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Flaviano Celaschi, Dijon De Moraes<br />

pode ser contínua e que, na inovação contínua, torna-se indispensável saber<br />

produzir semimanufaturados e componentes para a inovação e renúncia ao<br />

papel de único criador para entrelaçar relações criativas com outros saberes e<br />

com outros designers. Além disso, o advanced design conduz nossa atenção para<br />

a necessidade de pensar sempre mais no know what, no o quê produzir; há um<br />

oceano de possibilidades inexploradas sendo agora exploradas porque os clientes<br />

habituais do design (empreendedores e órgãos públicos) não têm competência<br />

nem possuem ferramentas possíveis de sondagem, poderosas o suficiente, para<br />

imaginar novos cenários.<br />

No advanced design torna-se sempre mais útil a pesquisa de estímulos por parte<br />

dos setores produtivos ou contextos diferentes daqueles da origem da demanda<br />

de inovação. É o fenômeno que chamamos “extreme design” e que nos permite<br />

explorar e relacionar com os instrumentos da realidade envisiong, aparentemente<br />

inconciliáveis para a pesquisa de soluções inexploradas.<br />

Já existe, além disso, um rico conjunto de “regras do projetar” que cada escola<br />

renova continuamente e que caracteriza o saber formal e organizado do designer, ou<br />

seja, a dimensão reiterável de nosso trabalho. Aquilo sobre o qual é ainda possível<br />

fazer tantas pesquisas e, como consequência, encontrar notáveis quantidades de<br />

inovações, está ligado à exploração da contribuição da identidade do designer em<br />

relação aos métodos do projetar. É a desobediência às regras do projeto que gera<br />

o design, não o contrário; mesmo se é sempre mais claro que essa desobediência<br />

requer a consciência das mesmas regras a serem transgredidas. O projeto é um<br />

método e nele o design é a distração, a pausa, o empecilho, o erro, o exagero, a<br />

interpretação da realidade; não propriamente a realidade, mas a imaginação da<br />

realidade.<br />

O desafio que a desmaterialização dos processos e dos produtos nos impõe<br />

é provavelmente a maior revolução que “atropela” o design contemporâneo. O<br />

design dos serviços, o design da intenção, o design da educação do cidadão, o<br />

design dos comportamentos, o design da experiência, etc. são os muitos adjetivos<br />

que assume a gradual derivação para reduzir o impacto do sistema das mercadorias<br />

na sociedade e no mercado.<br />

A consciência de que temos de repensar os nossos programas didáticos é<br />

54<br />

Cadernos de Estudos Avançados em Design - design e humanismo - 2013 - p. 35-60

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