de poupança das famílias<br />
ou de investimento das empresas, ou, ainda, se fomentarem com políticas públicas.<br />
Isto reduz sua centralidade na hora de explicar as disparidades regionais, especialmente,<br />
quando a ênfase é nas políticas que podem ser incentivadas pelos<br />
níveis subnacionais de governo para impulsionar o desenvolvimento local.<br />
Isto nos leva a considerar fatores que possam ser modificados a partir de decisões<br />
próprias nas comunidades e que tenham uma incidência fundamental no desenvolvimento<br />
de longo prazo. Neste sentido, a teoria do crescimento econômico enfatizou o<br />
papel da acumulação de conhecimento que permite que outros fatores de produção<br />
(como o trabalho e capital físico) sejam cada vez mais produtivos. Uma boa parte deste<br />
conhecimento encontra-se incorporado na mão de obra que pode ter distintos níveis<br />
de educação e capacitação. Do ponto de vista de uma cidade ou região, o capital humano<br />
pode se acumular via políticas educacionais ou programas de treinamento de mão<br />
de obra já existente no lugar, ou, também, via fluxos migratórios, que são muito mais<br />
intensos no interior dos países e entre cidades que em caso internacional. A acumulação<br />
de capital humano poderia ser objeto de renda via efeitos externos, já que o conhecimento<br />
pode se recombinar e reutilizar de muitas formas diferentes, o que tende a ter<br />
um impacto positivo cada vez maior sobre a produtividades (Romer, 1990).<br />
A aplicação do conceito de capital humano em regiões, junto com a possibilidade de<br />
que existam externalidades, levou pesquisadores como Lucas (1988) a afirmar que<br />
pessoas altamente qualificadas se concentram em regiões para ficarem próximas a<br />
outras pessoas altamente qualificadas, já que isto aumenta sua produtividade. Esse<br />
processo de derrame e conhecimento que se produziria no contexto urbano deu lugar<br />
à noção de cidades criativas e cidades baseadas em amenidades (Florida, 2002; Glaeser et<br />
al.2001). O interessante desse enfoque é que estas são histórias de desenvolvimento<br />
econômico regional e local incentivado pelo capital humano. No âmbito das cidades<br />
criativas, a especialização é conduzida pela atração (aqui vemos o componente migratório<br />
na determinação do capital humano em uma cidade) dos trabalhadores<br />
criativos, cuja característica principal é, geralmente, alto nível de educação. Diz-se<br />
que, por sua vez, estes trabalhadores altamente qualificados se concentram nestes<br />
lugares devido a amenidade da tolerância, que é gerada devido a diversidade típica<br />
destes lugares.<br />
Um segundo determinante de desenvolvimento regional e local tem a ver com as<br />
economias de aglomeração e especialização que estão por trás das decisões de lo-<br />
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