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Guia Orientador de Boas Práticas para a Prevenção - Ordem dos ...

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Relativamente à análise <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s por grupo profissional, Crawford et al. (2003) acrescentaque os médicos têm mais conhecimentos sobre comportamentos auto<strong>de</strong>strutivosem adolescentes e os médicos psiquiatras experientes <strong>de</strong>notam maior preocupaçãopelos adolescentes que se automutilam do que qualquer outro grupo profissional. Osenfermeiros sem formação específica em Psiquiatria tiveram os mais baixos níveis <strong>de</strong>conhecimento e preocupação, resulta<strong>dos</strong> que atribuem quer ao menor nível <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>,quer à não responsabilida<strong>de</strong> na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão acerca da gestão <strong>de</strong> caso.Contudo, a maioria <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> referem os enfermeiros como tendo uma atitu<strong>de</strong> positivaperante os indivíduos com comportamentos da esfera suicidária (An<strong>de</strong>rson e Stan<strong>de</strong>n,2007; Sun et al., 2006; Dip e Gijbels, 2010).Crawford et al. (2003) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que a avaliação <strong>de</strong> adolescentes com comportamentosauto<strong>de</strong>strutivos <strong>de</strong>ve ser realizada por equipas multidisciplinares que <strong>de</strong>verão tambémassumir um papel ativo na formação e treino <strong>dos</strong> membros da equipa, bem como <strong>de</strong> outrosprofissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Segundo os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> no estudo, os médicos po<strong>de</strong>mestar em melhor posição <strong>para</strong> realizar esta avaliação. No entanto, salvaguarda que osenfermeiros que trabalham com este grupo <strong>de</strong> doentes têm uma base <strong>de</strong> conhecimentorazoável e, em geral, atitu<strong>de</strong>s positivas. Com formação contínua e supervisão, estariamtambém bem posiciona<strong>dos</strong> <strong>para</strong> realizar essas avaliações.Shain and the Committee on Adolescence (2007) afirmam que trabalhar com um adolescentesuicida normalmente provoca ansieda<strong>de</strong> nos técnicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que prestamassistência e esta ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser reduzida com conhecimento e experiência. Tãoimportante quanto isso os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> precisam estar cientes da sua própriaansieda<strong>de</strong> <strong>para</strong> evitar interferências no tratamento e reação exagerada ou diminuída.Por sua vez, Botega et al. (2005) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que a formação contínua e supervisão não<strong>de</strong>vem implicar apenas aquisição <strong>de</strong> conhecimentos, mas também uma mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s.Cais (2011) <strong>de</strong>screve o Projeto STORM (Skills Training On Risk Management), um projeto<strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> suicídio pelo «Treino <strong>de</strong> Habilida<strong>de</strong>s baseado na Gestão <strong>de</strong> Risco»que visou capacitar profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>dos</strong> Cuida<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Primários, da Saú<strong>de</strong>Mental e <strong>dos</strong> serviços <strong>de</strong> urgência que lidassem frequentemente com indivíduos em risco<strong>de</strong> suicídio. O plano <strong>de</strong> formação foi <strong>de</strong>senvolvido pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manchester econcentra-se no <strong>de</strong>senvolvimento, por meio <strong>de</strong> ensaio, das habilida<strong>de</strong>s necessárias <strong>para</strong>avaliar e gerir uma pessoa em risco <strong>de</strong> suicídio. Acrescenta que num <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> realiza<strong>dos</strong>no âmbito <strong>de</strong>ste projeto, 167 profissionais (47% <strong>dos</strong> elegíveis) <strong>de</strong> uma região da Inglaterrapartici<strong>para</strong>m num curso orientado por três enfermeiras com especialização emSaú<strong>de</strong> Mental ao longo <strong>de</strong> seis meses, em 1997; apenas 69% <strong>dos</strong> profissionais completaramo curso. Foram <strong>de</strong>tetadas mudanças favoráveis nas atitu<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> profissionais e naconfiança em lidar com clientes <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> comportamento suicida. A sensibilizaçãofoi eficaz <strong>para</strong> promover mudanças <strong>de</strong>sejadas nos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, traduzidaspor alterações <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s, pelo aumento <strong>de</strong> conhecimentos e melhoria das habilida<strong>de</strong>sclínicas. Em relação à avaliação inicial, essas mudanças mantiveram-se significativamentedistintas na avaliação final e no follow-up realizado nove meses após o início do curso.27GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS PARA A PREVENÇÃODE SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA E COMPORTAMENTOS DA ESFERA SUICIDÁRIA

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