09.07.2015 Views

o_19po8js951tvs1r0t1r8s4bb1vpla.pdf

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Deborah Philips<br />

de produção e eram indiferentes quanto à precisão geográfica e histórica da<br />

sua iconografia. Os panos de fundo tornaram-se intercambiáveis para diferentes<br />

peças; placas usadas para dramas Shakespearianos podiam ser recicladas para o<br />

cenário de contos de fada ou serem o fundo para sagas Arturianas. Conjuntos de<br />

caracteres eram editados como quatro ou dezesseis por folha, para serem usados<br />

em diferentes produções. Os estoques de cenários e personagens como descritos<br />

por Speaight ainda são familiares para pantomima contemporânea e também<br />

moldaram as paisagens do parque temático: “as vestimentas eram Góticas, Boêmias<br />

ou Orientais; também o era o cenário. Havia a cena da cabana e a do palácio,<br />

ambas interiores e exteriores, a paisagem, o mar calmo e o mar furioso, a floresta,<br />

a caverna” (SPEAIGHT, 1946, p. 67).<br />

Os editores de teatros de brinquedo regularmente herdaram, compraram<br />

e piratearam placas de outros editores; então Skelt e Pollock (os editores que<br />

sobreviveram por mais tempo) circulavam versões muito similares de cenários de<br />

palco e personagens e cobriam as mesmas produções. Os editores de teatros de<br />

brinquedos eram frequentemente editores de livros infantis – apesar de que os<br />

dramas produzidos para os teatros de brinquedo não eram criados para crianças,<br />

e sim baseados em produções de teatro contemporâneas. Havia uma ligação<br />

direta entre a expansão da edição popular, o teatro e os teatros de brinquedo.<br />

Cenários de teatro e personagens e retratos de celebridades foram reproduzidos<br />

em ilustrados semanais para acompanhar as novidades teatrais. Jornais populares<br />

baratos eram anunciados com a promessa de presentes grátis de folhas de teatro<br />

e frequentemente empregavam os mesmos artistas para ilustrações e para teatros<br />

de brinquedo.<br />

Robert Louis Stevenson e Hans Christian Andersen foram duas figuras-chave<br />

na popularização da aventura, do romance e dos contos populares, e ambos<br />

brincavam com teatros de brinquedos como crianças; Anderson, especialmente,<br />

era fascinado pelo teatro. Em uma redação de 1884, Stevenson lembra o poder<br />

do teatro de brinquedo:<br />

Cada folha que digitávamos era outro olhar iluminativo<br />

na escuridão, história deliciosa; era como chafurdar-se<br />

na matéria prima dos livros de histórias... Eu adquiri uma<br />

galeria de cenas e personagens com a qual, no teatro<br />

30<br />

Cadernos de Estudos Avançados em Design - design e humanismo - 2013 - p. 17-33

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!