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Flaviano Celaschi, Dijon De Moraes<br />

A nova escola tende a ser múltipla como múltiplo é o modelo de globalização;<br />

deve ser transversal e “atravessável”; deve fornecer conteúdos culturais, históricos,<br />

críticos e reflexivos em maior escala, incorporar valores mais humanistas que<br />

tecnicistas e com mais conteúdos experimentais que previsíveis. Somente assim a<br />

nova escola de design poderá preparar os alunos para as mudanças que ocorrem<br />

de maneira frenética neste terceiro milênio apenas iniciado.<br />

Podemos então intuir que as relações do design com o homem do futuro<br />

passarão seguramente pelas disciplinas humanistas, estarão centradas em novos<br />

estilos de vida, em novas experiências de consumo e em novas percepções éticas<br />

e estéticas tendo como base a busca pela felicidade.<br />

Na verdade, é preciso entender que o cenário previsível e estático anterior,<br />

dentro da lógica do progresso estabelecida, refletia, em consequência, os ideais do<br />

projeto moderno com suas fórmulas preestabelecidas que determinavam um melhor<br />

ordenamento da organização social e que, em decorrência, almejavam o alcance da<br />

felicidade para todas as pessoas. Esse projeto, com seus conceitos bem coerentes<br />

e estruturados, nortearam a evolução industrial e tecnológica, bem como parte da<br />

ética e da estética de grande parcela do pensamento do século XX. Nesse sentido,<br />

algumas disciplinas da área do conhecimento humano, que se sustentavam em<br />

interpretações sólidas advindas do cenário estático existente (com dados previsíveis<br />

e exatos), entraram em conflito com a realidade do cenário mutante atual, que se<br />

apresenta permeado de mensagens híbridas e códigos passíveis de interpretações.<br />

Com a realidade do “cenário dinâmico”, muitas realidades distintas passam a<br />

conviver de forma simultânea nas quais cada indivíduo, dentro de sua potencialidade<br />

e competência (aqui no sentido que o compete) como cliente, usuário e consumidor,<br />

traz intrínseco ao seu mundo pessoal suas experiências de afeto, de concessão, de<br />

motivação que, ao mesmo tempo e por consequência, tende a conectar-se com a<br />

multiplicidade dos valores e dos significados da cultura a qual pertence, isto é, de<br />

seu meio social. Essa realidade faz, hoje, do consumidor uma incógnita e, por isso<br />

mesmo, exige das pesquisas mercadológicas mais capacidade de interpretação<br />

em detrimento dos simples aspectos técnicos de obtenção de dados estatísticos.<br />

Hoje, tornou-se muito mais difícil concentrar grupos de consumidores em nichos<br />

de mercado precisos, pois a busca pela excelência não é mais exclusividade de<br />

40<br />

Cadernos de Estudos Avançados em Design - design e humanismo - 2013 - p. 35-60

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