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Guia Orientador de Boas Práticas para a Prevenção - Ordem dos ...

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conter itens que representam esperança <strong>para</strong> o cliente, tais como fotografias <strong>de</strong> família,música, objetos ou imagens com simbolismo ou significativas, relatos <strong>de</strong> experiência,entre outros.Os clientes experienciam o processo <strong>de</strong> doença e recuperação com a esperança diminuída,pelo que <strong>de</strong>vem ser incentiva<strong>dos</strong> a criar os seus próprios «kits <strong>de</strong> esperança»,tendo ao seu alcance um recurso significativo e disponível que permite fortalecer essaesperança diminuída e mo<strong>de</strong>rar ou atenuar o sofrimento e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> morrer.O mesmo autor apresenta ainda uma outra estratégia, <strong>de</strong>scrita por Jevne e Miller (1996)como «Empréstimo <strong>de</strong> Esperança» (Borrow Hope). Esta técnica assenta na premissa <strong>de</strong>que a esperança po<strong>de</strong> ser emprestada e compartilhada, não estando completamente<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>dos</strong> recursos pessoais do cliente. Realçando a importância da relação e dascompetências individuais do enfermeiro, a promoção da esperança exige ao enfermeirocomprometimento pessoal e autoconhecimento. Moore (2005) salienta que o enfermeiro<strong>de</strong>ve propor-se a uma reflexão e <strong>de</strong>senvolvimento pessoal que o conduza à compreensãodo que é a esperança e da sua importância, bem como ao reconhecimento daesperança na sua vida e das estratégias pessoais que mobiliza <strong>para</strong> a manter e repor, <strong>para</strong>ser eficaz na prática quando tem como objetivo nutrir e sustentar esperança na vida <strong>dos</strong>utentes. Refletir com os utentes sobre a esperança e a sua importância no processo <strong>de</strong>doença e recuperação, bem como partilhar vivências superadas através e com esperançasão estratégias assumidas por utentes e enfermeiros como facilitadoras do reencontro efortalecimento da esperança (E<strong>de</strong>y e Jevne, 2003).Para além da já referida falta <strong>de</strong> esperança ou <strong>de</strong>sesperança, Kessler et al. (2005) ePagura et al. (2009) salientam que as pessoas portadoras <strong>de</strong> doença mental têm umamenor perceção <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajuda e / ou tratamento e evi<strong>de</strong>nciam menos comportamentos<strong>de</strong> procura <strong>de</strong> ajuda. Este fenómeno pren<strong>de</strong>-se não só com as incapacida<strong>de</strong>sinerentes à própria doença, mas sobretudo à incompreensão da doença mental eao estigma a ela associado.Inúmeros estu<strong>dos</strong> revelam que os jovens comunicam a sua vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> morrer. Contudo,a sua mensagem não é percebida muitas vezes por pais, amigos, professores, profissionais<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou outros. Sentindo-se sem atenção ou apoio, os jovens sentem que nãorecebem ajuda e a opção por ameaçar e por colocar em risco a própria vida torna-seatrativa (Roswarski e Dunn, 2009).O sucesso <strong>de</strong> algumas intervenções e programas <strong>de</strong> prevenção do suicídio resi<strong>de</strong> namensagem veiculada <strong>de</strong> que a ajuda eficaz e imediata está disponível. Isso incentiva oscomportamentos <strong>de</strong> procura <strong>de</strong> ajuda a<strong>de</strong>quada.Para Goldston et al. (2008) esta mensagem <strong>de</strong>ve alcançar as pessoas em risco <strong>de</strong> suicídio,sobretudo os jovens, que <strong>de</strong>vem perceber que a ajuda está disponível e que a procura<strong>de</strong>ssa ajuda é a resposta <strong>de</strong>sejável <strong>para</strong> o problema que vivencia. O autor acrescenta queas expectativas culturais po<strong>de</strong>m aumentar a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os jovens recorreram aoscuida<strong>dos</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.Vários autores, entre os quais Carlton e Deane (2000), <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que uma das estratégiaseficazes na diminuição das taxas <strong>de</strong> suicídio passa por encorajar nos adolescentes os45GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS PARA A PREVENÇÃODE SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA E COMPORTAMENTOS DA ESFERA SUICIDÁRIA

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