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Futuro, bem-estar, interdependência: palavras-chave para o design contemporâneo<br />

um nicho de consumidor específico, mas da própria empresa dentro da faixa que a<br />

compete. Esse fato tem exigido do marketing uma capacidade de construir relações<br />

possíveis, costuras inéditas, propiciar associações e promover novas interações, o<br />

que podemos apontar para o surgimento de uma verdadeira plataforma de interrelações<br />

no mercado atual.<br />

Esta nova realidade culminou também por colocar em xeque os conceitos de<br />

“estilo” e “estética” nos moldes até então empregados; para tanto, essas áreas<br />

do conhecimento passaram a ter mais afinidade com disciplinas de abrangência do<br />

âmbito comportamental, em detrimento daquelas que consideravam o estudo da<br />

coerência, da composição e do equilíbrio formal que predominaram no ensinamento<br />

estético da primeira modernidade.<br />

A estética, nesse contexto, passa a ser mais diretamente atrelada à ética, aqui<br />

entendida no sentido de comportamento coletivo social, e quanto à questão da<br />

industrialização, meio ambiente e consumo, ressalta-se a importância e o papel<br />

que passou a ter o consumidor para o sucesso da sustentabilidade ambiental do<br />

planeta. Muitos chegam mesmo a apregoar a necessidade do surgimento de uma<br />

nova estética que deveria ser absorvida pelos consumidores na atualidade. Essa<br />

nova estética teria como base, por exemplo, a composição de diferentes plásticos<br />

reaproveitados e o colorido pontilhado dos papéis de embalagem em objetos<br />

reciclados até o monocromatismo de produtos confeccionados em material único<br />

(monomaterial) e renovável.<br />

Nesse novo modelo estético, que vai ao encontro da sustentabilidade<br />

ambiental, isto é, de uma ética em favor do meio ambiente, teriam lugar também<br />

as imperfeições de produtos feitos de novos e diferentes tipos de matérias-primas<br />

produzidos com tecnologia de baixo impacto ambiental ou mesmo em processo<br />

semiartesanal. Ao aceitarmos de forma proativa os produtos desenvolvidos dentro<br />

desse modelo e, por consequência, sua nova ordem plástica, nós consumidores<br />

acabaríamos por legitimar uma nova estética possível em nome de um planeta<br />

sustentável, além de fazer a nossa parte ética na trilogia produção, ambiente e<br />

consumo. Mas esses conceitos, como se sabe, não compunham os valores exatos<br />

e objetivos das disciplinas que construíram a solidez moderna, mesmo porque<br />

o processo de modernização é anterior ao debate das questões ambientais<br />

Cadernos de Estudos Avançados em Design - design e humanismo - 2013 - p. 35-60<br />

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