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Deborah Philips<br />
para as vendas iniciais de volumes unitários, mas para anunciar a publicação de<br />
parte. Esses livros seriados, vendidos em capítulos semanais, precisavam de imagens<br />
identificáveis para ser comercializados - imagens que aparecessem não só nas<br />
partes, mas como propaganda nas livrarias e gráficas. Sillars descreveu a prática de<br />
“aumentar o conteúdo ilustrativo de um livro”, através da qual os editores inseriam<br />
estampas e imagens vagamente apropriadas em volumes já vinculados (SILLARS,<br />
1995, p. 11). Tais impressões eram frequentemente de paisagens e, portanto, não<br />
atreladas a nenhuma história particular. Nem impressores nem editores eram<br />
meticulosos a respeito de quais imagens comporiam textos específicos; lotes de<br />
impressões de paisagens pitorescas serviam como ilustrações para volumes de<br />
contos de fadas, romances de cavalaria ou os trabalhos de Sir Walter Scott. Paisagens<br />
de mar poderiam ser usadas intercambiavelmente para histórias de ilhas desertas,<br />
contos de naufrágios e pirataria. Uma vez que uma comissão para ilustração tivesse<br />
preenchida, o artista perdia todos os direitos futuros sobre o trabalho e todo o<br />
controle em relação a onde seria reproduzido.<br />
A década de 1860 na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos ficou conhecida como<br />
a “era dourada da ilustração”. O desenvolvimento do “estereótipo” da chapa de<br />
impressão na década de 1870 permitiu reproduções ainda mais baratas. Antologias<br />
ilustradas e livros de presente, frequentemente edições de luxo de histórias e<br />
ilustrações já publicadas, tornaram-se elemento importante na indústria de edição.<br />
O livro de presente ricamente ilustrado foi uma forma que proliferou no final do<br />
século XIX, como Muir o coloca: “Nos anos 80 e 90, o resultado de todo editor com<br />
um mercado geral incluía uma alta proporção de livros ilustrados, e isso incluía...<br />
livros de presente, livros de criança e viagens e trabalhos técnicos...” (MUIR, 1989,<br />
p. 202). O final do século XIX foi o período no qual mercados específicos estavam<br />
sendo definidos e no qual se via uma crescente categoria diferente de ficção infantil.<br />
Pensava-se que o mercado para edições de ficção de um centavo era de adultos<br />
até a metade do século XIX, quando se viu o surgimento de um mercado de ficção<br />
ilustrada para crianças e que se direcionava a diferentes gêneros: a meninos e<br />
meninas. Os gêneros de aventura e romance pirata (com poucas exceções) eram<br />
direcionados para meninos, e contos de fadas começaram a ser os mais associados<br />
à feminilidade, uma divisão de gêneros que ainda permanece no parque temático,<br />
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Cadernos de Estudos Avançados em Design - design e humanismo - 2013 - p. 17-33